OS AGENTES DA
PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO NAS CIDADES MÉDIAS
WORKERS IN THE PRODUCTION OF URBAN SPACE IN THE INTERMEDIANTE
CITIES
Alexandre Bergamin Vieira
RESUMO
O processo de produção do espaço urbano das cidades médias
brasileiras é bastante diferenciado daquele que ocorre nas áreas metropolitanas.
Não é também reflexo diferenciado dos processos que ocorrem nas metrópoles,
conforme observamos nos autores que apontam para a questão da metropolização dos
espaços, para quem os processos e dinâmicas que ocorrem nas metrópoles são
disseminados para as cidades médias e pequenas, fazendo com que nelas os espaços
intraurbanos se configurem de acordo com os padrões metropolitanos. No
entanto, em virtude da ausência de movimentos sociais urbanos expressivos e/ou
organizados, capazes de disputar ou alterar o jogo de forças entre os agentes
produtores do espaço urbano, tais cidades ficam à mercê dos interesses
financeiros e econômicos dos proprietários de terras, dos loteadores e
incorporadores imobiliários e de empresários do setor da construção civil e, com
raras exceções, o Poder Público Municipal tem atuado de acordo com os interesses
destes agentes, uma vez que, na maioria das vezes, é expressão desta base de
sustentação política. Dessa forma podemos caracterizar as cidades médias pela perversidade do processo de
exclusão social, que é orquestrado e planejado pela classe dominante. Nesse
sentido poderíamos afirmar que uma das principais fundamentações de sua
ocorrência na escala intraurbana, em termos espaciais, seria a necessidade do
controle deste mesmo espaço urbano pela classe dominante. E, para que isso
ocorra, tornando-a uma das principais causas da existência da exclusão social,
em sua dimensão espacial, temos a presença, dentro do modo capitalista de
produção, da propriedade privada da terra, mais especificamente, do solo/terreno
urbano.
Assim, procuraremos evidenciar neste texto como os agentes do mercado
imobiliário e do Poder Público Municipal produzem um espaço urbano pautado na
exclusão social que gera uma cidade patrimonialista e
segmentada.
PALAVRAS
CHAVE: Mercado imobiliário, Poder Público Municipal, produção do
espaço
urbano, cidades médias.
ABSTRACT
The process production of urban space in the intermediate cities is very different from that which occurs in metropolitan areas. There is also a consequence of
different processes that occur in cities, as noted in the authors pointed out
that the issue of spaces of the metropolis, for whom the processes and dynamics
that occur in cities are disseminated to the medium and small cities, making
them the intraurbanos spaces are configured according to metropolitan standards.
However, due to the absence of significant urban social movements and / or
organized, able to play or change the balance of forces between agents producers
of urban space, these cities are at the mercy of financial and commercial
interests of the landowners, the housing lot makers and project developers and
entrepreneurs in the construction industry and, with rare exceptions, the
municipal government has acted in accordance with the interests of these agents,
since, in most cases, this basis is an expression of political support. Thus we
can characterize the medium-sized cities by the perversity of the process of
social exclusion, which is orchestrated and planned by the ruling class. In this
sense we can say that one of the main foundations of its occurrence in the range
intraurbana, in spatial terms, it would be the need for control of the same
urban space by the ruling class. And for that to happen, making it one of the
main causes of the existence of social exclusion in its spatial dimension, we
have the presence, within the capitalist mode of production, private ownership
of land, more specifically, soil / urban terrain . Thus, we will seek evidence
in this text as the agents of the property market and the municipal government
ruled produce an urban social exclusion in a city that generates patrimonial and
segmented.
KEYWORDS:
property market, municipal public power, production of urban space, intermediate
cities
INTRODUÇÃO
O processo de produção do espaço urbano das cidades médias brasileiras é
bastante diferenciado daquele que ocorre nas áreas metropolitanas, conforme
aponta o estudo de Sposito (2004). Não é também reflexo diferenciado dos
processos que ocorrem nas metrópoles, conforme observamos nos autores que
apontam para a questão da metropolização dos espaços (LENCIONI, 2003), para quem
os processos e dinâmicas que ocorrem nas metrópoles são disseminados para as
cidades médias e pequenas, fazendo com que nelas os espaços intra-urbanos se
configurem de acordo com os padrões metropolitanos.
