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Asunto: | NoticiasdelCeHu 478/13 - Israel nuclear: a arma clandestina ( Frederico Carvalho ) | Fecha: | Viernes, 26 de Julio, 2013 21:20:21 (-0300) | Autor: | Noticias del CeHu <noticias @..............org>
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NCeHu
478/13
Israel nuclear: a arma clandestina
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25/7/13
A posse por Israel da arma
nuclear é um segredo de polichinelo. A posição continuada dos sucessivos
governos de Israel tem sido até hoje a de não confirmar nem desmentir a
posse por Israel da arma nuclear, ainda que amigos e inimigos do Estado
israelita considerem há já várias décadas que Israel é um estado nuclear.
Do arsenal da chamada Força de Defesa Israelita (IDF) consta, de
acordo com diversas fontes, um número de explosivos nucleares
pré-operacionais avaliado em pelo menos oitenta unidades. Este número é da
mesma ordem daqueles que são atribuídos a outros dois Estados não
signatários do Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP), a
saber, Índia e Paquistão [1] . O
sentido dado a "pré-operacional" é o de que se trata de dispositivos que
requerem algum trabalho prévio de montagem ou de adaptação a sistemas de
lançamento do qual depende o serem considerados "operacionais". É
naturalmente difícil ter um conhecimento seguro sobre a complexidade e a
demora desse trabalho prévio. Por isso mesmo é grande a incerteza sobre as
implicações políticas e militares que efectivamente decorrem da posse
desses dispositivos.
A questão dos sistemas de lançamento dos
explosivos nucleares, seu tipo e alcance é decisiva.
A distinção
entre armas nucleares tácticas e estratégicas tem a ver, originariamente,
com o alcance, o poder explosivo e a precisão no ataque ao alvo. Com o
passar do tempo, a evolução tecnológica das armas e dos sistemas de
transporte tornaram, em boa medida, fluida aquela distinção. A arma
nuclear táctica destina-se, em princípio, a ser usada num teatro de guerra
regional, ao passo que o conceito de arma nuclear estratégica está
normalmente associado a um poder explosivo superior e a vectores (ou
veículos) de transporte de longo alcance, pelo menos, alguns milhares de
quilómetros.
No
caso de Israel, diversas fontes referem que a IDF dispõe de capacidade de
lançamento de bombas nucleares por gravidade, isto é, explosivos que são
transportados em aviões e largados sobre o alvo. Foi o que aconteceu em
Hiroshima e Nagasaki. Crê-se que os aparelhos preparados para transportar
explosivos nucleares são caças-bombardeiros F16. A partir de 1980 até ao
presente, estima-se que Israel adquiriu cerca de 300 a 400 destes
aparelhos de fabrico americano. Ao longo dos anos, foram sendo adquiridas
variantes aperfeiçoadas do modelo inicial que dispõem de armamento variado
e podem ser abastecidas de combustível em voo. Julga-se que um pequeno
número destes aparelhos foi modificado em Israel com vista a transportar
com segurança explosivos nucleares. Na "folha de serviços" do F16
convencional inclui-se o ataque ao reactor nuclear iraquiano Osirak, em
1981, e diversas acções na faixa de Gaza. O raio de acção dos F16 é de
cerca de 1600 km.
A partir de 1998, Israel adquiriu vários
bombardeiros pesados F-15E ("Strike Eagle") com um raio de acção de 4450
km o que lhe confere capacidade estratégica. O aparelho é fabricado nos
EUA (Boeing) e, aí, tem capacidade nuclear. Ignora-se se foi modificado
nessa perspectiva pelas Forças de Defesa Israelitas. Hoje em dia o
sistema privilegiado de lançamento de engenhos explosivos nucleares é o
míssil, em cuja cabeça é incorporado o explosivo. Crê-se que a IDF dispõe
de pelo menos 50 mísseis terra-terra do tipo Jericho II com um alcance
estimado de mais de 1500 km. O míssil Jericho II foi desenvolvido em
Israel a partir de uma primeira geração de características menos evoluídas
— o Jericho I — projectado pela empresa Dassault e adquirido aos franceses
ainda nos anos 60. O Jericho II é um míssil balístico cujas
características levam alguns especialistas a considerar só ter sentido se
destinado a transportar uma carga nuclear.
