A
EXPANSÃO TERRITORIAL URBANA DO MUNICÍPIO DE DEODÁPOLIS- MS:
O
SURGIMENTO DOS JARDINS
Sara Livino de Jesus
Resumo:
Este trabalho traz algumas considerações sobre o modo que vem ocorrendo o
crescimento da cidade de Deodápolis, a partir da abertura de loteamentos no
município no ano de 2006, considerando o atual contexto econômico, político e
social porque passa o município permitindo novamente o aquecimento do mercado
imobiliário. A abertura de loteamentos no município não é algo novo, uma vez que
o registro da implantação do primeiro loteamento ocorreu no mês de Setembro do
ano de 1972, sendo que até 1987 houve a implantação de 11 (onze) loteamentos.
Deste modo, a iniciativa privada foi primordial para o surgimento da cidade, bem
como para a sua expansão territorial. O município passa em seu atual contexto
por mudanças que permitem mais uma vez a abertura de loteamentos através da
iniciativa privada, fato que se explica pela intensificação da indústria
sucroalcooleira no Estado de Mato Grosso do Sul. Assim, consideramos que a atual
conjuntura política e econômica nacional e internacional está se refletindo
novamente na expansão territorial da cidade de
Deodápolis.
Abstract: This work brings some considerations
about the way that comes occurring the growth o Deodápolis city, from opening of
plots in borough in 2006, considering the present thrifty setting, political and
social because passes the borough allowing again the heating real estate market.
The opening of plots in borough isn´t some new, once that the register of
implantation the first plots occurred in September, 1972, being that until 1987
there was an implantation of 11 ( eleven) plots. This way, the private
enterprise was primordial to emergence of city, well as to territorial
expansion. The borough passes its context present by changes that allow more
once the opening of plots through private enterprise, fact that explains by
heighteing of sugar cane industry in Mato Grosso do Sul. So we consider that the
political juncture , nacional and internacional thrifty is reflecting itself
again in territorial expansion of Deodápolis
city.
- AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO
URBANO
Entender a cidade não é tarefa fácil, pois sua configuração nem
sempre permite entender a natureza de suas formas, por isso é indispensável ir
além de sua aparência. É preciso entender que as contradições que aparecem na
cidade são resultantes das desigualdades sociais que se consolidam nos
diferentes modos de apropriação do espaço, (CARLOS,
2005).
Tornar-se proprietário de uma parcela do solo urbano é um dos
maiores obstáculos enfrentados pela maior parte da população brasileira. O
trabalho remunerado aparece como única alternativa para que isto ocorra, exceto
ocasião em que ocorre a doação de lotes ou de moradias por parte do poder
público.
As
dificuldades enfrentadas pelos não proprietários podem ser explicadas por meio
da análise que Ribeiro faz sobre a estruturação do espaço urbano e do mercado de
terras, partindo da seguinte constatação:
[...] o fato de que a terra é um bem não-produzido que, portanto,
não tem valor, mas que adquire um preço. [...] É a procura que suscita o preço
da terra e não o encontro no mercado de produtores e compradores de solo. [...]
Em outras palavras, é necessário colocar como premissa de análise que os preços
fundiários são formados a partir da hierarquia de preços gerada pelas várias
demandas dos agentes capitalistas que valorizam seus capitais através da
utilização e da transformação do uso do solo urbano. ( RIBEIRO 1982,
p.32-33)
Rodrigues (2003) também traz algumas considerações importantes.
Um aspecto essencial da terra urbana é este: ter um preço que não
é definido pelo valor de produção. É uma mercadoria sem valor, cujo preço é
definido pelas regras de valorização do capital em geral, pela produção social.
(p. 19).
A
análise que pode ser feita no caso específico do não proprietário é que o preço
a ser pago por uma parcela do solo urbano depende de sua condição financeira,
pois a formação do preço da terra está associada primeiramente a valorização do
capital “aplicado” pelo capitalista no espaço urbano.
Para
Rodrigues: “O processo de urbanização é decorrente da apropriação para
diferentes usos: industrial, comercial, residencial, serviços, produção e
circulação de infra-estrutura”. (2003, p.24). Assim, a forma de apropriação do espaço
urbano para os diferentes usos vai depender dos rendimentos específicos que cada
um vai obter. Por conseguinte, dificultando a aquisição da parcela do solo
urbano às classes de menor renda. Dentre as causas apontadas para entender as
contradições que existem na cidade capitalista Ribeiro ressalta outro aspecto
importante a partir da construção do espaço urbano: “O espaço construído
representa uma força produtiva socializada, da qual cada capitalista procura
apropriar-se para valorizar seu capital em melhores condições.” E afirma: “este tem a propriedade de
tornar o trabalho social mais produtivo de mais-valia”. (RIBEIRO, 1982, p.34). A síntese fica
então por conta da reflexão de Rodrigues: “Cidade produzida socialmente e renda
apropriada individualmente”
(RODRIGUES, 2003, p.20).
