Perspectivas da Questão Ambiental no Planejamento Urbano:
Uma reflexão do caso da cidade de Curitiba
(PR)
Perspectives
of Environmental Issues in Urban Planning:
A reflection about the city of
Curitiba
(PR)
Graziela
Maziero Pinheiro Binni
UFSC –
Elisa
Bezerra Cabral
UFSC –
Resumo:
O presente artigo versa sobre a condição de Curitiba como “capital
ecológica”. Devido a uma série de gestões que deram ênfase à criação de leis de
proteção ambiental, parques, áreas verdes e conscientização da população acerca
dessas questões, hoje a cidade, detentora de inúmeros prêmios de qualidade de
vida, gestão, planejamento urbano e ambiental, ostenta a imagem de
ecologicamente correta, tanto para os turistas quanto para os seus próprios
habitantes. Analisando alguns estudos que discutem a evolução da questão
ambiental no mundo, foi possível apontar de qual forma essas preocupações
ambientais foram sustentadas dentro da cidade durante as gestões do
engenheiro-arquiteto Jaime Lerner, para que Curitiba despontasse como cidade
ecológica. O processo de interação e co-responsabilização do cidadão pela
qualidade de vida da cidade, durante as gestões de governo anteriormente citado,
bem como a continuidade dessas medidas nas gestões de outros prefeitos, e a
emergência de Curitiba como Capital Ecológica no início da década de 1990 são
abordadas nesse trabalho. Buscar o entendimento de alguns pontos da urbanização
da cidade em questão é relevante para responder se esse título de “capital
ecológica” é condizente com as práticas acerca da questão ambiental hoje.
Contudo, desvendar as contradições em torno de uma cidade modelo é importante
para que seja estabelecido um debate sobre os rumos sócio-ambientais da
cidade.
Palavras- chave: Cidade ecológica Planejamento urbano, Curitiba
(Paraná, Brasil).
Abstract:
This article concerns on the condition of Curitiba as "ecological
capital". Due to a series of actions that emphasized the creation of laws
protecting the environment, parks, green areas and public awareness about these
issues, nowadays the town, which holds innumerable awards for quality of life,
management, urban and environmental planning, exhibits the image of
environmentally friendly both for tourists and for its own inhabitants. Looking
at some studies that discuss the evolution of environmental issues in the world,
it was possible to point to what form these environmental concerns have been
sustained within the city during the administrations of the engineer-architect
Jaime Lerner, resulting in the image of Curitiba as a green city. The process of
interaction and co-responsibility of citizens for the quality of city life
during the administrations of government mentioned above, as well as the
continuity of these measures in the managements of other mayors, and the
emergence of Curitiba as ecological capital in the early
1990s are addressed in this work. The understanding of some points about the
urbanization of the city is relevant to answer if the title of "ecological
capital" is consistent with the practices on the environmental issue today.
However, unmasking the contradictions around a model city is important to
establish a social debate about the social-environmental directions of the
city.
Keywords: Ecological city, Urban Planning, Curitiba (PR).
1.
Introdução
Capital do estado do Paraná, Curitiba é a cidade pólo de um
conjunto de 26 municípios que formam a região metropolitana de Curitiba (RMC),
situada na porção leste do estado, no Primeiro Planalto Paranaense. Segundo
estimativa do IBGE (2009) a cidade possui 1.851.215 habitantes, e a área da
superfície territorial é de 435 km².
Curitiba difunde-se como a cidade modelo no que diz respeito aos
critérios de gestão ambiental e planejamento urbano. Porém, as propagandas que
norteiam esse slogan se contradizem quando ao visitar a cidade nos deparamos com
imagens que evidenciam a falta de saneamento básico em comunidades carentes e o
descaso com a coleta de lixo em alguns lugares específicos.
Este trabalho tem por objetivo tecer algumas considerações a
respeito da cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná, e sua região
metropolitana. O conteúdo traz uma abordagem direcionada ao marketing de como
Curitiba passou a ser conhecida no final da década de 1980 e início da década de
1990 como “Capital Ecológica”. Partindo desse pressuposto, pretende-se estimular
uma reflexão sobre as políticas de planejamento urbano acerca da questão
ambiental, neste caso entendido como o espaço integrado de
homem/natureza.
