17 de dezembro de 2011
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Nós, direção da Associação dos
Geógrafos Brasileiros - AGB (seção São Paulo), repudiamos a decisão do reitor
João Grandino Rodas e dos dirigentes e conselheiros membros participantes do
Conselho Universitário da Universidade de São Paulo e da Comissão Processante
favoráveis à expulsão dos 6 estudantes desta Universidade, decisão publicada no
Diário Oficial da União no dia 16 de dezembro de 2011.
Estes estudantes, todos alunos de
graduação, de diferentes cursos e Unidades, foram eliminados de todas as suas
atividades acadêmicas, não podendo mais reingressar na Universidade de São Paulo
de forma nenhuma, seja por seleção de pós-graduação, concurso público ou
vestibular. Esses estudantes estavam sofrendo um processo administrativo na
Universidade desde 2010, quando ocorreu a ocupação de um andar de um dos blocos
do Conjunto Residencial da USP, o CRUSP, em um movimento legítimo de retomada
desse prédio para a residência universitária, na época utilizado pela seção
administrativa Coseas, que controla e determina todos os recursos, bolsas e
projetos de permanência estudantil.
Acreditamos que essas expulsões estão
contidas em uma estrutura de poder dentro da Universidade que se constitui de
maneira autoritária, em um Conselho Universitário no qual os seus membros não
são eleitos de forma direta pelo conjunto da comunidade universitária, em que os
representantes discentes e dos funcionários são sempre minoria e voto vencido. É
essa estrutura que criou um convênio entre a Universidade e a Policia Militar,
permitindo uma ação policial truculenta de desocupação do prédio da reitoria no
mês de novembro de 2011, quando a tropa de choque, com cerca de 400 homens,
sitiou o CRUSP, com semelhança aos acontecidos na residência universitária em 17
de dezembro de 1968.
Relembramos que hoje completam-se 43
anos da desocupação do mesmo conjunto residencial, ação realizada durante a
Ditadura Militar, 4 dias após o AI-5, quando o CRUSP foi invadido pelo exército
com tropas e tanques de guerra, e cerca de 800 estudantes moradores foram
presos.