Para
que haja a possibilidade de manifestação das especificidades da apropriação do
espaço urbano com a finalidade de valorização do capital, como a concentração
das atividades produtivas, existe uma condição
fundamental:
[...] Mas o surgimento desses efeitos úteis de aglomeração depende
da existência de um sistema espacial de objetos imobiliários. O sistema espacial
de objetos imobiliários é a base física da formação do valor de uso complexo.
Ele nasce da articulação quantitativa, qualitativa e espacial de vários valores
e uso específicos: vias de transportes e comunicações, sistema de captação,
tratamento e distribuição de água, [...] moradias, praças, parques, sistema de
abastecimento etc. (RIBEIRO, 1982, p. 34-35).
No
contexto desta discussão começa então a ser evidenciado os agentes produtores do
espaço urbano. Podemos então apontar, proprietários fundiários, capitalistas,
não proprietários e o Estado, como os agentes responsáveis pela sua
estruturação. Por conseguinte, os responsáveis por sua configuração espacial
encontram-se envolvidos no interior de suas contradições e
complexidades.
A
condição básica para a análise do espaço urbano está na condição do solo urbano
como mercadoria. Para Sposito: ”O solo urbano pode ser consumido em atividades
produtivas ou para a habitação. Para ser consumido, é necessário que seja
produzido para aparecer no mercado como mercadoria.” (2001, p.97). No caso da abertura de
loteamentos os agentes envolvidos são: proprietário fundiário, loteador,
empresas especializadas para execução dos serviços, corretor, o Estado, e os
interessados em se tornar proprietários. A atividade desenvolvida por cada um
coloca no mercado, então, a mercadoria “solo urbano” (SPOSITO,
2001).
Como
mercadoria é certo que o preço a ser pago pelo solo urbano vai depender
primeiramente dos rendimentos que o valor de troca irá proporcionar. No caso do
proprietário fundiário ele poderá considerar a viabilidade do negócio, se o
momento é, ou não oportuno. Para o capitalista a necessidade de valorização e
reprodução de seu capital também vai exigir dele a análise que poderá resultar
ou não na aquisição do solo urbano. Para o não proprietário resta o seu poder de
compra para adquirir a mercadoria solo urbano.
É
fundamental salientar que a reprodução do espaço urbano pode ocorrer mesmo sem o
cumprimento das exigências legais de apropriação do solo urbano. Para Rodrigues:
“[...] Está ausente a legitimidade jurídica da propriedade da terra, a
incorporação imobiliária, a indústria de edificação e por vezes até a indústria
de construção relativa aos insumos; mas produzem casas e cidades”. (RODRIGUES,
2003, p. 24).
Por
último, restaria o Estado como agente produtor, regulador e mediador entre os
demais agentes produtores do espaço urbano, ora favorecendo a reprodução e
ampliação do capital, ora fazendo papel de oposição, como discute Sposito:
É nesse momento que o Estado (poder público municipal), ao
legislar sobre o uso do solo urbano (Plano Diretor, Código de Obras), se, em
algumas resoluções beneficia diretamente o capitalista, em outras aparece como
frontal opositor, porque, apesar de tudo, o poder público também serve como
mediador entre os proprietários e os não-proprietários do solo urbano (SPOSITO,
2001, p.100).
Além de
participar com a criação de leis que regula a utilização do solo urbano e de
mediar as relações entre os agentes o Estado se encarrega de participar como
produtor através da implantação de infraestrutura provocando dessa forma a
valorização dos terrenos.
O solo urbano, então, tem a função de suporte das
diversas atividades que serão desenvolvidas na cidade para reprodução social ou
valorização do capital. Contudo, as várias finalidades a que se destina é uma
das explicações para entender a complexidade do espaço urbano, pois a terra
pode:
[...] ser suporte de processos de valorização de capitais, quando
se trata de terrenos utilizados por indústrias, empresas comerciais e
financeiras; ela pode ser suporte de atividades econômicas não-capitalistas
quando se trata de locais usados pelo pequeno comércio, pelo artesanato e pelo
camponês instalado nas fronteiras agrícolas da cidade; a terra pode também ser
usada apenas como suporte de consumo, quando se trata de terrenos utilizados
para moradias; finalmente, a terra pode servir como meio de reserva de valor,
através da compra e retenção por um agente econômico (RIBEIRO, 1982, p.