Curitiba é conhecida por ter alcançado vários prêmios, por ser
considerada uma “cidade que deu certo” na questão do planejamento ambiental, a
“cidade modelo”. No entanto sabe-se que esses atrativos, como parques, bosques e
áreas verdes, foram criados com o intuito de atrair turistas, até mesmo porque a
cidade não possui grandes belezas naturais. Para isso, iniciou-se um grande
plano de desenvolvimento urbano pautado em uma gestão ambiental de planejamento.
Todavia, essas áreas de lazer que foram criadas, favorecem apenas uma parte da
população, relegando as populações mais carentes. E não somente ficam de fora
dessas áreas como também são condicionadas a se alocarem nas regiões mais
afastadas do centro da cidade, expandindo-se
radialmente.
2. Procedimentos Metodológicos
O trabalho empírico deve seguir também do trabalho de gabinete. Um
vem de uma visão pré-concebida que é necessário ser trabalhado para que se tenha
um caminho que pode ser, dentro do ponto de vista do pesquisador, positivo ou
negativo. Mas, nunca o demasiado estudo da temática concomitante ao campo deve
ser abandonado. Um e outro devem caminhar juntos durante a pesquisa. Seguindo desse preceito partimos
durante quatro dias para observações em campo na cidade de Curitiba, a fim de
colocar em prática nosso conhecimento de termos e conceitos estudados da
disciplina de geografia urbana.
Para tanto, buscou-se visitar os lugares “verdes” como parques
temáticos, bosques, jardim botânico, entre outros. Na região central da cidade,
foi verificado que as obras de “natureza construída” condiziam com a propaganda
de que o planejamento urbano, pautado na questão ambiental deu certo. Porém, ao
conhecer a extensão da cidade como um todo, nos deparamos com imagens e cenas
que contradizem o lugar de Curitiba como a cidade modelo. Não que acreditemos
que há uma cidade perfeita, sem pobreza e politicamente correta, todavia
Curitiba ao que parece, está longe de atingir patamares próximos ao ideal
Caminhando pelos parques e conversando informalmente com as
pessoas que ali estavam, foi possível constatar que esses lugares de atrativos
públicos são freqüentados apenas por uma parcela da população, sendo que de fato
as pessoas com poucas condições financeiras ficam condicionadas a certos espaços
mais distantes do anel central da cidade.
As observações, estudo de referências a cerca da temática
abordada, visita ao órgão de planejamento IPPUC (Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano de Curitiba), análise de base cartográfica do IBGE e
entrevistas informais, possibilitaram uma reflexão pela qual buscou-se responder
se Curitiba realmente tem práticas suficientes para representar uma preocupação
ambiental no planejamento que possa ser eleita a ponto de servir como exemplo
para as de mais cidades.
Procurando uma resposta a essa pergunta, foi utilizado o
referencial reflexivo de Milton Santos, que trata dos processos, estruturas,
forma e função. Neste trabalho
então, abarcamos ainda que preliminarmente um esboço do processo de planejamento
da cidade de Curitiba (focando a questão ambiental), como se apresenta hoje as
estruturas e a forma criada dentro da cidade para que esta seja adotada como
“capital ecológica” e por fim, qual a função real destas políticas
ambientais.
3.
A formação
do espaço curitibano e a inserção da preocupação
ambiental
De acordo com Salvi, Archela e Archela (2002) a
consolidação regional do Paraná se deu, em primeiro lugar, pela identificação de
três fases distintas de povoamento: tradicional (litoral e primeiro planalto),
norte e sudoeste; e, em segundo lugar, pela particularidade regional de sua
expansão territorial. Esta última característica aliada aos atributos
fisiográficos do Estado, “apresenta-se como um elemento favorecedor da
dificuldade de integração regional”.
O Planalto Curitibano foi percorrido por
sertanistas em busca de indígenas ou metais preciosos, mas data da primeira
metade do século XVII a ocupação portuguesa do primeiro planalto paranaense e do
litoral. Paulatinamente foi se constituindo a comunidade tradicional paranaense
próxima dos núcleos de Paranaguá e Curitiba, esta era uma região complementar da
sociedade litorânea, onde havia atividades de lavoura e criação de gado (SALVI,
ARCHELA e ARCHELA 2002).
