Asunto: | NoticiasdelCeHu 157/12 - Brasiil - Boitempo e Carta Maior lançam "Occu py - movimentos de protesto que tomaram as ruas" | Fecha: | Viernes, 30 de Marzo, 2012 20:37:52 (-0300) | Autor: | Noticias del CeHu <noticias @..............org>
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NCeHu
157/12
El
"retorno" de la política
Brasil
Boitempo e Carta
Maior lançam
"Occupy -
movimentos de protesto que tomaram as ruas"
A Boitempo está lançando, em parceria com a Carta Maior, a coletânea "Occupy
– movimentos de protesto que tomaram as ruas", reunindo artigos de pensadores
críticos deste novo momento da política global em que a voz das ruas passa a
ocupar o cenário. O debate de lançamento e a noite de autógrafos do livro
acontecerá no dia 4 de abril, das 20 às 23 horas, no Espaço Revista Cult, em São
Paulo. O livro será vendido a preço de custo, graças à colaboração dos autores e
ilustradores, que cederam os direitos autorais para tornar a obra mais
acessível.
Redação
www.cartamaior.com.br
A memória coletiva marcará 2011 como o ano em
que as pessoas tomaram as ruas de diversos países em uma onda de mobilizações e
protestos sociais: um fenômeno que começou no norte da África, derrubando
ditaduras na Tunísia, no Egito, na Líbia e no Iêmen; estendeu-se à Europa, com
ocupações e greves na Espanha e Grécia e revolta nos subúrbios de Londres;
eclodiu no Chile e ocupou Wall Street, nos EUA, alcançando no final do ano até
mesmo a Rússia. Das praças ocupadas por acampamentos às marchas de protesto nas
avenidas das principais metrópoles, emergiu uma consciência de solidariedade
mútua que resultou em toda sorte de material multimídia sobre o movimento na
internet, amplamente compartilhado nas redes sociais.
Inspirada por essa
campanha colaborativa, a Boitempo lança, em parceria com a Carta Maior, a
coletânea Occupy – movimentos de protesto que tomaram as ruas, a qual reúne
artigos de pensadores críticos deste novo momento da política global em que a
voz das ruas passa a ocupar o cenário. O livro será vendido a preço de custo,
graças à colaboração dos autores e ilustradores, que cederam os direitos
autorais para tornar a obra mais acessível e condizente com a proposta do
movimento.
Imbuídos não só da lucidez da crítica, mas também da esperança
e da paixão pelo engajamento, os textos apresentam alguns consensos, como a
certeza do declínio geral do capitalismo; a percepção de uma nova solidariedade
social; e a análise da ausência, até o momento, de uma definição estratégica dos
movimentos de ocupação.
Apesar de Tariq Ali dizer que saber contra quem
se luta é um importante começo, Slavoj Žižek é bem categórico ao afirmar que não
basta saber o que não se quer, é preciso saber o que se quer. O povo, de acordo
com ele, sempre tem a resposta, o problema é não saber a pergunta.
A
identificação da desigualdade social, da riqueza e do poder de 1% da população
mundial contra os 99% já está clara de acordo com João Alexandre Peschanski.
Giovanni Alves acredita que é essencial um programa coerente para a formação de
um novo movimento de organização de classe que junte o proletariado e o
precariado, mas a conclusão de Vladimir Safatle sobre o programa reformista e
regulacionista do capitalismo é categórica e controversa: “a época em que nos
mobilizávamos tendo em vista a estrutura partidária acabou”.
No
hemisfério norte, Immanuel Wallerstein e Mike Davis comemoram 2011 como um bom
ano para a esquerda, enquanto David Harvey defende a importância da união dos
corpos no espaço público. Com foco no Oriente Médio, Emir Sader analisa a
Primavera Árabe, em que a necessidade de organizações políticas é ainda maior
dada a presença dos movimentos fundamentalistas e de uma interferência militar
direta da OTAN e dos EUA.
O caso brasileiro, abordado no texto de Edson
Teles, ainda não teve movimentos da mesma magnitude que os de outros países, mas
possui a peculiaridade de mobilizar setores da juventude e de excluídos sociais.
Tais grupos foram alvo, em 2011, de uma sistemática repressão policial, desde as
marchas da maconha em São Paulo e a entrada de tropas de choque na USP até a
expulsão dos moradores do Pinheirinho e os projetos higienistas no centro das
capitais.
A extrema-direita, que revelou em 2011 a sua face mais
explícita, no massacre na Noruega, também cresce. A troika (União Europeia, FMI
e Banco Europeu) dita ordens de mais austeridade e todos os governos as seguem.
Ao que tudo indica, o duro inverno do hemisfério norte será seguido por uma
primavera politicamente quente em 2012, colocando na ordem do dia o debate sobre
a natureza e a evolução dos novos movimentos políticos que floresceram em 2011.
Poderá a indignação se tornar revolução? [Baseado na apresentação de
Henrique Soares Carneiro]
O debate de lançamento e a noite de
autógrafos do livro acontecerá no Espaço Revista Cult, dia 4 de abril,
quarta-feira, das 20h às 23h. O evento contará com a participação dos autores
Edson Teles, Giovanni Alves, Henrique Carneiro, Leonardo Sakamoto (a confirmar)
e Vladimir Safatle.
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