42).
A
cidade sem sombra de dúvida é objeto do processo de valorização do capital, seja
para construção de edificações como habitação, implantação de infraestrutura,
rede de serviços, entre outros, mas que contribuem para transformar a terra
urbana e torná-la susceptível de valorização. Como transformar a cidade no
lugar do bem-estar
e da equidade social, sendo diferentes os agentes responsáveis por sua
reprodução? Quais interesses prevalecem então na reprodução do espaço urbano; o
valor de uso, ou de troca? Para Carlos:
Esse conflito entre uso e troca é prático e diz respeito a uma
prática sócio- espacial real e concreta, onde o uso corresponde a uma necessidade
humana e é entorno de que surgem os
conflitos. [...] É aqui que a propriedade luta contra a apropriação de modo
evidente no espaço – a troca e o valor de troca lutam contra o uso contra o
corpo e o vivido (sem todavia se reduzir a este nível da realidade). Aqui se
revela o papel do estado fundamental na produção do espaço e da cidade. O direito a cidade se realiza nas
possibilidades reais de apropriação, pela subordinação do valor de troca ao
uso (e não o contrário), da constituição da cidade enquanto espaço de criação
superando a contradição usuário – usador. (CARLOS, 2004, p. 31-32, grifos
nosso).
A
análise trazida pela autora possibilita entender a cidade a partir das
necessidades humanas mais elementares, que se sobrepõem às exigências do
capital. A cidade nesta perspectiva não é entendida como o espaço a ser servido
de infraestrutura e serviços que a caracteriza estritamente em seus aspectos
funcionais, pois sua constituição se realizaria a partir das relações habituais
inerentes a cada modo de vida através da materialização dessas relações. Aqui o
valor de uso sobrepõe o de troca, pois para Carlos:
[...] é no uso (como
ato e atividade) que a identidade se realiza como atividade prática que sustenta
a memória, assim se revela o conteúdo da prática sócio espacial”.(CARLOS, 2004,
p. 31).
O entendimento da cidade é apontado a partir da
análise social que se traduz através da necessidade de apropriação que se
manifesta nos diferentes modos de vida. Assim:
Ela reúne todos os níveis da realidade e da consciência os grupos
e suas estratégias, [...] a vida cotidiana e a festa, comportando um grande
número de funções, a mais importante das quais esquecidas pelos funcionalistas
que é a função lúdica. (CARLOS, 2004, p.32).
O encontro de interesses que promovem as
contradições geradas no espaço urbano e que resulta na materialização dessas
relações pode ser apreendido de modo diferente. Contudo, se a cidade é alvo da
valorização do capital é primeiramente o lugar da moradia do trabalhador
assalariado, do desempregado, e da família expropriada do campo. Enfim, a cidade
é hoje condição essencial para existência humana, (CARLOS, 2004). No entanto os conflitos que emergem no
espaço urbano são resultantes de disputas provenientes das necessidades humanas
e de valorização econômica pela apropriação do mesmo espaço. É neste contexto
que procuramos entender a expansão territorial urbana do município de
Deodápolis.
- CONTEXTO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE
DEODÁPOLIS
O Estado de Mato Grosso passa a sofrer a intervenção direta do
governo federal a partir da política de colonização do Estado Novo no Governo
Getúlio Vargas (1937-1945), através da campanha denominada de “Marcha para o
Oeste”. No Sul do Estado essa intervenção ocorreu a partir da criação da Colônia
Agrícola Nacional de Dourados (CAND), no ano de 1943, tendo sua implantação em
1948. Ao analisar a política de colonização do Estado novo no antigo Estado de
Mato Grosso, Oliveira, considera que:
[...] ela deve ser entendida como parte integrante do projeto de
nacionalização das fronteiras que possibilitou, ao governo federal, um maior
controle na fronteira com as repúblicas vizinhas do Paraguai e da Bolívia. Na
referida região, o projeto colonizador da Marcha para Oeste teve, como um de
seus desdobramentos, a criação da (CAND) Colônia Agrícola Nacional de Dourados,
através da qual o governo Vargas distribuiu 6.500 lotes de terra de
30 a
50
hectares a colonos “comprovadamente” pobres, que vieram de
vários estados brasileiros, sendo a maioria da região Nordeste do País.