Trilhando o caminho
aberto pela realização do míssil Jericho II, Israel desenvolveu um
foguetão de três andares denominado Shavit com capacidade para colocar em
órbita terrestre um satélite de reconhecimento e vigilância. Surge assim a
família de satélites denominados Ofek, progressivamente mais pesados e
dotados de equipamento de maior sofisticação. O mais recente — o Ofek-9 —
terá sido lançado em Junho de 2010, admitindo-se que possui uma capacidade
de resolução de imagem de objectos ao nível do solo inferior a 50 cm. Os
satélites Ofeq são projectados e construídos pela empresa IAI (Israeli
Aerospace Industries) para o Ministério Israelita da Defesa. No
contexto do armamento nuclear, interessa assinalar que o foguetão Shavit
pode ser convertido num míssil balístico de longo alcance, portanto com
características de arma estratégica, capaz de transportar uma carga até
cerca de 7000 km de distância, conforme o peso do engenho explosivo
colocado no "nariz" do foguetão.
Israel dispõe também de submarinos de propulsão híbrida
(diesel-eléctrica) convencional, isto é, não nuclear, com capacidade para
o lançamento de torpedos, minas e mísseis de cruzeiro. Sabe-se que se
trata de submarinos da classe Dolphin, julga-se que em número de três,
fabricados na Alemanha, adquiridos para o "braço naval" da Força Israelita
de Defesa. O Dolphin possui 10 tubos de lançamento de meio metro de
diâmetro. Os mísseis usados são americanos do tipo Harpoon projectados
para o ataque a navios. Entretanto os Harpoon podem ser modificados para
transportar cabeças nucleares para ataque mar-terra. Essa modificação
envolveria o desenvolvimento de uma cabeça nuclear própria e um sistema de
orientação para o ataque a alvos terrestres. Desconhece-se se esse passo
foi dado por Israel, mas sabe-se que o governo israelita tentou obter dos
EUA o fornecimento de mísseis de cruzeiro de longo alcance, Tomahawk, para
lançamento por submarinos, de que existe uma versão capaz de transportar
uma cabeça nuclear. Embora se julgue saber que os EUA terão recusado o
fornecimento, o episódio é significativo quanto ao empenho da IDF em
desenvolver uma capacidade nuclear operacional efectiva. [2]
No que respeita à posse de armas nucleares tácticas não há
informações seguras. Entretanto há indicações de que Israel possa ter
desenvolvido e tenha em armazém, granadas de artilharia e minas terrestres
equipadas com explosivos nucleares.
O Estado de Israel não possuía
até meados do século passado uma indústria nuclear nem qualquer reactor
nuclear. Em fins da década de 50, no âmbito do chamado "Programa de Átomos
para a Paz" lançado pelos EUA, recebeu um pequeno reactor do tipo piscina,
para fins experimentais e de investigação, que ainda hoje está em
funcionamento, com uma potência de 5 MW térmicos — o Reactor IRR 1
instalado no Centro de Investigação Nuclear de Sorek [3] . É
comparável na origem e características ao reactor que funciona próximo de
Sacavém, também obtido no quadro daquele programa, ainda que o reactor
português tenha uma potência de apenas 1 MW.
Desde 1963, Israel
dispõe de um segundo reactor — IRR 2 —, classificado como de "teste".
Trata-se de um reactor moderado e arrefecido por água pesada, que é uma
das instalações principais e porventura o coração do Centro de
Investigação Nuclear de Negev (CINN), próximo de Dimona, no deserto de
Negev. As actividades desenvolvidas no CINN, não são controladas pela AIEA
e o centro está fechado às inspecções da Agência. Inicialmente a potência
térmica do IRR 2 era de 16 MW. Desconhece-se a potência actual mas alguns
observadores admitem que poderá ser superior a 100 MW.
