ESTUDO DE
PROCESOS EROSIVOS NA MICROBACIA DO CÓRREGO JABERÃO
E SUAS
INTERRELAÇÕES ENTRE AS SERRAS CHAPADINHA E BEBEDOURO
NO
MUNICÍPIO DE CÁCERES/MT
Marcos Figueiredo
UNEMAT- Universidade do Estado de Mato Grosso
Resumo
Este
estudo analisa os processos erosivos que estão ocorrendo na microbacia do
Córrego Jaberão, situada no Município de Cáceres/MT, a partir do monitoramento
de três voçorocas existentes no vale entre a serra da Piraputanga, serra da
Chapadinha e serra do Bebedouro, com os seguintes objetivos: monitorar os
avanços e estabilização dos processos erosivos na área de estudo; determinar as
condicionantes dos processos erosivos pelas propriedades dos solos, atividades
desenvolvidas na área e indicadores geológicos; estimativas de comprometimento
das voçorocas e o gasoduto Bolívia-Brasil.
Abstract
This study analyzes the erosive processes that they are happening in
river Jaberão rivulet, located in the Municipal district of Cáceres/MT, starting
from the monitoring of three existent gully in
worth it among the mountain of
Piraputanga, it saws of Chapadinha and mountain of the Bebedouro fountain, with
the following objectives: to monitor the progresses and stabilization of the
erosive processes in the study area; to determine the conditioned of the erosive
processes for the properties of the soils, activities developed in the area and
geological indicators; estimates of
compromising of the gully and the gas holder
Bolívia-Brasil.
Introdução
A identificação de uma porção do espaço terrestre que une a
combinação resultante da dinâmica de elementos físicos, bióticos e antrópicos
conceitua-se como geossistema, posição comum entre diversos autores (Bertrand,
1968; Guerra, 1995; Bastian & Röder, 1998; Christofoletti,
1999).
As transformações da paisagem – elemento do geossistema – ocorrem por
formas naturais, erosão, movimentos de massa, abalos sísmicos, vulcanismos,
tempestades, cheias, fatores biológicos, radiativos, astronômicos e humanos,
incluindo aí os desmatamentos, expansão agrícola e pastoril, urbanização e
outras.
Dentro deste enfoque as atividades humanas são responsáveis pela
modificação do meio natural de intensidade potencializada num curto espaço de
tempo, quando comparadas ao ritmo das condições naturais. O trinômio: potencial
ecológico, exploração biológica e ação antrópica, embutidos no conceito de
geossistema somente encontra biostasia na interrelação dos dois primeiros
agentes e a ação humana determina um geossistema em resistasia (Erhart, 1966;
Schumm, 1973).
A implantação do gasoduto Bolívia-Brasil nas encostas das serras da
Piraputanga, Chapadinha e Bebedouro, serve de exemplos quando frente à
necessidade de desvio da faixa de servidão por voçorocamentos naturais
condicionados por falhamentos geológicos locais.
Noutros trechos as encostas por estarem em terrenos de solos
instáveis por suas propriedades físicas e químicas, declividade entre
10 a
35%, e a substituição da cobertura vegetal de sistema radicular ineficiente,
apresentam evolução de ravinamentos e exemplificam as posições de Erhart,
Schumm, op cit.
Materiais
e Métodos
Foram selecionadas três voçorocas, mais representativas para o estudo
das condicionantes e se para onde elas evoluíram, haveria relação com o
Gasoduto.
Assim utilizamos metodologia de mapeamento e monitoramento proposta
por Guerra (1996) em Técnicas e Métodos Utilizados no Monitoramento dos
Processos Erosivos, onde contamos com os seguintes materiais: Folhas
Planialtimétricas do DSG escala 1:100.000 Cáceres (SE.21-V-B-II), Três Rios
(SD.21-Y-D-V) e Serra da Palmeira (SD.21-Y-D-VI); Carta Imagem do Landsat 7,
escala 1:75.000 Rota 227-071, bandas 731; GPS (Global Position System);
papel milimetrado para confecção de croquis das voçorocas em escala de 1:400;
estacas de madeira de 30cm de altura com 3cm de espessura; estacas de ferro 3/4
com 40cm de altura; gabarito de madeira para fixação em cruz de 1m x 1m;
gabarito em corda de Nylon de 5m e 20m; bússola Burton;
pluviômetro alternativo; pluviômetro aferido; chapa galvanizada para confecção
de flume, cronômetro e infiltrômetro.