(OLIVEIRA, 1999, p. 215).
Ainda de acordo com a autora, as medidas adotadas pelo governo
visavam amenizar as tensões sociais, principalmente nos grandes centros urbanos
com grande número de desempregados no país ocasionados com a crise na década de
20. Assim, o projeto de colonização com a criação da CAND, visava fixar o homem
no campo e a implantação da pequena propriedade agrícola. Contudo, para ela tal
proposta não alcançou êxito, pois a maioria dos colonos vendeu seus lotes,
outros retornaram a sua terra natal, e parte dos que ficaram vivem nas cidades
que resultaram do projeto colonizador.
Outro fator que não pode deixar de ser mencionado é
que:
[...] a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, [...], fez
parte desse projeto colonizador, uma vez que possibilitou ao governo federal
interferir na região de fronteira, dominada por vários interesses de estreitas
relações de ordem político-econômica. A Empresa Mate Laranjeira, por exemplo
[...] (Ibid., p.216).
O projeto de colonização do governo Vargas, no Sul do Estado de Mato
Grosso, com a criação da CAND, objetivou, sobretudo atender aos interesses
econômicos e políticos, com a nacionalização das fronteiras, a saída da empresa
Mate Laranjeira e a ocupação dos espaços considerados vazios, uma vez que não houve
incentivos, nem tampouco recursos por parte do governo para fixar a população
nas pequenas propriedades na região. Porém, a política do governo federal para o
Mato Grosso permitiu a criação e o surgimento de centros urbanos, como as
cidades de Fátima do Sul, Jateí, Vicentina, Glória de Dourados e posteriormente
Deodápolis, este objeto de análise deste trabalho.
2.1 Histórico do Município de Deodápolis.
O município de Deodápolis, teve sua emancipação no dia 13 de Maio do
ano de 1976, pela lei N.º 3.690. Está localizado na porção sul do Estado de Mato
Grosso do Sul, abrangendo uma área de 831, 263 Km².
O território que hoje constitui o município já se encontrava
parcialmente ocupado por colonos de diversos lugares quando em fins de 1959 chegou o lavrador Deodato
Leonardo da Silva, acompanhado por 13 famílias, procedentes de Mirante do
Paranapanema – SP. A região apresentava rápido desenvolvimento devido o projeto
de colonização do governo federal, então o Senhor Deodato comprou quatro lotes
com a finalidade de implantar um núcleo urbano. O primeiro nome dado ao povoado
foi de Vila Bandeirantes que foi modificado para Vila Novo Horizonte, e
posteriormente em homenagem ao Sr. Deodato Leonardo da Silva um de seus
pioneiros recebeu o nome de Deodápolis.
A história e surgimento do município de Deodápolis ligam-se ao
contexto da política de colonização do governo federal, devido à intensa
propaganda de doação de terras na região. Assim, as relações que se
estabeleceram resultaram na produção do espaço urbano ao contrário do que previa
o projeto de colonização inicial com, a fixação do homem no campo e da pequena
propriedade agrícola (OLIVEIRA, 1999).
O período de intensa propaganda da campanha denominada “Marcha para o
Oeste”, permitiu por meio da CAND o surgimento de pequenos núcleos urbanos. Ao
estudar as pequenas cidades da região de Dourados, Bernardelli e Matushima
(2009), entendem que estas tinham como objetivo atender por meio de serviços
complementares a população da zona rural. De acordo com os autores:
As pequenas cidades no contexto em que se originaram exerciam
funções complementares ao campo, com a divisão territorial do trabalho assentada
em distintos papéis: a produção dos meios de subsistência no campo; comércio e
serviços nas cidades (vendas, lojas, beneficiadoras de grãos, bancos, etc.).
(BERNARDELLI; MATUSHIMA, 2009, p.6).
O projeto de Colonização do governo federal foi essencial para a
origem do município de Deodápolis, pois a chegada de pessoas atraídas pela
doação de terras permitiu o surgimento e intensificação de relações urbanas.
Contudo, Oliveira (1999), nos aponta que a ausência
de condições e recursos para permanência dessas pessoas nas pequenas
propriedades, teve como conseqüência a saída do homem do campo para viver também
nestes núcleos urbanos.
Tal fato permite entender a abertura de loteamentos no município,
uma vez que isto não seria possível sem a chegada de pessoas de outras regiões
do país, principalmente do Nordeste.