Em 1731, com a abertura da estrada de Viamão,
ligação entre o Rio Grande e Sorocaba, marca-se o início do tropeirismo, que por
sua vez, faz ocorrer grandes transformações para as localidades as margens da
estrada. As atividades tropeiras resultaram na expansão geográfica das vilas de
Paranaguá e Curitiba, reflexo da nova fase de atividades econômicas entre o
Paraná, Rio Grande do Sul e sul de São Paulo.
Em 1780, o distrito de Curitiba contava com 3.194
habitantes, dos quais 848 eram escravos. E no ano de 1812, mesmo com o
desenvolvimento do mercado econômico, Curitiba ainda era considerada uma cidade
pacata, e assim foi considerada durante algum tempo.
Em fevereiro de 1842, Curitiba é elevada a
categoria de cidade e logo em 1853 começam as mudanças, que ocorrem para atender
a uma série de exigências do Império. Para a sua transformação
político-administrativa, dentre elas a adequação de Curitiba à condição de
capital.
Mamigonian (1966) chama a atenção para o fato de
que o Estado do Paraná e Rio Grande do Sul apresentam metrópole regional
própria, diferentemente de Santa Catarina. No entanto até fins do século XIX
todo o Brasil meridional estava ligado comercialmente ao Rio de Janeiro. Em
1872, nos inícios da industrialização brasileira, Porto Alegre contava com cerca
de 30 mil habitantes (1960: 750 mil), Florianópolis com 20 mil (1960: 80.000) e
Curitiba com 10 mil (1960: 350 mil).
Ao longo do século XIX, inicia-se uma preocupação
por parte do presidente da província e médicos sanitaristas, com a cidade e seu
desenvolvimento. Chegam a partir da segundo metade do século XIX as primeiras
levas de imigrantes, agora bastante heterogêneos, que passam a se estabelecer
nas colônias ao redor de Curitiba. Com isso, no final do século, a cidade passa
pelo seu primeiro surto de desenvolvimento. Esse crescimento desordenado
próximos ao centro de Curitiba era fiscalizado pela municipalidade.
Na década de 1880 há uma transformação no cenário
urbano, com a inauguração de estradas de ferro, linhas de bondes, Passeio
Público, teatro e a Santa Casa de Misericórdia. Em novembro de 1895, o prefeito
Cyro Velloso decretou uma mudança no Código de Posturas Municipais de Curitiba,
introduzindo disposições sobre limpeza da cidade, sobre comércio, fábricas,
divertimentos e muitos outros.
A imigração, segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), fez a população de Curitiba triplicar em menos de 20
anos. No período de 1890-96, Curitiba recebeu 28 mil imigrantes, entre 1907 e
1914, 27 mil imigrantes. A corrente imigratória majoritária, segundo o
Instituto, foi a polonesa, cujo número ultrapassava o total das outras correntes
imigratórias.
No ano de 1903, iniciou-se um processo de
hierarquização da cidade, representada pela fragmentação das moradias conforme a
classe social. Em 1904, iniciam-se trabalhos para a captação e distribuição de
águas. Na década de 1910, Curitiba ainda permanecia pacata, como um lugar
provinciano. Foi então que com a reeleição a prefeitura da cidade, o engenheiro
civil Cândido de Abreu executa grandes projetos, entre 1912 a
1916.
Em 1919 o novo prefeito João Antonio Xavier,
sancionou uma reformulação no antigo Código de Posturas, mais uma vez isso
ocorre pela preocupação do desenvolvimento acelerado que a cidade tem. Nessa
reformulação, criou-se regulamentação sobre o tráfego de veículos, hotéis,
delimitação das zonas da cidade e muitas
outras.
Em 1920 assume o engenheiro civil Moreira Garcez,
por duas vezes consecutivas. Suas iniciativas direcionaram o crescimento da
cidade, com a criação de largas avenidas que cortariam Curitiba, dentre muitas
obras que efetuou em seu mandato.