Dados
Históricos
Consideramos de importância alguns aspectos sócio-econômicos, para
entendimento do uso e manejo do solo através dos tempos e compreensão da
degradação dos solos na área de estudo.
De acordo
com Piaia (1999), durante a década de 60, a ocupação da fronteira agrícola
intensificou-se com o Projeto de Integração Nacional, com manutenção da política
de colonização. Através da incorporação de novas áreas (pouco povoadas) ao
processo de desenvolvimento econômico nacional, foram criados vários municípios
e distritos, dentre os quais, o distrito de Vila Aparecida, em Cáceres, no ano
de 1972 ( Boi Branco – antigo nome da região entre os séculos XVI e
XVII).
No início da colonização, ocorreu o cultivo de produtos como o arroz,
feijão e milho, em caráter de subsistência e comercial. Posteriormente, houve o
predomínio da pecuária, como principal atividade econômica da
região.
Atualmente, a população de Vila Aparecida é de aproximadamente 2.000
habitantes envolvidos direta e indiretamente com a
pecuária.
Vila Aparecida, distante 42 km de Cáceres, é o primeiro distrito
na MT 343, no sentido Cáceres-Barra do Bugres. Em 12 km da área de estudo, onde se
encontram a Fazenda Santo Antonio, os sítios São Benedito e
São Sebastião, todas as propriedades têm como atividade principal a
pecuária de leite e corte.
Morfodinâmica do relevo relacionados com a implantação do gasoduto
Bolívia-Brasil
Cristas das serras, que fazem parte da Província Serrana, obedecem
uma direção SW-NE, concernentes à linha de falha e que caracterizam a drenagem
(paralela) e quando as fraturas ocorridas nas falhas de empurrão, essa drenagem
sofre inflexões, mudando seu curso.
Dentro deste quadro, observamos que a rede de voçorocamentos, que surge
da base da encosta à remontante, obedece a direção do mesmo falhamento, como
também a uma paleodrenagem recoberta pelos sedimentos quaternários de origem do
arrasamento dos dobramentos, que deram origem, por sua vez, às citadas vertentes
e cristas alongadas.
O canal principal que esculpe o vale entre a serra da Chapadinha e
Bebedouro não constitui uma fase terminal do modelado do relevo. As encostas
sofrem, ainda, a erosão direcionada pelos componentes geológicos; também de
igual importância, a manutenção da cobertura vegetal nativa, que permite pelo
seu sistema radicular conter a erosão de subsuperfície e finalmente as
propriedades do solo suas relações com os elementos anteriores, têm influência
capital como controladoras da erosão.
Verificou-se que o solo, quando em desarranjo de sua estrutura para a
implantação dos dutos, sofre infiltração d’água e encontra macroporos maiores
para preencher. O solo não possuindo índices sustentáveis de matéria orgânica e
argila, responsáveis pela sua coesão, desnudado e com selagem proveniente do
efeito da força cinética do impacto da gota de chuva (splash), que por
sua vez remove partículas (detachment) que são transportadas em
superfície (runnof), proporciona também que as águas de subsuperfície
fluidifiquem o mesmo, ocorrendo assim um colapso em superfície com seu
rebaixamento (Figura 1).
Fotos: M. Figueiredo (2002)
Figura 1 – Detalhes do rebaixamento no solo na faixa de domínio do
Gasoduto.
Observou-se que o mesmo efeito ocorria nas margens da MT-343 nas
proximidades das voçorocas, devido à construção do leito da rodovia sem a
compactação adequada, como também em diversos pontos, onde ao invés do solo
rebaixar, a erosão de subsuperfície formou concavidades a partir do fluxo
fluidificado do solo, os quais também são denominados de
pipes.