A partir da década de 1970 as transformações que passam a ocorrer
na região da colônia de Dourados são divergentes dos objetivos pretendidos na
implantação da CAND. Como evidencia Calixto.
Nesse mesmo período desencadeou-se na região a expansão de um
sistema agrícola ligado aos interesses agroindustriais. A introdução da lavoura
tecnificada, redefiniu a inserção da região na divisão territorial do trabalho,
transformando-a em um espaço especializado na produção capitalista de carne
bovina e grãos, visando atender à demanda do mercado internacional [...].
(CALIXTO, 2008, p. 27-28).
No
interior da lógica capitalista o projeto do governo federal que visava a fixação
do homem na pequena propriedade tomou outros rumos, pois os incentivos se
voltaram a expansão capitalista no campo com base na grande propriedade
a
partir da década de 1970. Contudo, ainda que tenha ocorrido a saída de pessoas
das pequenas propriedades a estrutura fundiária guarda permanência do projeto
colonizador.
No contexto da política nacional as estratégias políticas para região
se voltam para a expansão capitalista no campo. E o resultado será a cidade de
Dourados assumindo o papel de pólo regional do sul do estado de Mato Grosso do
Sul, pois o crescimento populacional possibilitou a intensificação e a expansão
de suas atividades comerciais. (CALIXTO, 2008).
Bernardelli e Matushima reforçam que:
Os recursos de tais políticas foram
concentrados especialmente nas cidades maiores, a exemplo da capital (Campo
Grande) e de Dourados, a segunda maior cidade do estado. Especialmente o caso da
Prodegran (Programa de Desenvolvimento da Região da Grande Dourados) foi
emblemático para a redefinição dos papéis dos municípios da região, pois esta
política, baseada na idéia dos “pólos de desenvolvimento” enfraqueceram ainda
mais os papéis das pequenas cidades, provocando a perda da sua competitividade
perante a intensificação da polarização.
(BERNARDELLI; MATUSHIMA, 2009 p. 6).
Ainda de acordo com Stein.
Diante de tais mudanças, o padrão de ocupação urbana também foi se
alterando, fruto da estratégia capitalista implementada no contexto do ideário
desenvolvimentista, dos governos militares, de criar políticas que viriam a
beneficiar cidades de porte médio. (STEIN, 2008,
p.153).
Por conseguinte, esse processo foi acompanhado pela perda
populacional das pequenas cidades. No caso específico do Município de Deodápolis
a população total do município no ano de 1980 era de 18.075 habitantes, em 1991
passou para 13.713 habitantes, e em 2000 passou para 11.350. No caso da população urbana houve um aumento pouco
expressivo da década de 1980 para 1991, passando de 7.297 para 8.920, e uma
redução em 2000 para 8.433 (BERNARDELLI; MATUSHIMA,
2009).
Isso demonstra que as transformações provenientes da intervenção do
governo federal, ao mesmo tempo em que proporcionou o surgimento de pequenos
núcleos urbanos, dentre eles o município de Deodápolis, contribuiu para que após
um período de crescimento demográfico houvesse uma perda significativa de
população em um período curto de tempo.
Deodápolis surge num
contexto de estratégias políticas nacionais direcionadas para a região que
possibilitou a transformação da terra em mercadoria, permitindo o surgimento da
cidade por meio da materialização das relações que se dão neste espaço (CARLOS,
2005).
2.2 Os Primeiros Loteamentos do Município de Deodápolis
(1972-1987).
Deodápolis surgiu de uma articulação entre a iniciativa do governo
federal e a iniciativa político privada. A abertura de loteamentos foi e está
sendo uma prática que permite entender ainda hoje o município, uma vez que maior
parte da área que o abrange foi resultado desse tipo de iniciativa. De acordo
com Silva:
[...] o loteamento é meio de urbanização e só se efetiva por
procedimento voluntário e formal do proprietário da gleba, que planeja a sua
divisão e a submete à aprovação da Prefeitura, para subseqüente inscrição no
registro imobiliário, transferência gratuita das áreas das vias públicas e
espaços livres ao Município e a alienação dos lotes aos interessados [...] (
SILVA, 1995, p. 296).
Assim, sendo o projeto de loteamento uma iniciativa privada, ele
apenas se concretiza com a aprovação do poder público municipal. Então não
restam dúvidas que o surgimento do Município de Deodápolis é resultante de um
processo, sobretudo político que permite entender as contradições e
complexidades do espaço urbano.
