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Asunto: | NoticiasdelCeHu 341/06 - "N", a palavra impronunciável (Mike W hitney ) | Fecha: | Miercoles, 3 de Mayo, 2006 20:55:38 (-0300) | Autor: | Centro Humboldt <humboldt @...........ar>
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NCeHu
341/06
"N", a palavra
impronunciável Recuperar as companhias de petróleo!
Nacionalizar a indústria petrolífera
deveria ser a doutrina de qualquer movimento político progressista. A
evidência do envolvimento da indústria na invasão do Iraque, assim como
sua óbvia cumplicidade na corrupção do sistema político deveria
proporcionar a prova exaustiva de que os gigantes do petróleo são um
perigo claro e presente para a democracia e precisam ser colocados sob o
controle do estado.
Numa era de escassez de petróleo não podemos
mais nos dar ao luxo de permitir que um punhado de plutocratas
corporativos decidam o destino da economia global. Os capitães da
indústria deliberadamente fecharam refinarias para reduzir a produção e
aumentar os seus lucros. Eles despejaram enormes cargas de dinheiro dentro
do sistema político para assegurar que o congresso e o executivo cumpram
suas directivas. Actualmente, não há nem uma polegada de luz entre a sala
da administração da Exxon e o número 1600 da Av. Pennsylvania. Eles operam
a partir exactamente do mesmo roteiro.
A indústria do petróleo é a
beneficiária primária da guerra de Bush no Iraque. Os executivos da
indústria tinham um lugar à mesa quando Dick Cheney cinzelou os campos de
petróleo do Iraque para distribuição futura entre as elites corporativas
da América. Requerimentos ao abrigo do Freedom of Information
proporcionaram "documentos editados do Cheney Energy Policy group. Um
destes era um mapa mostrando áreas de concessão (lease areas) onde
estava planeada perfuração de petróleo (no Iraque). Um outro consistia
numa lista de 40 companhias petrolíferas de 30 países que precisavam
permitir permissão para furar no Iraque de Saddam Hussein. O problema para
os EUA e a Grã-Bretanha era que as suas companhias de petróleo estavam
ausentes desta lista dos que podiam obter concessões. Os EUA e o Reino
Unidos ficariam então excluídos daquilo que era claramente um dos maiores
prémios materiais da história mundial" ("The CFR Debates" Lawerence Shoup;
Z Magazine March 2006)
Isto explica porque a indústria apoiou um
petroleiro espalhafatoso do Texas que não demonstrava interesse pela
política nem aptidão para a liderança. Bush tornou-se o cavalo de Tróia
para executar uma agenda que substituiria as reservas sauditas em
diminuição pelas segundas maiores reservas do mundo, e ao mesmo tempo,
convenientemente, removeria a França e a Rússia da lista dos competidores.
Mais de 2400 soldados e 100 mil iraquianos sacrificaram suas vidas
no altar da especulação corporativa. Bush espalhou sua guerra da energia
através da Ásia Central e do Médio Orientou, aumentando em quatro vezes os
incidentes de terrorismo . A classe média americana está a ser esmagada
pelos preços em ascensão da gasolina e pelas malfeitorias do governo
enquanto prósperos magnatas do petróleo depositam nos bancos os maiores
lucros da história.
Não será tempo de repensarmos o sistema
económico?
Qualquer um que tenha observado os mercados de futuros
sabe que o actual sistema está condenado. Hoje em dia, qualquer
guerrilheiro insatisfeito pode, com uma Kalashnikov, tomar um oleoduto e
remeter os preços do petróleo para o céu. Bush apenas agravou este
problema com a preparação de combate em relação ao Irão. Sua retórica
provocou uma erosão da confiança no mercado e pôs os preços nas estações
de serviço em ascensão. E isto é apenas o princípio.
A
administração está determinada a levar a guerra a todo o lugar onde possa
ser obtido petróleo, incitando uma resistência global que poderia
persistir ao longo do século. Isto parece ser a guerra que Bush e Cheney
ambicionam, embora seus objectivos sejam habilmente escondidos por trás da
fachada da guerra ao terror.
Como pode o mercado sobreviver a este
tipo de volatilidade, especialmente quando o Tio Sam está a criar milhares
de novos terroristas com toda invasão equivocada?
O novo relatório
do Departamento de Estado confirma que a resistência à política externa da
América está a aumentar a violência exponencialmente. O neoliberalismo
"esmaga e captura" de Bush está a transformar o mundo numa zona de
fogo-livre colocando vidas e recursos vitais em risco.
O sistema
está irremediavelmente quebrado e precisa "democratizar-se" de modo a que
a energia possa ser distribuída mais igualitariamente de acordo com a
necessidades básicas de cada um.
Se todos precisam ter acesso à
energia para manter um padrão de vida mínimo, então deveríamos reconhecer
o petróleo como um direito humano básico tal como a água e a alimentação.
Deveria haver organismos regulamentadores para assegurar que a
distribuição fosse equitativa e não concedida arbitrariamente aos lances
mais elevados. Não há nenhum modo de o sistema actual poder fazer este
ajustamento quando a disponibilidade de energia barata está rapidamente a
desaparecer.
Estamos a enfrentar um futuro de abastecimentos
declinantes e procuras crescentes. Podemos tanto cooperar a um nível
nacional e internacional, criando as instituições apropriadas para uma
distribuição justa, ou continuar com o "modelo Bush" de intervenção
militar e confusão implacável.
A crença em que a "mão invisível"
do mercado irá guiar-nos seguramente para a outra margem não tem sentido.
Não existe "mercado livre" no negócio do petróleo; isto é um mito
completo. A extracção de petróleo no Iraque é conduzida a ponta de armas,
a forma final de coerção. Cada barril que deixa o país foi roubado por
meio da força militar.
Será esta nossa visão do futuro ou será
possível a cooperação?
A principal fonte de energia do mundo não
deveria ser confiada a oligarcas corporativos cujo único interesse é se
encherem de dinheiro. Os recursos do mundo não são a província única do
"lance mais alto".
Precisamos de uma abordagem inteiramente nova
para a política da energia; uma visão que previna abastecimentos
minguantes, conservação, e a ameaça da mudança climática. O caminho pela
frente não tem de estar coberto com os cadáveres dos que combatem para
defender seus países da exploração. Há um outro caminho.
É
possível para os povos e as nações trabalharem em conjunto pelo bem comum.
E, afinal de contas, precisamos apenas olhar para o Iraque, Afeganistão e
Nigéria para ver a lúgubre alternativa.
01/Maio/2006
[*] O autor reside no estado
de Washington, EUA. Seu email é fergiewhitney@msn.com
O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/whitney05012006.html
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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