POLÍTICAS PÚBLICAS ACERCA DA MOBILIDADE URBANA NA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO: O CASO DO MUNICÍPIO DE
NITERÓI
Ana Raquel de Sousa
Carvalho
Mestranda em Planejamento
Territorial Urbano
Universidade Federal Fluminense (Rio
de Janeiro)
RESUMO
Estudos recentes constatam que as condições de deslocamento
cotidiano têm piorado na maioria das metrópoles brasileiras, inclusive na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro (PEREIRA; SCHWANEN, 2013). O problema da
mobilidade urbana torna-se cada vez mais grave, sobretudo nas metrópoles, pois
envolvem longos deslocamentos que muitas vezes são realizados de um município
para outro. No presente trabalho será tratado, especificamente, a questão da
mobilidade urbana no município de Niterói, um dos mais importantes da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, onde a população convive com congestionamentos
quilométricos e serviços precários de transporte coletivo. Acrescenta-se ainda a
falta de alternativas que contraponham o transporte rodoviário no município,
além da precariedade ao acesso ao município do Rio de Janeiro por moradores de
municípios vizinhos a Niterói, fato que agrava ainda mais o atual paradigma do
serviço de transporte público coletivo, em que a qualidade do serviço apresenta
déficits muito altos em relação ao valor pago pelos usuários. O crescimento das
cidades, sobretudo das regiões metropolitanas, não foi acompanhado por uma
política de planejamento urbano (SANTOS, 2005). Essa característica é refletida
nos problemas inerentes as metrópoles brasileiras sobretudo na precarização da
infraestrutura de transportes.
Niterói possui 487.562 habitantes (IBGE,2010), seu Plano Diretor,
feito em 1992, prevê a divisão municipal em cinco Regiões de Planejamento, foi
revisado no ano de 2004 para adaptação ao Estatuto da Cidade, e traz definições
de uso e ocupação do solo bem como diretrizes para o planejamento urbano da
cidade. O objetivo da pesquisa é discutir parâmetros qualitativos e
quantitativos da mobilidade, seus aspectos sócio espaciais e sua dimensão política explicitando o papel
central do Estado enquanto mentor dos grandes projetos urbanos, no caso de
Niterói, voltados para revitalização da área central da cidade e a construção de
novos túneis, mergulhões e sistemas BRT (Bus Rapid Transit). Essas grandes
intervenções apontam para mudanças expressivas nas
formas de estruturação e apropriação social do espaço metropolitano, sendo
amplamente debatidas, havendo questionamento em termos dos investimentos
realizados em infraestrutura, equipamentos e usuários a quem realmente tais
obras irão beneficiar.
Esta ponencia será expuesta durante el XVI Encuentro
Internacional Humboldt, a desarrollarse entre los días 06 y 10
de octubre próximos en San Carlos de Bariloche, provincia de Río Negro,
Argentina.