Vale lembrar que a compactação não é um uso recomendado, pois ela
propicia o mesmo efeito de colapso do solo e formação de ravinas e voçorocas.
Isto porque o fluxo d’água de subsuperfície ocorre onde as condições de
agregabilidade são desfavoráveis para manter o solo coeso, ocorrendo portanto
sua fluidificação, independente da profundidade de compactação.
Portanto, o que desacelera o processo é a manutenção da
agregabilidade de superfície, para que com as interações solo, teores de argila
e matéria orgânica e vegetação, permitam menor erodibilidade.
Os estudos integrados dos tipos de cobertura vegetal, com sistema
radicular adequado às condições de solo impactado, são igualmente essenciais
para recuperação de áreas erodidas, minimizando os custos de manejo e ambiental,
pois quando essas não são recomendáveis e não há preocupação de pesquisa da
integração desses estudos, os danos se repetem, onde o solo em fase de colapso,
possui uma cobertura de gramíneas, não indicadas para a degradação
presente.
As medidas paliativas encontradas na área de estudo mostram que a
interação proposta acima, pouco se faz presente. As contensões existentes não
são eficazes na erosão de subsuperfície e superfície. A preocupação maior na
implantação dessas contensões foi a erosão superficial . Elas retêm ao máximo a
aceleração do fluxo das águas, mas não impedem o solopamento em sua base, ou
laterais, pois aí o solo encontra-se desagregado e sem proteção, erodindo
novamente.
Para que
se compreenda como uma medida de contensão deva ser eficiente, é necessário
entender a importância dos processos erosivos e suas conseqüências. Assim, uma
análise de solos com problemas de uso e manejo, depende não apenas da
quantificação das taxas de perda de sedimentos.
Vários estudos (Morgan, 1986; Evans, 1990 in Guerra, 1995; Bryan,
2000 entre outros), direcionaram a compreender o balanço da produção e remoção
de sedimentos em função da estrutura do solo, geração de runoff , balanço
hídrico do solo, formação de pipes, geração de crostas e relações da
densidade do solo com a porosidade, o efeito da matéria orgânica nos
argilo-minerais e finalmente a relação solo-encosta-clima-vegetação. Esta, como
podemos observar num trecho da faixa de domínio do gasoduto na Fazenda São
Sebastião, tem relação importante na contensão de sedimentos, não só pelo seu
sistema radicular, mas pela função de proteção e produção de húmus que exerce no
solo.
Não raro podemos observar um exemplo claro da importância dessa relação,
pois no final da estação chuvosa vemos a necessidade da reposição da cobertura vegetal, que foi consumida
por animais das propriedades ou sucumbida pela erosão laminar, a qual não
encontrando resistência nas raízes da cobertura, é levada para as partes mais
baixas, juntamente com os sedimentos, aflorando as contensões em
subsuperfície.
Neste caso, a densidade da cobertura vegetal não influenciou a contento
para impedir o escoamento superficial e permitir maior infiltração, pois a
relação entre o tipo de cobertura vegetal e a textura do solo da área
apresentou médias de: 74,11% de
areia, caracterizando solo como arenoso, uma densidade aparente de 1,81
g/cm3 (solos compactados), 1,13% baixo teor de matéria orgânica
apresentando agregados instáveis, onde os estudos (Greenland et al., 1975
e De Ploey & Poesen, 1985, in Guerra, 1995)
consideram limites de solos friáveis índices menores de matéria orgânica entre
2,0 e 3,5%. Os índices encontrados
são bem inferiores a estes limites e por fim, a média da declividade na área (
20o equivalente a 34,4 %), caracterizando um declive moderado. Todos
estes fatores deveriam resultar numa escolha diferenciada de cobertura vegetal,
que permitisse conter mais os sedimentos a partir desses
dados.