Os primeiros loteamentos correspondem ao ano de 1972-1987, havendo
neste período a implantação de onze loteamentos, todos privados. Posteriormente
somente no ano de 2006 ocorre a implantação de novos loteamentos, ou seja,
durante praticamente duas décadas não houve o surgimento de novas áreas
loteáveis. De acordo com Sposito (2001) no caso em que os proprietários da terra
são os comercializadores e
produtores diretos, “Há interesse
por parte desse agente que o preço da terra seja compensador para que haja essa
incorporação”, pois:
Os proprietários da terra (loteável) juridicamente são os
proprietários da renda capitalizada, que se realiza (nesse caso) quando a terra
é incorporada ao espaço urbano através da implantação de um loteamento.
(SPOSITO, 2001, p.98).
Este fator é essencial para entender que as mudanças políticas
voltadas para o desenvolvimento da região podem ter afetado a venda de lotes, de
modo que a abertura de novos loteamentos só ocorrerá após vinte anos. Isto pode
ser observado porque não houve políticas expressivas voltadas para o de
desenvolvimento econômico e social para que as pequenas cidades da região
pudessem atrair pessoas de outros lugares e frear a evasão
populacional.
3.
O SURGIMENTO DOS JARDINS EM
DEODÁPOLIS
Jardim América I, Jardim América II e
Jardim Europa
O Jardim América I foi o primeiro loteamento a
ser implantado no município após 1987. Com uma área de pouco mais de
18 ha
obteve seu registro no Cartório de Imóveis em Julho de 2006. O total de terrenos
disponíveis para venda foi de 228 dos quais 85% já foram vendidos.
O Jardim América II constituí-se de uma área com
pouco mais de 11
hectares e teve seu registro no Cartório de Imóveis em
fevereiro de 2009. Contudo, a venda dos terrenos ocorre desde 2007. O total de
terrenos disponíveis para venda foi de 145 sendo que 98% já foram
vendidos.
Ambos os loteamentos estão localizados a Sudoeste
do município, tendo a Avenida Deodato Leonardo da Silva como uma das vias
principais de acesso.
O Jardim América I e II pela sua
proximidade apresenta as mesmas características ao que se refere aos
investimentos em
infraestrutura. De
acordo com a Lei Federal 9785/99 que traz algumas alterações a Lei Federal
6766/79, institui em seu artigo I e parágrafo 4º que:
§ 4º -
consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento das
águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário e abastecimento de
água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e as vias de circulação
pavimentadas ou não.
No caso do
Jardim América I e II ambos apresentam apenas: iluminação pública, abastecimento
de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação não
pavimentadas. Quanto aos equipamentos de escoamento das águas pluviais e rede de
esgoto sanitário estes ainda não fazem parte da infraestrutura básica dos
“Jardins”.
Em relação ao
preço dos lotes este varia de acordo com sua localização dentro do loteamento,
assim as características topográficas (mais planas) e a proximidade a área
central do município ocasiona maiores preços. No interior do mesmo loteamento
podemos encontrar diferença de até 50% no preço dos terrenos. Desde o início das
vendas, em 2006, houve um aumento de 15% no preço dos terrenos devido a
intensificação da procura. A título de exemplo, um terreno
que em 2006 era oferecido a R$ 10.000 (dez mil reais), em 2009 chegou a custar
R$ 15.0000 (quinze mil reais).
A diferença
de preços ocasionou na compra dos terrenos por pessoas com renda diferenciada. A
visita aos “Jardins” permite entender melhor essa realidade, pois nos terrenos
com menor preço a autoconstrução é a característica dominante, no entanto,
também encontramos imóveis que apresentam os requisitos necessários para a
edificação e notamos também que a diferença no padrão arquitetônico das casas é
expressiva, principalmente pela sua proximidade. Outro aspecto de grande
importância é que a maior parte das moradias estão inacabadas, contudo, já se
encontram ocupadas por famílias, o que demonstra a necessidade da moradia, ainda
que precariamente edificada.
O Jardim Europa está localizado a Noroeste da
área urbana do município de Deodápolis e está próximo ao Jardim América I e II.
Contudo, não consta o Registro deste loteamento no Cartório de Registro de
Imóveis. O total de terrenos disponíveis para venda foi de 386 sendo que 85% já
foram vendidos, as vendas
foram iniciadas no ano de 2008.
A venda dos lotes do Jardim Europa e Jardim América II foi
iniciada sem o registro no Cartório de Imóveis, em descumprimento ao que propõe
o artigo 37º da Lei Federal 6766/79.