No entanto, em virtude da ausência de movimentos sociais urbanos
expressivos e/ou organizados, capazes de disputar ou alterar o jogo de forças
entre os agentes produtores do espaço urbano, tais cidades ficam à mercê dos
interesses financeiros e econômicos dos proprietários de terras, dos loteadores
e incorporadores imobiliários e de empresários do setor da construção civil e,
com raras exceções, o Poder Público Municipal tem atuado de acordo com os
interesses destes agentes, uma vez que, na maioria das vezes, é expressão desta
base de sustentação política.
Várias pesquisas realizadas em cidades médias do interior paulista pelo
CEMESPP (Centro de Estudos e Mapeamento da Exclusão Social para Políticas
Públicas) e pelo GAsPERR (Grupo de Pesquisa Produção do Espaço e Redefinições
Regionais)[2] destacam alguns aspectos
relacionados a atuação destes agentes da produção do espaço intra-urbano das
cidades médias que promovem, acirram e reforçam a banalização das desigualdades
sociais e espaciais nelas, conforme afirmamos em trabalho anterior (VIEIRA,
2009).
Assim, a seguir destacaremos, brevemente, como os agentes do mercado
imobiliário e o Poder Público Municipal em cidades médias, produzem um espaço
urbano caracterizado pela banalização das disparidades sociais entre os bairros
da classe social mais favorecida e os bairros da classe menos favorecida,
configurando uma cidade patrimonialista e segmentada (VIEIRA, 2009) em
detrimento da metrópole que se caracteriza como corporativa e fragmentada
(SANTOS, 1990).
A ATUAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO
As cidades médias são caracterizadas pela perversidade dos processos de
inclusão/exclusão social, que são orquestrados e planejados pela classe
dominante (VIEIRA, 2009). Nesse sentido poderíamos afirmar que uma das
principais fundamentações de sua ocorrência na escala intra-urbana, em termos
espaciais, seria a necessidade do controle deste mesmo espaço urbano pela classe
dominante. E, para que isso ocorra, tornando-a uma das principais causas da
existência da exclusão social, em sua dimensão espacial, temos a presença,
dentro do modo capitalista de produção, da propriedade privada da terra, mais
especificamente, do solo/terreno urbano.
Portanto, a existência da propriedade privada da terra, no caso, do
terreno urbano, eleva-o à característica de mercadoria. Ou seja, para possuí-lo
é necessário adquirí-lo através do processo de compra e venda, no mercado. Mas,
como se sabe, nem todos têm condições de acesso a essa mercadoria dado o seu
alto valor unitário frente a outras mercadorias, conforme afirma Rodrigues
(1994).
É interessante apontarmos que nem sempre a terra ou terreno urbano foi
considerada uma mercadoria. Pelo contrário. Até o século XIX havia uma intensa
disputa entre os diversos atores sociais com relação a ideia de comercialização
da terra e, consequentemente, do solo e do terreno urbano, como aponta Polanyi
(2000), pois até esse período, o sistema econômico, inclusive o mercado livre,
eram absorvidos pelo sistema social. No entanto, a partir dessa mesma época o
sistema social passou a ser subordinado completamente pelas leis de mercado e a
terra (terreno urbano), que até este momento não era tida como mercadoria, passa
a se configurar como tal como aponta o próprio Polanyi
(2000).
Assim,
denota-se que a propriedade privada da terra promove a exclusão social, nos dois
sentidos que ela assume na sua dimensão espacial – os espaços da
exclusão
social e os excluídos
sem lugar (VIEIRA, 2009, p.80). Ou seja, cria, paralelamente, os territórios da
exclusão social, principalmente nas periferias urbanas em seu sentido geográfico
e não apenas geométrico, para aqueles que têm condições de adquirir um pedaço de
terra, muitas vezes clandestino, irregular ou ilegal, ou mesmo através da
ocupação desses mesmos espaços, através de movimentos espontâneos ou
organizados. Ao mesmo tempo, cria os excluídos sem espaço, desprovidos de
qualquer condição material de adquirir esta mercadoria terreno, além de já serem
destituídos de outros bens materiais e simbólicos.