Um reactor
nuclear com as características do IRR 2 permite produzir quantidades
importantes de plutónio por conversão do urânio natural que é o
combustível nuclear em regra usado nos reactores moderados e arrefecidos
por água pesada. A posse de plutónio abre a porta à fabricação de
explosivos nucleares seguindo um caminho muito menos exigente nos planos
técnico e financeiro do que se a escolha recaísse sobre o urânio [4] De
qualquer modo, a via que, com toda a probabilidade, Israel terá seguido
para fabricar explosivos nucleares, pressupõe a disponibilidade de urânio
natural e de água pesada. Trata-se de uma exigência incontornável que, no
caso de Israel, há poucas dúvidas de ter sido satisfeita graças à
colaboração de governos estrangeiros.
Crê-se que os EUA mantiveram
uma posição de passividade face ao desenvolvimento de uma indústria
nuclear militar israelita. Não terão intervindo, não se terão oposto e não
terão mesmo tido durante vários anos conhecimento dos esforços israelitas
para se dotar de armamento nuclear. Quando se convenceram de que eles
estavam em curso, não os aprovaram mas também não se lhes opuseram
[5] . Nos
anos 60, o Centro de Dimona foi visitado várias vezes por inspectores
americanos que não encontraram sinais de actividades nucleares "não
autorizadas". As visitas eram anunciadas e os israelitas foram ao ponto de
montar falsas salas de comado do reactor e obstruir com painéis de tijolo
as entradas de ascensores de acesso aos pisos inferiores onde se
processavam as operações de reprocessamento do plutónio gerado no reactor
IRR 2; entretanto, não escapou aos inspectores o facto de que a elevada
potência do reactor e outras características, não pareciam justificar-se
unicamente para fins civis [6] .
O principal parceiro de Israel no seu propósito de se dotar dos
meios necessários à fabricação de explosivos nucleares foi a França. A
parceria teve início ainda antes da chegada ao poder de Charles de Gaulle,
como presidente da França, e manteve-se até 1964.
Em 1957 foi assinado um acordo entre a França e Israel em que a França se
comprometia a construir um reactor do tipo do IRR 2 com uma potência de 24
MW. Os sistemas de arrefecimento e processamento de resíduos eram todavia
previstos para um valor de potência três vezes superior. Em protocolos
adicionais não passados a escrito, o governo de Paris comprometia-se a
construir uma instalação de reprocessamento do combustível irradiado, isto
é, de separação do plutónio. Tratava-se aqui de um complexo industrial
construído em segredo, por técnicos franceses e israelitas, em Dimona no
deserto do Negev, fora do sistema de inspecção da AIEA. Cerca de quatro
toneladas de água pesada sem a qual o reactor não funcionaria foi
adquirida pelos franceses na Noruega com o compromisso de não ser
transferida para outro país. Na realidade a água pesada foi transportada
secretamente para Israel pela Força Aérea Francesa [7] . Quando
os americanos, graças aos voos dos aviões espião U2, repararam em que
estava a surgir no deserto do Negev uma complexo industrial importante,
receberam do então primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion,
diferentes explicações sobre a sua natureza: falou-se que se trataria de
uma fábrica têxtil, de um centro de desenvolvimento agrícola, ou uma
unidade de investigação metalúrgica! Finalmente, em fins de 1960.
Ben-Gurion afirmou que o complexo de Dimona era um centro de investigação
nuclear com "fins pacíficos" [8] . A par
de David Bem-Gurion, Shimon Peres foi o principal responsável pelo
projecto de construção do Complexo de produção de armamento nuclear de
Dimona [9] .
