NCeHu
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Carta de Albert Einstein alertando
para o fascismo sionista em Israel
– Carta enviada ao New York Times em 1948
em protesto contra a visita de Menachem Begin
Albert
Einstein
Resistir
3/4/15
Universidade de
Harvard, 4 de dezembro de 1948
Cartas ao Editor New York Times
4 de dezembro de 1948
Aos editores do New York Times:
Entre os fenómenos políticos mais perturbadores da nossa época, está
o aparecimento, no recém-criado estado de Israel, do "Partido da Liberdade"
(Tnuat Haherut), um partido político muito parecido, na organização, nos
métodos, na filosofia política e no apelo social, com os partidos nazis e
fascistas. Formou-se a partir dos membros do antigo Irgun Zvai Leumi, uma
organização terrorista, de extrema-direita e chauvinista na Palestina.
A
atual visita do líder deste partido, Menachem Begin, aos Estados Unidos, é
obviamente calculada para dar a impressão do apoio americano ao seu partido nas
próximas eleições israelenses e para cimentar os elos políticos com os elementos
sionistas conservadores nos Estados Unidos. Vários americanos de reputação
nacional emprestaram os seus nomes para dar as boas-vindas a esta visita. É
inconcebível que os que se opõem ao fascismo, em todo o mundo, se é que estão
corretamente informados quanto ao registo político e às perspetivas de Begin,
possam juntar o seu nome e apoio ao movimento que ele representa.
Antes
que haja prejuízos irreparáveis, com contribuições financeiras, manifestações
públicas a favor de Begin, e a criação na Palestina da impressão de que há na
América um grande segmento que apoia elementos fascistas em Israel, o público
americano tem que ser informado quanto ao passado e quanto aos objetivos de
Begin e do seu movimento. As declarações públicas do partido de Begin não são de
forma alguma indicadoras do seu verdadeiro caráter. Agora falam de liberdade, de
democracia e de anti-imperialismo, mas recentemente pregavam abertamente a
doutrina do estado fascista. É pelas suas ações que o partido terrorista revela
o seu verdadeiro caráter; pelas suas ações do passado podemos avaliar o que
podemos esperar no futuro.
Ataque a uma aldeia árabe
Um
exemplo chocante foi o seu comportamento na aldeia árabe de Deir Yassin. Esta
aldeia, afastada das estradas principais e rodeada de terras judaicas, não tomou
parte na guerra e até lutou contra grupos árabes que queriam utilizar a aldeia
como sua base. A 9 de abril (The New York Times), bandos de terroristas
atacaram esta aldeia pacífica, que não era um objetivo militar no conflito,
mataram a maior parte dos seus habitantes – 240 homens, mulheres e crianças – e
deixaram vivos alguns deles para os exibirem como cativos, pelas ruas de
Jerusalém. A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada com esta proeza
e a Agência Judaica enviou um telegrama de desculpas ao Rei Abdulah da
Transjordânia. Mas os terroristas, longe de se envergonharem da sua ação,
ficaram orgulhosos com este massacre, deram-lhe ampla publicidade e convidaram
todos os correspondentes estrangeiros no país para verem as pilhas de cadáveres
e o caos em Deir Yassin. O incidente de Deir Yassin exemplifica o caráter e as
ações do Partido da Liberdade.
Na comunidade judaica, têm pregado uma
mistura de ultranacionalismo, misticismo religioso e superioridade racial. Tal
como outros partidos fascistas, têm sido usados para furar greves e estão
apostados na destruição de sindicatos livres. Em vez destes, propõem sindicatos
corporativos de modelo fascista italiano. Nos últimos anos de esporádica
violência antibritânica, os grupos IZL e Stern inauguraram um reinado de terror
na comunidade judaica palestina. Espancaram professores que falavam contra eles,
abateram adultos a tiro por não deixarem que os filhos se juntassem a eles. Com
métodos de gangsters, espancamentos, destruição de montras e roubos por toda a
parte, os terroristas intimidaram a população e exigiram um pesado tributo.
A gente do Partido da Liberdade não tomou parte nas ações de construção
da Palestina. Não reclamaram terras, não construíram colonatos, e só denegriram
a atividade defensiva judaica. Os seus esforços para a imigração, amplamente
publicitados, foram mínimos e dedicados sobretudo a dar entrada a compatriotas
fascistas.
Contradições observadas
As contradições entre
as afirmações ousadas que Begin e o seu partido andam a fazer, e o registo do
seu comportamento passado na Palestina, não têm a marca de qualquer partido
político vulgar. Têm o carimbo inconfundível dum partido fascista para quem o
terrorismo (contra judeus, árabes e britânicos, igualmente) e a falsidade são os
meios, e o objetivo é um "Estado Líder".
À luz destas considerações, é
imperativo que o nosso país tome conhecimento da verdade sobre Begin e o seu
movimento. É tanto mais trágico quanto os líderes de topo do sionismo americano
se recusaram a fazer campanha contra os esforços de Begin, e muito menos
denunciar aos seus apaniguados os perigos para Israel do seu apoio a Begin.
Os abaixo assinados utilizam, assim, este meio para apresentar
publicamente alguns factos relevantes, relativos a Begin e ao seu partido; e
para apelar a todos os interessados que não apoiem esta manifestação tardia de
fascismo. Isidore Abramowitz Hannah
Arendt Abraham Brick Rabbi Jessurun Cardozo Albert Einstein
Herman Eisen, M.D. Hayim Fineman M. Gallen, M.D. H.H. Harris
Zelig S. Harris Sidney Hook Fred Karush Bruria Kaufman Irma
L. Lindheim Nachman Maisel Seymour Melman Myer D. Mendelson
M.D., Harry M. Oslinsky Samuel Pitlick Fritz Rohrlich Louis P.
Rocker Ruth Sagis Itzhak Sankowsky I.J. Shoenberg Samuel Shuman
M. Singer Irma Wolfe Stefan Wolf.
Nova Iorque, 2 de
dezembro, 1948
Ver também:
Porquê o Socialismo? , Albert Einstein
"O perigo fascista e o
desemprego" , Albert Einstein
Einstein, a bomba e o FBI , Jean Pestieau
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... . Tradução de Margarida Ferreira.
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