Sabe-se, entretanto que os estudos destas relações, e a implementação
de contensões com relação à declividade das encostas, para obter melhores
respostas em resistência à erosão, maximizaria o custo da obra e mesmo a
manutenção encontrada nas contensões retificadas, não são garantias que estejam
sendo feitas em todo o trajeto da faixa de servidão.
Numas das propriedades (Fazenda São Benedito), da área estudada
mensurou-se uma voçoroca que apresenta uma área de 12.871 m2
ou 1,28
ha,
comprimento de 256,9m e
volume de 58.820
m3. Sua largura e profundidade foi medida com
um espaçamento de 20 em 20
m e obteve-se: larguras de 60,8 m; 60,4 m; 70 m; 70,3 m; 69,8 m; 70,2 m; 71m; 72 m; 70,9m;
70,2 m e
69 m e
profundidades de 9,14
m; 8,7
m; 7,6
m; 6,9
m; 6,5
m; 6,3
m; 5,9
m; 5
m; 3,7
m e 2,6
m do cume ao sopé da mesma.
Nela encontramos deposição de solos residuais originados das encostas
de entorno, efeito da denudação do solo pelo uso inadequado das queimadas para
expansão de pastos.
A
encosta (onde estão enterrados os dutos), apresenta-se denudada e a lateral da
voçoroca, onde também sofreu desvio da implantação dos dutos, mostra num
primeiro momento uma cobertura vegetal recobrindo as barreiras de contensão, mas
após as primeiras chuvas esta afloram, devido a inadequação das gramíneas
colocadas (sem sistema radicular eficiente na contensão de sedimentos) e as
propriedades do solo da área.
Esta
lateral foi escavada no primeiro momento da implantação dos dutos, porém
soterrada logo após da certificação de que os mesmos estavam sendo colocados
atravessando a voçoroca. Com o desvio, os dutos romperam uma ruptura de declive
para logo subirem a encosta da serra da Chapadinha.
O
efeito da denudação com afloramento das contensões feitas na estação seca, que
com as chuvas e o escoamento laminar, apareceram na
superfície.
Verifica-se que a vegetação é inexpressiva na contenção dos solos,
dentro da faixa de implantação dos dutos.
Os maiores teores encontrados na composição dos solos desta voçoroca
são de areia que variam de 29,95 % a 67,10 % e se concentram na área
intermediária da mesma, onde foi verificada a presença das
contensões.
Esta característica dificulta a permanência de capim (Brachiária
Humidícula (Pnnisetum pupurim schumach) usado como cobertura
vegetal.
Na área plana da ruptura de declive, encontramos várias erosões
provenientes da selagem do solo, da falta de cobertura vegetal para conter o
efeito da energia cinética da chuva, baixos teores de matéria orgânica, que agem
na textura dos solos aumentando sua erodibilidade.
Esta
área plana já se encontra dentro da faixa de domínio do gasoduto. O solo
desestabilizado e erodido da voçoroca está 33 m desta faixa.
Os siltes são partículas, que em maior concentração, proporcionam
maior selagem e os encontrados na Fazenda São Benedito, dão o caráter
areno-siltoso nos solos da faixa de domínio do gasoduto.
A estabilidade dos agregados é controlada pelos teores de argila e
matéria orgânica, sendo um dos fatores mais importantes da hidrologia do topo do
solo (topsoil) na sua erodibilidade em superfície. Onde vários
estudos (Yariv, 1976; Valentin & Bresson, 1992; Sumner, 1995; Sumner, &
Stewart, 1992; Guerra, 1995 e Bryan, 2000) demonstram a redução interna dos
agregados; as chuvas quebram os solos em diversas partículas, que formam crostas
e dificultam a infiltração da água.
Algumas
estacas de monitoramento 2,64
m, o que representa 52,8 % do total de
5 m da
borda onde foi fixada; isto num período de duas estações chuvosas, sendo
portanto um recuo de 1,32 m/ano; em 5 anos poderemos ter 6,6 m. Para atingir a faixa de
domínio seriam necessários cerca de 17 anos.