Dessa forma, podemos perceber claramente a importância e a influência
exercida pelo mercado imobiliário e devemos deixar claro que não o entendemos
como algo autônomo, que atua por vontade própria. Ou seja, reconhecemos que por
trás das ações do mercado encontram-se grupos de interesse os mais variados
possíveis.
Além disto, o mercado imobiliário também exerce sua influência no
processo de inclusão/exclusão social a partir da construção de cenários e
necessidades imaginárias bem como da (in)segurança urbana, vendidos para uma
parcela da população em busca de diferenciação e status social, através de grandes
campanhas de marketing, como por exemplo, a venda de lotes/terrenos a preços
elevados em condomínios e/ou loteamentos fechados, horizontais ou verticais,
conforme podemos observar em diversos trabalhos, tais como os de Sposito (1991 e
2004) para as cidades de São José do Rio Preto e Presidente Prudente, Ramires
(1999) para a cidade de Uberlândia e Silva (1999) e Calixto (2000) para
Dourados.
Vários trabalhos recentes demonstram a força destes processos nas cidades
médias paulistas, como a pesquisa desenvolvida por Sposito
(2004).
Nesse sentido, Maricato (2000, p.159) afirma que a escassez de moradias e
a segregação territorial são produtos de um mercado imobiliário que, entre
outras coisas, vende o cenário e a paisagem urbanas como signos de distinção de
renda e de poder, “fazendo do comprador do imóvel um investidor” (SMOLKA, 1989,
p.51), tornando o valor de troca do imóvel mais importante do que o seu valor de
uso, acirrando, dessa forma, os processos excludentes no interior dos espaços
urbanos brasileiros.
Depreende-se também a importância do mercado imobiliário ser um dos
principais agentes da produção do espaço (intra)urbano, como aponta Smolka
(1989) ou como Sposito (1996, p.79) ao afirmar que “os interesses fundiários e imobiliários
desempenham um papel primaz no processo de produção e estruturação do espaço
urbano”.
Podemos depreender disso que o mercado imobiliário influencia diretamente
no processo de planejamento e gestão das cidades, acabando por impor um
planejamento urbano antidemocrático, a favor exclusivamente de seus interesses,
promovendo a manutenção e o aumento das desigualdades e da diferenciação social
acirrando, assim, o processo de exclusão social.
Um outro fator importante de se destacar com relação à influência do
mercado imobiliário na produção do espaço urbano e na estruturação do processo
de exclusão social, tanto nas cidades médias como em outras realidades urbanas é
a propriedade fundiária ou imobiliária se tornar não apenas um valor de uso, mas
também um valor de troca para o seu proprietário, fazendo com que os lucros
auferidos pelos proprietários fundiários ou pelos incorporadores sejam cada vez
maiores e, por outro lado, o acesso a esse “direito” que é a moradia se tornar
um sonho cada vez mais distante das classes de menor renda, como se pode
analisar a partir de Smolka (1987, p.51).
Nas cidades médias esse elemento é fundamental para a distinção
patrimonialista entre as diferentes classes sociais, ou seja, conforme a
localização da moradia seu valor de troca se supervaloriza, segmentando a
sociabilidade e diferenciando seu patrimônio.
Por isso, as disputas pela apropriação das rendas imobiliárias ou
fundiárias são extremamente acirradas nas cidades médias paulistas (SPOSITO,
1990) pelas elites socioeconômicas e políticas locais. São estas disputas que
determinam os destinos e o desenvolvimento das cidades, fazendo com que
determinadas regiões ou espaços da cidade sejam mais valorizadas do que outras
(valorizando o patrimônio de determinadas classes sociais). Como exemplo deste processo/mecanismo
nas cidades médias brasileiras, podemos citar, de um lado, a comercialização de
terrenos e/ou imóveis em loteamentos e/ou condomínios fechados, principalmente
para uma classe média em busca de maior status social e econômico, em uma
determinada região da cidade, valorizando seu entorno (fato já consolidado nas
cidades de São José do Rio Preto e Presidente Prudente e iniciando em Dourados).