Até a década de 1940, Curitiba passou por uma
série de transformações na organização do seu espaço urbano, no entanto essas
transformações parecem estar associadas a uma visão mais técnica e de estética.
Somente mesmo a partir do século XX é que a questão do desenvolvimento urbano
tem iniciativas mais planejadas, baseadas em amplos estudos da
região.
As preocupações acerca da questão ambiental desenvolvem-se do
mundo para Curitiba. Em 1986, iniciam-se as primeiras tentativas de movimentos
ambientalistas no Sul-Sudeste que ocorrem em torno das candidaturas políticas,
como por exemplo, a de Fábio Feldmann, que é o primeiro candidato a expor suas idéias
ambientalistas.
Em 1987 é fundamentado o Bloco Parlamentar Verde
que ajudou nas articulações sobre os diferentes setores ambientalistas no
acontecimento do Congresso Constituinte, participando no processo de
ecologização da nova constituição.
O município junto com outras esferas
governamentais tem entre suas atribuições fundamentais, a de “proteger o meio
ambiente” e “combater a poluição em qualquer de suas formas”, além de muitos
outros compromissos com habitação, saneamento, etc. (Constituição Brasileira de
1988, art., incisos VI e IX).
A discussão sobre meio ambiente urbano foi se
intensificando a partir do ano de 1988. Até meados dos anos 1980, ecologia e
economia seguiam separadamente. Somente depois da Conferência de Estocolmo, 1972
que se iniciaram os estudos sócio-ambientais com patrocínio das Nações Unidas.
Foi então que o despertar da consciência da interdisciplinaridade da ecologia e
economia chegou, muito depois, com o Relatório da Comissão Mundial do
Meio-Ambiente, “Nosso Futuro Comum”, em
1987.
Em 1989, no Brasil, ocorre a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED-92), fundamentada na
filosofia do “desenvolvimento sustentável”. Mesmo depois de muita sensibilização
na Conferência Ambiental, o período Pós-Conferência não galgou com ações
governamentais palpáveis no que se refere à questão ambiental
brasileira.
No caso da cidade que escolhemos para estudo,
Curitiba, após a nova Constituição, desencadeou uma gestão pautada em preceitos
ecológicos, com uma visão mais ecológica e política da questão urbana. Começou
então a se desenvolver uma consciência dos problemas de meio ambiente. Ao invés
daquela gestão ambiental de curar e corrigir que se tinha anteriormente, agora
passou a uma gestão ambiental de prevenção ao meio ambiente, gestão essa,
diretamente ligada a vários setores sociais.
3.
A
institucionalização da questão ambiental em
Curitiba
3.1. A primeira gestão de Lerner
(1971-1974)
Curitiba chega à década de 1970 com graves problemas urbanos: era
uma cidade inflada, com poucas áreas verdes e/ou de lazer. Enchentes e
inundações eram freqüentes. As favelas eram cada vez maiores e mais numerosas. O
transporte era precário, e a saúde e educação estavam defasadas. E apesar dos
estudos e projetos (que incluíam um novo plano viário, leis de zoneamento e uso
do solo, políticas ambientais) que seguiam o Plano Serete, a administração municipal recusava a execução
de tais planos.
Segundo Menezes (1994), a questão urbana não era
mais uma questão política, que seria resolvida com projetos políticos e sociais,
e sim com uma intervenção na sua infra-estrutura físico-espacial. Assim, o plano
urbanístico deixava de ser um instrumento de negociação de interesses e passava
a ser um instrumento para a busca do bem comum. Em 1971, Jaime Lerner
(engenheiro e arquiteto) é indicado para o cargo de prefeito de Curitiba. Lerner
dá “carta branca” aos técnicos do IPPUC para atuar na cidade. O IPPUC não iria
apenas “pesquisar e planejar (como já vinha fazendo), mas também coordenar,
controlar a implantação e gerir todos os programas de reformas da prefeitura:
aspectos físicos urbanísticos, educacional, habitacional e de circulação”
(COELHO, 1974, p. 79).
