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Asunto: | NoticiasdelCeHu 240/14 - A atualidade de Rosa Luxemburgo, uma economista política (Michael Krätke) / Rumbo al XVI EnHu (101) | Fecha: | Sabado, 5 de Abril, 2014 17:36:34 (-0300) | Autor: | Noticias del CeHu <noticias @..............org>
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NCeHu
240/14
Rumbo al XVI EnHu (101)
América
Latina como geografía
Bariloche, 6 al 10 de octubre
A atualidade de Rosa Luxemburgo,
uma economista política
Rosa Luxemburgo foi uma grande oradora, uma célebre e temida
polemista, foi economista e uma das grandes intelectuais do marxismo
Michael Krätke, para o
SinPermiso
Carta Maior,
13/3/14
Assim vocês a conhecem! Foi uma
grande oradora, intervinha com discursos e discussões nas campanhas políticas do
movimento social-democrata. Foi uma célebre e temida polemista. E foi uma
jornalista tão famosa quanto formidável. Primeira
surpresa: Rosa Luxemburgo foi economista (e uma economista muito
política!) Estudou ciências econômicas na Universidade de Zurique, onde
obteve seu doutorado em economia no ano de 1897. Sua tese foi sobre uma questão
empírica e politicamente comprometida: as consequências do desenvolvimento
industrial da Polônia dentro do Império Russo. Segunda
surpresa: professora na Escola do Partido Social-Democrata de
Berlim Rosa Luxemburgo ensinou economia política e histórica econômica
(de 1907 até 1914). Assim – outra surpresa –, foi professora também, e uma
excelente professora. Terceira surpresa: Rosa
Luxemburgo escreveu um volumoso tratado de economia política
(marxista) Escreveu sua magnum opus sobre problemas teóricos de economia
política, um livro publicado há mais de cem anos (A Acumulação do Capital,
Berlim, 1913) em que argumentava sobre a seguinte questão: como funciona a
acumulação de capital (o crescimento e as mudanças econômicas)? Como
funcionam a escala nacional e internacional, a escala mundial? É preciso
responder a essas perguntas se quiser entender ou explicar o fenômeno do
“imperialismo”. O que encontramos em A Acumulação do
Capital? * Primeiro: uma discussão muito crítica sobre a análise de Marx
da “reprodução ampliada do capital” (3ª seção do Volume II de O Capital); *
Segundo: uma retomada das batalhas teóricas em torno deste problema, antes e
depois de Marx; * Terceiro: a solução da própria Rosa Luxemburgo para
esse problema... uma solução que pretende ser uma contribuição à “explicação
econômica do imperialismo”; - A crítica de Rosa Luxemburgo a
Marx * Acumulação significa do crescimento (Rosa Luxemburgo aponta
para aquilo que Marx havia denominado “acumulação acelerada”); *Marx não
resolve o “problema de realização”: De onde vem a demanda agregada adicional/
demanda monetária adicional? Quem compra os volumes adicionais das mercadorias
produzidas? * Marx não mostra a transição da reprodução “simples” para
a reprodução “ampliada”; * Marx não analisou o processo “real”: suas
abstrações (da circulação monetária, do mercado mundial) vão excessivamente
longe; - A solução de Rosa Luxemburgo * A demanda
adicional (dinheiro) vem de fora: a solução de “terceiros”; * Porém: esses
terceiros e sua demanda só podem ser encontrados fora do capitalismo, nas partes
não capitalistas do mundo; * Logo: a fim de resolver o problema da
acumulação, as economias capitalistas (e seus Estados) têm que invadir e ocupar
regiões não capitalistas do mundo (“Landnahme”: tomada, ocupação ou saque de
territórios); - Como funciona a expansão/ocupação
capitalista? * Por várias vias e etapas, como Rosa Luxemburgo se
encarrega de mostrar nos últimos capítulos de seu livro; * Mediante
a destruição das economias de subsistência, das economias naturais; *
Forçando os produtores não capitalistas a entrar no mercado econômico
mundial; * Destruindo as economias camponesas e as economias mercantis
simples; * Com a dívida e o endividamento crescente (por meio do
crédito internacional e da exportação de capitais); * Mediante a
colonização formal e informal, transformando regiões, países e povos inteiros em
súditos das grandes nações capitalistas Começa o debate: Otto Bauer
e Anton Pannekoek. A contracrítica de Rosa Luxemburgo: * Contra
Otto Bauer (e outros) que criticam a modelização, a análise dos
equilíbrios dinâmicos e a teoria do crescimento/acumulação; * A
economia política marxista/marxiana deveria explicar a ascensão e a queda do
capitalismo real: uma “teoria do desenvolvimento capitalista” deveria determinar
os “limites do capitalismo” (internos e externos); * A teoria da acumulação
deveria ser interpretada como uma teoria da crise e da decadência do capitalismo
(e não de sua “fusão”); * A acumulação de capital deveria ser entendida como
um processo econômico e político; A relevância de Rosa
Luxemburgo A crítica de Rosa Luxemburgo a Marx estava
equivocada. Nisso, Bauer e Pannekoek tinham razão. Mas: * Rosa
Luxemburgo desencadeou um dos debates mais importantes em longo prazo na
história da teoria econômica marxista; * Sua ideia fundamental a sobre a
expansão em escala planetária do capitalismo era correta (como também o
grosso de sua análise sobre o real processo de colonização); * A grande
e intrigante questão é: o que acontece quando o capitalismo se aproxima do
MOMENTO LUXEMBURGUIANO? O capitalismo global *
Onde estamos agora, um século depois? * A transformação do sistema
capitalista mundial (a Tríade econômica vindoura está incubada). * Alguns
mercados se tornaram globais, outros têm impacto global (mercados
financeiros), mas não todos. * Nenhuma parte do mundo se situa fora do
sistema capitalista mundial, mas ainda prevalece uma grande “variedade” de
capitalismos. * Com a descolonização, o novo “imperialismo” do livre
comércio, o dinheiro mundial e um punhado de oligopólios enormes; *
Economias emergentes: China e os BRICS: as potências capitalistas mundiais em
ascensão do século XXI; A Landnahme capitalista
hoje Nas áreas não capitalistas subsistentes dentro das
economias capitalistas: * Mercantilização de tudo (as coisas que
não são mercadorias, os bens públicos, os comuns); * Transformação dos
objetos de luxo em bens de consumo massivos; * Integração da classe
trabalhadora (e até dos mais pobres) à economia do crédito; *
Transformação do ócio, da família e das atividades comunitárias em atividades
comerciais; * Estabelecimento de um regime de endividamento permanente
da grande maioria (incluindo os EUA). A alternativa de Rosa
Luxemburgo: Socialismo democrático e
democracia econômica Michael R.
Krätke é membro do Conselho Editorial do SINPERMISO, é professor de
política econômica e direito fiscal na Universidade de Amsterdã. Lá, é também
pesquisador associado ao Instituto Internacional de História Social e
catedrático de economia política e diretor do Instituto de Estudos Superiores da
Universidade de Lancaster no Reino
Unido
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