Esta
voçoroca foi monitorada nas condições já existentes na área; isso não quer dizer
que não haja formações de dutos de subsuperfífice que não possam ser vistos e
que ainda sustentam o topo do solo, pois as condições textura, teores de argila
e matéria orgânica, falta de cobertura vegetal adequada e as relações de
declividade e clima na região são propícias para provocar um colapso deste solo,
formando novas voçorocas.
As
contensões laterais solapadas na parte inferior apresentam maior eficácia apenas
na desaceleração da remoção de sedimentos superficial, porém o trabalho das
águas de subsuperfície, encontrando solo neste trecho com 36,45 % de teor de
agregado maiores de 1,0
mm e 32,71 %
menores de 1,0
mm que são mais facilmente transportados nos pequenos
espaços encontrados nas referidas contensões.
Assim como
a drenagem as ravinas e voçorocas obedecem um condicionamento dos falhamentos
que quebram a continuidade das cristas alongadas do relevo do vale. Aliados as
propriedades destes solos, cobertura vegetal, declividade as fissuras
encontradas, na faixa de servidão, podem ser também influenciadas nos sentido
dos falhamentos o que poderá acarretar em maior demanda de manutenção dos dutos
e constante re-recobrimento da vegetação.
Os baixos índices de matéria orgânica encontrados na área de estudo
(média de 1,13%), apresentaram em algumas amostras índices de 0,27%, o que
mostra solos com baixa estabilidade dos agregados, conseqüentemente susceptíveis
à erosão.
Encontramos correlação entre a densidade aparente e o teor de matéria
orgânica nas amostras de solos coletadas na área de estudo, onde observamos que
na medida em que o teor de matéria orgânica diminui, ocorre um aumento da
densidade aparente, conseqüentemente, aumentando a ruptura dos agregados pela
falta de coesão de matéria orgânica e também sua compactação, permitindo a
formação de crostas na superfície, o que comprova estudos de Hambil & Davies
(1977,
in Guerra, 1995) (Figura 2).
Figura
2 - Gráfico da correlação entre Densidade Aparente e Matéria Orgânica
com linhas de tendência exponenciais mostrando quanto maior o teor de matéria
orgânica menor a densidade aparente.
Os solos, que exemplificam esta tendência, são os encontrados na
voçoroca e na área da Fazenda Santo Antonio, já que apresentam evidentes
formações de crostas com altos índices de densidade
aparente.
A caulinita é um indicador de solos que sofrem alta lixiviação e,
portanto indicador de solos erodidos ou que sofrem ação constante das
intempéries, sua presença foi evidenciada nas amostra feitas em difractograma de
raio-X, coletada em solos na Formação Bauxi e Moenda (Figura
3).
Figura
3 - Difractograma de Raio-X de amostras de solo coletadas
anteriormente na área da Província Serrana, mostrando a predominância do
argilo-mineral caulinita na Formação Bauxi e Moenda, indicador de solos
lixiviados.
Conclusão
Em suma vale ainda lembrar que as observações de manutenção das
encostas da serra da Chapadinha na faixa de domínio na Fazenda São Benedito, não
se tem comprovação que são feitas em todo o trecho da faixa de domínio do
gasoduto até Cuiabá, onde percorrem várias outras
encostas.
As áreas das fazendas onde o uso e manejo sobre solos erodidos não
demonstram adequação pelas propriedades físicas e químicas evidenciadas permitem
que sejam consideradas algumas recomendações, como: incorporação da cobertura
morta das colheitas; plantio direto; consorciamento de culturas; calagem;
adubação orgânica; adubação mineral; adubação verde; rotação de culturas;
cultivo em curva nível; evitar culturas em faixa, somente no sentido das águas;
evitar escarificação do terreno; controle de voçorocas através de barragens e
terraços no final das curvas de nível; reflorestamento com espécimes
nativos.
Dessa forma, este
trabalho, além de fazer um diagnóstico dos processos erosivos, na área de
estudo, prevê também a sua expansão, com sérios riscos para o gasoduto, caso não
sejam tomadas pelo menos algumas das recomendações aqui
propostas.
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