No que concerne a infraestrutura básica, o Jardim Europa possui
apenas abastecimento de água potável, energia
elétrica domiciliar e vias de circulação não
pavimentadas.
Atualmente já foram vendidos mais de 95% dos terrenos.
Os preços também se diferenciam no interior do loteamento: aqueles mais próximos
a área central da cidade custam também até 50% mais caro em relação aos mais
distantes. Quanto à área dos terrenos dos três loteamentos 95% dos lotes
correspondem ao tamanho de 300 (trezentos) m² .
3.1 O
atual contexto econômico e político do município de
Deodápolis-MS.
É certo
que somente os aspectos locais não são suficientes para entender a expansão
territorial da cidade de Deodápolis. A importância de considerar a atual
conjuntura num contexto econômico nacional e internacional é fundamental para
entender como os agentes externos participam das transformações que ocorrem no
município, pois o processo de urbanização deve ser entendido em sua relação com
a totalidade.
A
intensificação de empresas sucroalcooleiras no Estado de Mato Grosso do Sul nos
últimos anos tem ocasionado transformações que além de redefinir a atividade
econômica antes pautada na produção de grãos e na pecuária, provoca mudanças
significativas no espaço urbano.
O papel
do governo do estado tem sido decisivo para a intensificação desta atividade no
Estado de Mato Grosso do Sul nos últimos anos. Como destaca Azevedo:
Entendemos, nesse sentido, que a expansão do
capital canavieiro no Mato Grosso do Sul é parte de um processo amplo que se
espacializa em diferentes lugares do planeta, mas cujo ápice pode ser visto,
sobretudo, nos países que têm sua balança comercial voltada ao agronegócio e que
é consolidado, por sua vez, mediante o processamento de diferentes
matérias-primas. Em se tratando do Brasil, temos o domínio crescente da
atividade canavieira, a qual passa a se territorializar em áreas
tradicionalmente ligadas à pecuária, tal como no caso do Mato Grosso do Sul.
(AZEVEDO, 2008, p.18).
Neste novo contexto o espaço urbano passa a sofrer mudanças, pois
a chegada de pessoas para trabalhar na agroindústria canavieira provoca o
aumento no preço dos aluguéis, bem como no preço dos terrenos.
A Usina Eldorado distante cerca de 50 quilômetros do município de
Deodápolis foi a primeira indústria a se instalar nas proximidades no ano de
2006, atualmente ela pertence ao grupo Odebrecht. A instalação da usina
possibilitou a abertura de empregos absorvendo trabalhadores do município,
impulsionando de certa forma a economia local.
É importante observar que neste mesmo período houve a abertura dos
loteamentos no município, fato que não ocorria há vinte anos. Sobre a relação do
empreendimento com a chegada da empresa, um dos proprietários
explica:
Dois fatores permitiram o empreendimento: o primeiro é que a
geração de empregos com a chegada da usina garante a abertura dos loteamentos.
Outra característica é que a cidade por ser um entroncamento viabiliza o
crescimento da cidade, e não havia loteamento no município. (EVALDO
PEREIRA DE SOUZA).
O total de
terrenos colocados a venda foi de 756 dos quais restam apenas 8% para serem
vendidos. Tal fato demonstra que
novamente o aquecimento do mercado imobiliário foi impulsionado por estratégias
políticas, contudo num cenário econômico mais complexo, pois além da intervenção
do capital monopolista e financeiro, as condições de emprego se tornam mais
restritas, pois os novos padrões tecnológicos fazem parte do processo produtivo
das empresas, como destaca Azevedo:
Também devemos estar atentos ao fato da geração
de empregos pelas unidades produtivas do Estado, na medida em que é possível
verificar que, sobretudo as novas agroindústrias, sinalizam para redução do
quadro de trabalhadores. Um exemplo é a Usina Rio Brilhante, que apesar de
apresentar capacidade de moagem de 4,6 milhões de toneladas/ano e abranger uma
área de cerca de 50.000 hectares, pretende
empregar apenas 600 trabalhadores, o que nos remete à questão da modernização
tecnológica das novas unidades processadoras e pari passo ao desemprego
estrutural, ou seja, aqueles que são substituídos pelas máquinas e que não têm
retorno. (p.37, destaque do autor).
Deste modo, o novo contexto em que ocorre a reprodução social e do
espaço urbano no Estado de Mato Grosso do Sul estará cada vez mais vinculado as
especificidades das novas estratégias da expansão do capital numa economia
globalizada. Assim, as pequenas cidades também são influenciadas direta ou
indiretamente pelas conseqüências da intensificação da agroindústria
sucroalcooleira no Estado.