Por outro lado, a criação de loteamentos populares legais ou ilegais em outra
região da cidade, promove o acirramento da diferenciação e desigualdade
intra-urbana. Particularmente, no que se refere aos estudos de cidades médias do
interior paulista, cabe destacar os trabalhos desenvolvidos por Whitacker (2003)
e Sobarzo Miño (2004).
Nesse sentido, ainda, é importante ressaltar que esta valorização
patrimonialista se naturaliza nas cidades médias, reforçando a segmentação da
sociabilidade e, consequentemente, a exclusão social, pois no imaginário e no
subjetivo dos citadinos quem pode pagar tem o direito e o poder de escolha pelos
melhores lugares, restando aos excluídos do mercado os espaços menos
valorizados, segregados e excluídos da ilha de prosperidade, como se
caracterizam as cidades médias.
A INFLUÊNCIA DO PODER PÚBLICO
MUNICIPAL
Um
outro agente importantíssimo na produção do espaço urbano e para a manutenção e
promoção das desigualdades sociais e, consequentemente, para o acirramento do processo de inclusão/exclusão social
nas cidades médias é o Poder Público Municipal. Como aponta Preteceille (1996,
p.26), este, a partir de suas políticas públicas, sejam elas habitacionais,
sociais, de saneamento, entre outras, sempre atende a determinados interesses
políticos em detrimento de outros – privilegiando na maioria das vezes a classe
de maior renda, valorizando seu patrimônio e que domina o mercado imobiliário
nas cidades capitalistas. Como aponta Cymbalista (1999, p.89): “[...]
se
depreende claramente a importância do perfil político da administração municipal
para a conformação de uma estratégia de regulação e sua relação com os padrões
de exclusão social”
e valorização de determinadas áreas da cidade em detrimento de outras. E tudo
isso planejado e orquestrado, como apontamos
anteriormente.
Entendemos que são várias as formas que o Poder Público Municipal utiliza
para exercer este papel de regulação e promoção do mercado imobiliária com
impactos diretos na produção do espaço intraurbano e, consequentemente, nos
padrões de desigualdade social e espacial e na estruturação da exclusão social,
mas principalmente através de quatro maneiras correlacionadas, quais sejam:
1) através da alocação de investimentos públicos em infraestrutura
urbana para determinadas áreas da cidade;
2) através da elaboração de políticas públicas habitacionais e,
principalmente, da localização dos loteamentos populares.
3) através da legislação urbanística – restritiva e/ou permissiva,
dependendo dos grupos de interesse envolvidos;
4) através do planejamento urbano permissivo ou
privatista.
Vejamos, a seguir, cada uma delas mais
especificamente.
Os investimentos
públicos
A primeira forma sobre como o Poder Público Municipal produz um espaço
urbano que influencia diretamente no aumento/expansão das desigualdades sociais
e no acirramento dos processos de exclusão social no interior das cidades médias
se dá através da alocação de investimentos públicos, principalmente em
infraestrutura urbana, de forma diferenciada e seletiva para as diferentes áreas
da cidade e para diferentes e classes sociais – valorizando o patrimonio de uma
minoria e segmentando a sociabilidade entre os indivíduos.
Se trabalharmos com a noção de que o Poder Público Municipal – na maioria
das vezes, quando a população e a sociedade civil não são organizadas para
defender o direito e os benefícios para grande parte da população ou a
socialização e democratização dos investimentos, como é nítido no caso das
cidades médias – é apropriado primordialmente pela classe dominante e a ela
serve e beneficia. Entenderemos, assim, que a alocação de infraestrutura urbana
será maior e de melhor qualidade para áreas onde a sua concentração e a sua
presença são mais determinantes, em detrimento de outras áreas, sejam elas mais
necessitadas das referidas
infraestruturas ou não.
