FORMAÇÃO
DE PROFESSORES EM GEOGRAFIA/UFGD:
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
Profª Drª Silvana de Abreu
Prof. Dr. Adauto de Oliveira Souza
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Dourados – Estado de Mato Grosso do Sul - Brasil
O objetivo
deste trabalho foi analisar o processo formativo dos professores de Geografia
considerando políticas de governo instaladas recentemente no Brasil, cujas
proposições pretendem melhorar a prática do professor, o que significa um
esforço para atuar na formação do professor e na formação do sujeito, no Ensino
Básico. Consideramos para análise, nossa prática como professores de Prática de
Ensino/Estágio Supervisionado, no curso de graduação que forma licenciados em
Geografia. Entre nós, professores-supervisores dos estagiários, é comum relatos
sobre saberes geográficos propagados, na maioria das escolas, que ainda resultam
da tentativa de transposição de estudos/discursos decorrentes dos cursos de
graduação e/ou, com maior frequência, aqueles padronizados, organizados e
tornados conhecidos pelos livros didáticos. Ao mesmo tempo questiona-se o que
precisa fazer o estagiário na escola? O usual tem sido: observação/regência. A
reprodução do conhecimento e o processo formativo pautado na sala de aula,
também na formação universitária, é aspecto importante para compreendermos a
prática reprodutora/transmissora de informações que parte importante dos
professores ainda assumem e que estagiários, futuros professores, “praticam”.
Dessa forma, nos voltamos para a experiência promovida pelo Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), criado como política
governamental para promover melhorias na educação básica. O Programa concede
bolsas de pesquisa para alunos das licenciaturas participantes de projetos de
Iniciação à Docência, orientados por professor que elabora e exerce a
coordenação do Projeto, bem como bolsas para professor-tutor nas escolas
envolvidas, para dedicar-se aos projetos aprovados, dos quais também é sujeito.
Dessa forma os acadêmicos passam a ter de fato a vivencia das questões que
envolvem a escola, a formação (fora da sala de aula), inclusive participando do
planejamento escolar. Na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no
tocante ao projeto PIBID, o ganho para a formação do futuro professor, no curso
de Geografia tem se retratado em experiências registradas e também em
monografias por esses alunos/alunas. A experiência que vivenciamos no curso de
Geografia da UFGD representa a incorporação de práticas formadoras que tem
buscado superar o uso do livro didático sem, contudo, desprezá-lo, mas
permitindo que ele seja instrumento de ensino. Acompanhamos relato de trabalho
de acadêmica que se dedicou a analisar trabalho desenvolvido em duas escolas de
nível médio da cidade, em que a “visão” dos alunos, por meio das lentes
(fotografia), registrou a cidade, o bairro e a própria escola. O trabalho
apresentou o cotidiano que vivem os alunos, mas que não enxergavam. Houve debate
e crítica, inclusive, porque revelar a escola é revelar processos contraditórios
inerentes ao processo ensino-aprendizagem que se pretende construir pela “missão
escolar”, mas nem sempre realizada. A Prática de Ensino/Estágio Supervisionado
não tem conseguido superar o aulismo.
O PIBID parece ter estrutura que permite caminhar nessa direção. Crítica
possível é que as bolsas não atingem todos os alunos da licenciatura, de modo,
que muitos tem somente acesso ao Estágio Supervisionado como possibilidade de
vivência escolar. Conclui-se que enquanto política educacional, o PIBID poderia,
com as devidas avaliações e ajustes necessários, ser um formato a ser
universalizado aos alunos de cursos de licenciaturas nas Instituições de Ensino
Superior.