4.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
As políticas de desenvolvimento para a região
feitas pelo governo federal com o intuito de estabelecer o seu domínio através
do povoamento permitiu um maior fluxo migratório para o Sul do Estado de Mato
Grosso do Sul, por conseguinte, a materialização das relações humanas
condicionadas pelas necessidades inerentes de sobrevivência deu origem as
transformações deste espaço (CARLOS, 2005). Deste modo, o papel desempenhado pelo
Estado foi fundamental para o surgimento de novas cidades no Centro-Oeste do
Brasil.
É importante destacar que o processo de
urbanização na região da CAND está diretamente ligado aos rumos da política
nacional, pois esta direciona e prioriza os setores aos quais serão destinados
maior volume de capital, por conseguinte, originando centros urbanos
polarizadores, como a cidade de Dourados
(BERNARDELLI; MATUSHIMA, 2009). Contudo, o que prevalece nesta análise é
o que os vestígios do projeto de colonização podem ser evidenciados, como uma
herança espacial mesmo onde não houve incentivos diretos do capital monopolista,
como nas pequenas cidades resultantes deste
processo.
Outro fator decorrente do projeto de colonização
é que alguns dos pioneiros destes lugares conseguiram exercer (outros ainda
exercem) grande influência na política local, ou tornando-se prefeitos dos
municípios que resultaram do projeto de colonização, em alguns casos tornaram-se
grandes proprietários fundiários, como o Sr. Deodato Leonardo da Silva. Assim,
verificamos que Deodápolis resultou da ação de grupos locais que a partir de
seus interesses conduziram a expansão territorial do
município.
O que mais nos chamou a atenção durante a
pesquisa foi o fato do município não ter avançado no que se refere às políticas
de planejamento urbano, pois a cidade ainda não apresenta legislação específica
de ordenamento do solo urbano. Outro aspecto é que a maior parte da área que
compreende o município foi loteada. Compreendemos então que a cidade foi
estrategicamente pensada, mesmo que sua expansão esteja ligada ao contexto
político e econômico nacional.
Deste modo a cidade apresenta características
marcantes de sua formação como: infraestrutura precária, irregularidade
fundiária decorrente dos primeiros loteamentos e oligarquias com grande
influência na política local.
Consideramos que a expansão territorial do
município ocorre de forma precária. Isto se revela na venda de lotes
irregulares, bem como as condições precárias em que são comercializados, o que
futuramente pode acarretar maior encargo social se os loteadores não suprirem os
loteamentos com toda infraestrutura adequada, deixando-a cargo do poder público (RODRIGUES,
2003).
Observamos também que a ausência de maior
regulamentação por parte do governo federal aos municípios principalmente na
forma de administração acarretou no município certo descaso com a administração
pública. Não vemos a descentralização política, bem como a Constituição de 1988
que confere autonomia aos municípios, como algo negativo, contudo, como um
ganho, pois os municípios podem se organizar a partir de suas necessidades
locais.
No entanto, verificamos que o município de
Deodápolis sofre com sua própria autonomia administrativa, pois ainda não se
desvencilhou das amarras políticas que lhe deram origem. Isto melhor se expressa
na conivência com a irregularidade na expansão urbana do município. Devemos
então, considerar o que Martins enfatiza:
[...] as elites estão sobrerrepresentadas no
cenário e nas instituições políticas. Os estados atrasados dominados pelo
clientelismo político e pela política do favor, estão mais representados do que
os estados mais modernos, onde predominam eleitores que votam como cidadãos
(MARTINS, 1997, p.29).
Entendemos que o crescimento territorial do
município ocorre no interior de antigos moldes inserido em um novo contexto.
Assim, consideramos que os efeitos diretos da política nacional e internacional
que vem redefinindo o papel econômico do estado de Mato Grosso do Sul, está se
refletindo novamente na configuração da cidade de
Deodápolis.
Queremos enfatizar que este trabalho traz apenas
algumas considerações para pensarmos as condições que estruturam e configuram
espacialmente uma cidade pequena como Deodápolis, mas nossa contribuição reforça
a leitura de que o processo de reprodução do espaço urbano aponta para a
discussão da totalidade, ou seja, da realidade da constituição da sociedade
urbana (CARLOS, 2004).
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Graduada em Geografia (Licenciatura) pela
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul –
UEMS.