E o mais interessante nas cidades médias é isso ser considerado como algo
natural e nada mais justo, pois aqueles que melhor se localizam (que tem seu
patrimônio mais valorizado) pagam mais impostos e, portanto, devem ser
privilegiados na dotação de investimentos e infraestruturas. Ou seja, enquanto
os ricos dominam o espaço, produzindo-o em benefício próprio, os pobres são
reféns deste mesmo espaço, sendo confinados nos espaços que lhes restam,
segregados e excluídos, menos dotados de infraestruturas e escamoteados ou
escondidos nas cidades de primeiro mundo, como se autodenominam as cidades
médias como forma de marketing, seja em revistas de grande circulação nacional,
nos meios de comunicação oficial das prefeituras ou mesmo em alguns trabalhos
acadêmicos.
Ampliam-se, portanto, as desigualdades socioespaciais e o processo de
exclusão social no interior das cidades médias como aponta Lojkine, ao afirmar
que:
[...] por trás das aparências, a continuidade e a coerência de um
processo de seleção urbanística que privilegia o equipamento de algumas zonas
urbanas de que se apropriou a fração de classe dominante [...] em detrimento dos
equipamentos coletivos que deveriam beneficiar outras camadas sociais. (LOJKINE;
1997, p.241).
A pesquisa realizada por Hora (1997) a respeito do Programa Cura
(Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada), um dos programas do extinto
Banco Nacional de Habitação, em Presidente Prudente, é um bom exemplo do impacto
dos investimentos públicos em cidades médias. Conforme os resultados obtidos na
pesquisa, os recursos aplicados na Zona Leste da cidade provocou a remoção de
favelados e um aquecimento do mercado imobiliário daquela área, que concentrava
a maior parte da população de baixa renda de Presidente Prudente. Segundo a
autora, as obras de infra-estrutura realizadas facilitaram o acesso àquela área
da cidade, representando, assim, muito mais uma
porta para a cidade do que efetivamente a cidade e a cidadania para a
grande maioria dos moradores que habitam a Zona Leste, e que se encontram
excluídos da cidade, às portas do urbano, contraditoriamente
integrados/não-integrados à cidade (BERNARDELLI; 2001, p. 136).
Além da localização e dotação de investimentos em infra-estrutura, o
Poder Público Municipal influencia na reprodução das desigualdades quando da
instalação e localização da sua infra-estrutura administrativa, tais como a sede
do Poder Executivo ou do Legislativo Municipal, equipamentos urbanos de lazer
(praças poliesportivas, centros culturais, teatros, etc.) e, ainda com a
localização de equipamentos públicos estaduais ou federais, como fóruns,
presídios, secretarias governamentais, etc. Dessa forma, devemos concordar com
Maricato (2001, p. 43) quando afirma que:
Existe
(...) uma correlação entre mercado e gestão pública urbana. Mas essa relação vai
mais longe. O mercado imobiliário controla os investimentos públicos urbanos que
são o fator mais importante de valorização imobiliária. Isso justifica e explica
a satisfação dos llobies
existentes sobre a orientação dos investimentos públicos no processo de
urbanização.
As políticas públicas habitacionais
Uma segunda forma como o Poder Público Municipal produz o espaço
intraurbano e interfere no acirramento das desigualdades sociais e manutenção da
exclusão social é na elaboração/formulação de políticas habitacionais. Afinal, o
planejamento habitacional reforça as tendências excludentes na urbanização
brasileira, visto que em momento algum as políticas habitacionais questionam a
existência da propriedade privada da terra como valor de troca, principalmente,
e trata a habitação como uma mercadoria.