A partir de Maio de 1960, o governo francês, então presidido por
De Gaulle, viu conveniência em alterar a sua política de cooperação
nuclear com Israel, por receio de ver comprometida a posição da França no
contexto internacional sobretudo porque viria inevitavelmente a saber-se
que França apoiara a construção da instalação de reprocessamento de
combustível irradiado que permitiria a Israel constituir uma reserva de
plutónio utilizável para fins militares. De Gaulle tentou convencer
Ben-Gurion a não prosseguir a construção usando como moeda de troca o
fornecimento de aviões de combate às Forças Armadas Israelitas. Finalmente
chegou-se a um compromisso cujos aspectos essenciais eram: de um lado, a
promessa de que Israel não tinha a intenção de fabricar armas nucleares,
não faria o reprocessamento de plutónio e tornaria pública a existência do
reactor; do outro lado, a França forneceria os elementos de combustível
nuclear necessário ao arranque do IRR 2 e não insistiria em que o complexo
nuclear fosse sujeito a inspecções internacionais. O reactor arrancou em
1964.
Sem dispor de uma importante instalação para a separação do
plutónio e sem uma fonte ou fontes de abastecimento de urânio natural, não
seria possível a Israel desenvolver um programa nuclear militar. Conforme
referido, a instalação de separação do plutónio foi secretamente
construída com o apoio francês no subsolo do complexo de Dimona. No que
respeita ao urânio, sabe-se que Israel tentou o processamento de minerais
de fosfato de que existem importantes depósitos na região, para extrair o
urânio contido no mineral designado por fosforite. Daí, procuraria chegar
a um óxido de urânio susceptível de ser utilizado em elementos de
combustível nuclear.
Entretanto esta via para a obtenção de urânio
é demasiado cara quando comparada com o custo de extracção a partir de
minério de urânio em jazidas como as que foram exploradas em Portugal.
Os esforços israelitas orientaram-se então para a compra de urânio
em países estrangeiros que se prestassem a isso, sempre debaixo do maior
segredo.
Hoje sabe-se de fontes seguras que Israel comprou à
Argentina 80 a 100 toneladas do produto chamado "yellowcake" [10] que é
uma mistura de óxidos de urânio. [11]
Em meados de 1968, uma segunda compra "discreta" terá tido lugar.
Desta feita tratar-se-ia de 200 toneladas de "yellowcake" adquiridos à
Bélgica no quadro de uma operação clandestina complexa que teria envolvido
uma empresa italiana controlada pelos serviços secretos israelitas e a
transferência em alto mar do urânio de um cargueiro europeu para um barco
israelita [12] .
A importância do significado destas compras está no facto de
que são, em si mesmo, um comprovativo forte da existência em Israel de uma
instalação de reprocessamento de materiais radioactivos de grande porte,
condição indispensável ao desenvolvimento de um programa nuclear militar.
A existência de uma tal instalação foi denunciada em 1986 por Mordechai
Vanunu, um judeu israelita formado na Universidade Ben-Gurion no Negev,
que trabalhou como técnico nuclear no Complexo de Dimona. [13]
Segundo o Institute for Science and International Security
(Mass.,USA), em fins de 2003, o stock de plutónio para fins militares,
de Israel, atingia o montante de 560 kg, um pouco superior ao da União
Indiana. [14]
Uma última questão que se coloca e que tem muito a ver com a
preocupação das potências nucleares em proibir a realização de ensaios
nucleares e por essa via assegurar a não-proliferação da arma atómica, é a
de saber se Israel procedeu ou não ao ensaio de explosivos nucleares. Há
vários tipos de ensaios possíveis sendo que alguns, ditos de "potência
zero" ou de implosão, são dificilmente detectáveis a grande distância.
Algumas fontes admitem que um ensaio deste tipo terá tido lugar no deserto
do Negev em 1966. Há também quem admita que uma explosão nuclear que se
suspeita ter ocorrido em 1979 no Índico sul, tenha sido fruto de uma
parceria entre Israel e a África do Sul (do apartheid). [15]
09/Julho/2013
1. Relativamente à Coreia do Norte, outro estado que se
mantém fora do TNP, a informação disponível é muito escassa e não permite
saber se dispõe armamento nuclear pré-operacional e em que quantidade.
