|
|
Asunto: | NoticiasdelCeHu 266/06 - Uma triste constatação do governo Lula / "Ministros são apenas gerentes do capital financei ro" | Fecha: | Martes, 4 de Abril, 2006 23:04:18 (-0300) | Autor: | Centro Humboldt <humboldt @...........ar>
|
NCeHu
266/06
Uma triste constatação
do governo Lula
Henrique Meirelles e os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura) e Luiz
Furlan (Indústria e Comércio levarão a política econômica ainda mais para a
direita.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não foi demitido por causa da sua
política econômica desastrosa, nem pelas acusações de envolvimento com os
lobistas da república de Ribeirão. Foi demitido porque não havia como esconder
que ficou sabendo da quebra do sigilo bancário do caseiro da casa do Lago Sul,
onde, segundo alegam os acusadores, ele se encontrava com os
lobistas.
Quebrar o sigilo bancário é um crime, de modo que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva viu no episódio uma boa oportunidade para livrar-se de um
ministro que, já de uns tempos, só lhe cria problemas. A esperança é que a
demissão permita pôr uma pá de cal na crise política criada com as denúncias do
mensalão.
O episódio revela a falha ética que está na raiz da derrocada do Partido
dos Trabalhadores (PT): a idéia de que os fins justificam os meios. Não há
causa, por mais nobre, que possa justificar a prática de um crime, de uma fraude
ou de um ato imoral. O presidente Lula e o PT pagaram caro por esquecer esse
princípio.
O sucessor de Palocci, ministro Guido Mantega, um incondicional aliado de
Lula, apressou-se em declarar que a política econômica não vai mudar. Como isso
é o que interessa aos banqueiros, às transnacionais e aos Estados Unidos,
provavelmente a substituição não causará maiores dificuldades ao governo. Aliás,
todos os porta-vozes do capital já deitaram declarações para acalmar o
“mercado”. E ele ficou mesmo bem calmo.
Com a degola dos envolvidos nos
escândalos e a demissão dos seis ministros petistas que irão disputar cargos
eletivos nas próximas eleições, e com uma figura apagada no Ministério da
Fazenda, Henrique Meirelles e os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura) e
Luiz Furlan (Indústria e Comércio) vão nadar de braçada. Ganharam força e
levarão a política econômica ainda mais para a direita.
"Ministros são apenas
gerentes do capital financeiro",
afirma economista
Para Sandra Quintela, a mudança no
Ministério da Fazenda não altera a estrutura dos interesses do capital
financeiro internacional
Clara Meireles
de São Paulo
Algumas horas após ter assumido o cargo que foi de Antonio
Palocci no Ministério da Fazenda, Guido Mantega declarou que a política
econômica do país não se altera. De fato, para Sandra Quintela, economista
ligada ao Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), a
substituição dos ministros não mexe na estrutura dos interesses do capital
financeiro internacional.
Quintela acredita que a política externa e o
crescimento da dívida pública do Brasil evidenciam que cabe muito pouco aos
políticos nacionais na hora de indicar prioridades de investimentos.
"A
dívida pública bateu 1 trilhão de reais. Cada centavo de crescimento da dívida
significa um centavo tirado das políticas públicas de investimento. Cada vez
mais as políticas nacionais não são divididas nacionalmente; são gerentes do
grande capital, e nesse sentido, os gerentes têm que executar esse plano que
está em curso que é a abertura das economias nossas e de outros países para os
interesses dos grandes capitais".
Antonio Palocci pediu demissão como
ministro da Fazenda nesta segunda-feira (27). O elemento decisivo pra a sua
queda foi a suspeita de um pedido de detalhamento da conta bancária do caseiro
Francenildo Santos Costa, que acusa Palocci de ter participado de eventos em
casa alugada por ex-assessores na época em que era prefeito de Ribeirão Preto
(SP). (Agência Notícias do Planalto)
Fuente: www.Brasildefato.com.br .
|
|
|