Assim, quando da elaboração dessas políticas públicas, o Poder Público
Municipal irá definir várias determinantes que podem ser consideradas como
fatores excludentes, tais como: localização, tamanho e qualidade das habitações,
infraestrutura e financiamento. No caso da localização, um fator preponderante
nas cidades médias é a distância dos centros urbanos dotados de melhor
infraestrutura urbana ou em vazios urbanos, em áreas inadequadas para o
desenvolvimento e expansão urbana racional[3]. O tamanho e qualidade das
habitações estão associados à construções com metragens insuficientes para o
atendimentos das necessidades básicas das famílias (geralmente mais numerosas) e
construídas com material de baixa qualidade na maioria das vezes. A
infraestrutura – inexistente ou de qualidade precária – e as exigências do
financiamento[4] – que a maior parte da população
não alcança, fazem com que poucos tenham acesso ao projeto ou política
habitacional, como aponta Azevedo (1982, p.71).
Esse processo de substituição/expulsão dos moradores por outros de
rendimentos mais elevados, na medida em que a acessibilidade à cidade é
facilitada pelos investimentos públicos em infra-estrutura e equipamentos
urbanos ocorre também nos conjuntos habitacionais construídos nas cidades
médias. Segundo o levantamento realizado por Fernandes (1998), 40% dos
domicílios existentes na área urbana de Presidente Prudente são resultantes de
programas habitacionais desenvolvidos pelo Poder Público (municipal, estadual ou
federal). Privilegiando investimentos em determinados setores da cidade e
concentrando os conjuntos habitacionais em poucas áreas, tais programas
promoveram a valorização imobiliária diferenciada da área urbana e contribuíram
para a delimitação dos territórios de exclusão.
Interessante notar também na ação do Poder Público Municipal é a
elaboração de leis ou criação de instrumentos urbanísticos específicos, como por
exemplo, a Legislação Especial de Habitação e de Interesse Social, voltados para
a formulação das políticas habitacionais, com a intenção de facilitar aprovação
de projetos de habitação e moradia, que se apresentam na maioria das vezes com
parâmetros construtivos e de urbanização diferentes dos usuais ou menos
exigentes, principalmente quando demandados por outras esferas governamentais,
como aponta Rolnik (1999, p.08).
Outra questão quanto às políticas habitacionais é o fato delas poderem
ser utilizadas de forma ideológica, com o objetivo de dominação política –
principalmente com práticas populistas e clientelistas – e também como forma de
incentivar o mercado imobiliário[5] e não com o propósito de amenizar
as dificuldades das classes menos favorecidas, como podemos observar a
seguir:
Estariam também enquadrados dentro das motivações ideológicas,
argumentos que vêem nessa ação do Estado [...] um objetivo de legitimação
política. A maioria desses programas teria uma importância mais simbólica –
mostrar a preocupação do governo com os pobres – do que propriamente uma busca
de maior eficiência na construção de casas populares. (AZEVEDO, 1982, p.100)[6].
[...] o que se pretenderia [...] não é minorar o problema
habitacional das classes de baixa renda, mas sim criar condições para assegurar
uma maior valorização do capital voltado para a produção [...] (AZEVEDO, 1982,
p.98).
Portanto, as políticas públicas habitacionais estariam mais próximas da
promoção e valorização do mercado imobiliário do que resolver o problema da
falta de moradia e, dessa forma, garantir o direito à cidade para toda a
população, na perspectiva apontada por Lefèbvre
(1969).
A legislação
urbanística
A terceira maneira do Poder Público Municipal produzir um espaço
urbano pautado na consolidação e
ampliação do processo exclusão social é através da legislação urbanística, que
em sua grande maioria, determina diversas formas de se ocupar o espaço urbano
que acaba excluindo a maior parte da cidade e que reflete o jogo de interesses
existentes na produção do espaço urbano, como aponta Marisco (2003,
p.41):
A produção de todo e qualquer instrumento de
regulação urbanística traz em seu bojo um jogo de interesses (de classes,
econômicos, políticos e ideológicos) [...]. Os instrumentos são documentos que
refletem as lutas e as contradições de uma sociedade de classes, portanto
contraditória. Seu conteúdo reflete essas lutas e contradições.