Algumas fontes apontam como possível a existência de 6 a 8 engenhos
explosivos nucleares. 2. Os dois submarinos recentemente adquiridos
para a Armada portuguesa são duas unidades da Classe Tridente, baseada no
modelo alemão U-214 que é o mesmo adoptado nos Dolphin israelitas com
adaptações acordadas com Israel. Os Trident dispõem de um sistema de
lançamento para 6 misseis Harpoon UGM 84 e 12 torpedos. 3. O reactor
IRR 1 arrancou em 1960; entre 1960 e 1975 os EUA exportaram para Israel 19
kg de combustível nuclear de urânio de alto enriquecimento sendo a maior
parte destinada ao IRR 1. O IRR 1 está integrado no sistema de
salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) com sede
em Viena, Áustria. 4. O urânio natural só pode ser utilizado na
fabricação de explosivos após prévio enriquecimento no isótopo U-235,
operação que exige conhecimentos e infra-estruturas técnicas a que não é
fácil aceder nem criar e que, no presente, envolvem questões de
relacionamento internacional, muito delicadas. 5. Em 1975, o governo
Americano desclassificou um grande número de documentos, antes altamente
secretos, que mostram que, por essa altura, os Estados Unidos estavam
convencidos de que Israel dispunha de armas nucleares. 6. Doc. da
Federation of Atomic Scientists (USA) ( http://www.fas.org/nuke/guide/israel/nuke/index.html ) 7. Ver referência anterior. 8. Idem, ibidem 9.
“Israeli Nuclear Program Pioneered by Shimon Peres”, The Risk Report, Vol.
2 No.4 (July-August 1996), Wisconsin Project on Nuclear Arms Control (
http://www.wisconsinproject.org/countries/israel/Israel-nuclear-peres.html ) 10. A substância designada por “yellowcake” é um pó
constituído no essencial por uma mistura de óxidos de urânio, em que
predomina o óxido de urânio com a fórmula química U3O8.. O “yellowcake” é
obtido do minério de urânio tal como existe na natureza, mediante uma
sequência de operações de tratamento físico (ou mecânico) e químico. O
produto final não é amarelo, mas antes acastanhado ou preto. 11.
William Burr, Avner Cohen, “Israel's Secret Uranium Buy. How Argentina
fueled Ben-Gurion's nuclear program”, Foreign Policy, July 1, 2013 12.
Idem, ibidem 13. Em 1986, Vanunu, na altura com 32 anos de idade,
revelou informação secreta e entregou imagens fotográficas de instalações
nucleares do Centro de Dimona, ao Sunday Times durante uma estadia em
Londres. Daí foi levado para Roma sob falsos pretextos e depois, pelos
serviços secretos israelitas, de volta a Israel onde foi julgado e
condenado por traição. Esteve preso durante 18 anos dos quais 12,
incomunicável. Foi libertado em 2004 e vive em Israel sob vigilância,
limitação de movimentos e contactos, e proibição de deixar o país. É um
“lança-alerta” (whistleblower) da maior notoriedade nos dias de hoje
(http://www.guardian.co.uk/world/2004/apr/21/israel3 ). Imagem: The US
Campaign to free Mordechai Vanunu ( http://www.vanunu.com/uscampaign/photos.html ) 14. David Albright and Kimberly Kramer, Plutonium
Watch-Tracking Plutonium Inventories, ISIS, August 2005 ( http://isis-online.org/uploads/isis-reports/documents/plutonium_watch2005.pdf ) 15. in Global Security Org, Weapons of Mass
Destruction, Nuclear Weapons Testing, page last modified July 24, 2011 (
http://www.globalsecurity.org/wmd/world/israel/nuke-test.htm
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