Dessa forma, resultado de um jogo de interesses dos diferentes grupos ou
classes sociais, a legislação urbanística poderá tanto minimizar ou extinguir as
possibilidades de acirramento das desigualdades socioespaciais que estão na
origem dos processos de exclusão social, como também acentuar ainda mais estes
processos, e entendemos ser o que prevalece no desenvolvimento da urbanização
brasileira – principalmente no que tange às cidades médias, onde o jogo de
interesses não é resultado de uma disputa, mas um acordo entre os diferentes
segmentos da classe dominante – como a mesma autora
aponta:
No caso brasileiro, o urbanismo conservador
consolidou uma forma de fazer e pensar a cidade onde os mecanismos e os
instrumentos de planejamento legitimaram práticas segregativas e excludentes,
uma vez que há um nítido jogo de interesses na gestão das cidades, beneficiando
parcelas do território para determinados segmentos de classe. (MARISCO, 2003,
p.11)
Isso nos leva a concordar com Kowarick (2000, p.54) quando afirma
que:
Irregularidade, ilegalidade ou clandestinidade em
face de um ordenamento jurídico-instituicional que, ao desconhecer a realidade
socioeconômica da maioria, nega o acesso a benefícios básicos para a vida na
cidade. Não se trata apenas do inconsciente perverso de tecnocratas
bem-intencionados. Trata-se de um processo político que produz uma concepção de
ordem estreita e excludente e, ao fazê-lo, decreta uma vasta condição de
subcidadania urbana.
É interessante notar, ainda, que a legislação urbanística acaba por se
aplicar apenas à cidade dos ricos, à cidade idealizada e harmoniosa e não à
cidade real, recheada de conflitos pois, em alguns casos, como aponta Maricato
(2001, p.39) a cidade legal, dentro das normas e da legislação torna-se a
exceção e a cidade ilegal ou irregular torna-se a regra porque a maior parte da
população mora fora dos padrões mínimos exigidos pela
legislação.
Isso, além de acirrar o processo de inclusão/exclusão social, acaba por
atender aos interesses do mercado imobiliário, pois sua existência, ao
desvalorizar determinadas áreas , ao mesmo tempo valoriza as áreas da cidade
legal (ampliando o patrimônio de uma elite privilegiada).
O planejamento urbano
Por fim, a quarta forma de atuação do Poder Público Municipal produzir o
espaço intraurbano e influir no acirramento do processo de exclusão social se dá
através do planejamento urbano, que jamais se configura como neutro e cujo
objetivo seria a melhoria das condições de vida e a justiça social, o que é
difícil em uma sociedade de classes com diferentes interesses, como aponta Souza
(2002, p.86–87):
O objetivo do planejamento, nos marcos de uma ética
comunicativa crítica, não é o ‘equilíbrio’ (idéia sempre artificial e ideológica
em uma sociedade de classes) e a conciliação de interesses a todo custo, mas a
promoção de maior justiça social (e de melhor qualidade de vida nos marcos da
justiça social), sobre a base da explicitação dos conflitos latentes e do
estimulo ao diálogo racional, buscando evitar, com isso, o recurso à
violência.
No entanto, o que se observa no Brasil é um planejamento urbano que se
configura como um planejamento passivo ou privatista, servindo a interesses de
alguns poucos, inclusive, e principalmente, do mercado imobiliário e não aos
interesses de toda a população e que, portanto, promove e acentua os processos
de exclusão social. Estamos muito distantes de garantir uma equalização de
acesso aos bens públicos, bem como à qualidade de vida de toda população, como o
planejamento urbano é apontado pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo
182.
Assim, nessas quatro formas, o Poder Público Municipal atua como agente
ativo e fundamental dos processos excludentes, contribuindo para a sua
manutenção e ampliação.
A INTERRELAÇÃO MERCADO IMOBILIÁRIO E PODER PÚBLICO
MUNICIPAL
Devemos ainda ressaltar a importância da interrelação entre os agentes do mercado e o Poder Público Municipal
como produtores de um espaço intraurbano pautados na promoção, manutenção e
aumento das desigualdades sociais e espaciais e, consequentemente, no
acirramento dos processos de exclusão social nas cidades médias. Ou seja,
mercado imobiliário e Poder Público Municipal não atuam sozinhos ou em separado.
Pelo contrário, os dois agentes se complementam, quando não se confundem ou se
tornam parceiros de um mesmo empreendimento, pois “os incorporadores imobiliários, juntamente
com o poder público, são importantes agentes segregadores e excludentes pois ao
implementarem melhorias nas diferentes áreas” (ROMA, 2008, p.39)
“expulsam parcelas da população que não conseguem arcar com os custos
impostos por este novo padrão e atraem parcelas capazes de pagar pelas
diferenciações criadas” (MELAZZO, 1993, p. 25).
Ou ainda como aponta Carlos (2007, p. 52), ao analisar a relação entre as
ações dos promotores do mercado imobiliários e da gestão pública, afirma
que:
A ação dos promotores imobiliários, das estratégias do sistema
financeiro e aquelas da gestão política, às vezes de modo conflitante, em outros
momentos, de forma convergente de modo a orientar e organizar o processo de
reprodução espacial através da realização da divisão socioespacial do trabalho,
promovendo especializações de áreas, hierarquizando lugares e fragmentando os
espaços vendidos e comprados no mercado (como mediação
necessária).
Um dos exemplos dessa atuação em conjunto entre mercado imobiliário e o
Poder Público Municipal, pode ser tanto uma falta de legislação rígida ou
específica para o controle da proliferação dos já citados loteamentos ou
condomínios fechados. Ou, ainda, a implantação de loteamentos populares em áreas
inadequadas ao desenvolvimento urbano, como também a negligência ou a falta de
capacidade de fiscalização e controle sobre a produção da cidade e do espaço
urbano como um todo.
Essa associação entre o Poder Público Municipal e o mercado
imobiliário, da qual o primeiro também participa gera um planejamento e uma
gestão urbanos pouco democráticos, como afirma Souza (2002), que procura sempre
privilegiar os interesses de uma pequena parcela da população, detentora dos
meios de produção, em detrimento de melhores condições de vida para a grande
maioria da população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse padrão de produção do espaço urbano nas cidades médias
determinado quase que
exclusivamente por estes dois agentes (mercado imobiliário e poder público)
revela a configuração de uma cidade segmentada social e espacialmente, onde a
classe social mais abastada, que reside primordialmente nos espaços de inclusão
social, passe a viver apenas em espaços exclusivos e segmentados, naquele que
definimos como cidade virtual (VIEIRA, 2009). Ou seja, para essa classe social é
possível morar, trabalhar, se
divertir, consumir e transitar por espaços onde a pobreza não existe ou
não está visível, reforçando a hipótese de que nessas cidades as desigualdades
socioespaciais são banalizadas, tornando ainda mais perverso o processo de
exclusão social.
Reforça, ainda, a idéia de que lugar de cada um nas cidades médias não é
definido aleatoriamente e nem é resultado da disputa (corporativa como aponta
Milton Santos [1990]) pela produção do espaço urbano, mas definido por dois
agentes específicos (mercado imobiliário e Poder Público Municipal) (VIEIRA,
2005, p.144) que inibem qualquer forma de questionamento e tornam o espaço banal
apenas em um contexto geográfico
propício à reprodução ampliada do capital, ou seja, em sentido oposto
quele apontado por Santos (1994) de que:
A idéia de espaço banal, mais do que nunca, deve ser levantada em
oposição à noção que atualmente ganha terreno nas disciplinas territoriais: a
noção de rede.
As redes constituem uma
realidade nova que, de alguma
maneira, justifica a expressão verticalidade. Mas além das redes, antes
das redes, apesar das redes, com as redes, há o espaço banal, o espaço de todos,
todo o espaço, porque as redes constituem apenas uma parte do espaço e o espaço
de alguns. (SANTOS, 1994, p. 16)
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[1]
Professor Doutor da Universidade Federal da Grande Dourados –
UFGD.
Ponencia presentada en el XIII Encuentro Internacional
Humboldt. Dourados, MS, Brasil - 26 al 30 de setiembre de 2011.