Conforme o Plano Serete, a cidade deveria passar
por transformações físicas, culturais e econômicas, que acabariam por integrar
as funções da cidade, tornando a presença do ser humano valorizada. A cidade
deveria se adequar a sua população, e não o inverso. Lerner, no seu discurso de
posse, enfatizou muito esse aspecto. Para Menezes, a estratégia de envolver e
co-responsabilizar os habitantes pelo destino da cidade ia além da transformação
da estrutura urbana. Ela mudava a mentalidade do povo, até então desinteressada,
e criava um laço com a cidade. Para isso, resgatou-se a memória cultural e
histórica da cidade, “incentivando a população a se interar do processo
formativo da cidade nos vários aspectos”.
Várias idéias foram postas em prática, como a construção dos
calçadões, implantação do novo sistema de transportes urbanos e do eixo
trinário, aprovação da Lei de Zoneamento. Porém, do
ponto de visto sócio-ambiental, a primeira medida importante de Jaime Lerner foi
a instalação da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), em
1973.
A CIC está localizada a oeste do município de
Curitiba, no vale do rio Barigui, entre os bairros Orleans e Tatuquara, numa
área de 43,7 km2, a aproximadamente 10 km do centro urbano da cidade. Não
foi idealizada para ser isolada da cidade, apenas afastada, facilitando a
locomoção de funcionários e o transporte de sua produção. Segundo o IPPUC, a
área foi escolhida em virtude da presença dos mananciais que se localizam no
leste do município, da existência de terrenos acidentados a norte e a ocorrência
de terrenos alagadiços ao sul (área do Rio Iguaçu). Mas os fatores principais
foram a predominância dos ventos no sentido Nordeste/Sudoeste e
Sudeste/Noroeste, que afasta a poluição atmosférica da cidade, a disponibilidade
de água e a topografia adequada.
Mas apesar de toda essa preocupação ambiental, a
CIC não ficou livre de problemas: para Chiapetti (1994), o interesse maior da
CIC era instalar indústrias que utilizassem alta tecnologia para tratamento de
efluentes, mas com a instalação de uma empresa altamente poluente e que não
utilizava o tratamento adequado (a Cocelpa, fabricante de embalagens de papel),
ocorreu uma distorção do projeto, e a partir daí, nem todas as empresas se
preocuparam em seguir as leis ambientais.
Foi durante a primeira gestão de Jaime Lerner que
se institucionalizou a preservação de áreas verdes em Curitiba. Lerner aproximou a
Diretoria de Parques e Praças ao seu gabinete, dando-lhe maior autonomia de
atuação na recuperação e preservação de áreas verdes. Menezes (1994, p. 96)
trata esse rearranjo funcional como ”uma nova estratégia de ação frente aos
problemas ambientais que a nova gestão procurava colocar em prática”.
No final dos anos 1960, o índice de área verde
por habitante de Curitiba era inferior a 1 m². Na primeira gestão de Lerner, esse
índice passou para 16m² - igual ao estipulado para as cidades pela Organização
Mundial de Saúde. Deve-se isso a criação de três grandes parques: Barreirinha,
São Lourenço e Barigui (esse último com aproximadamente 1.400.000 m²). A
criação desses parques ia além do aumento da área verde da cidade: eles
preservam as matas ciliares existentes e regulam a vazão dos rios em períodos de
enchente.
3.2. Processo de periferização da região
metropolitana de Curitiba
A partir da década de 1970, com as mudanças na
organização do meio rural do Paraná, muitos produtores rurais perderam suas
terras, vendo-se obrigados a migrar para o meio urbano. Nesse período, a Região
Metropolitana de Curitiba (RMC) cresce 5,78%. Com um poder aquisitivo muito
baixo e impossibilitados de adquirir moradias nas áreas centrais, esses
imigrantes acabam por se instalar nas periferias da cidade, sem infra-estrutura.
Além de ser economicamente compatível com as suas condições, essas áreas
oferecem acesso à infra-estrutura do município núcleo. Como as cidades vizinhas
não possuíam muito controle do uso do solo, as cidades limítrofes a Curitiba
foram as que registraram maior crescimento.
As famílias de baixa renda não podiam se instalar
nem mesmo nos municípios vizinhos, e acabavam por ocupar áreas de mananciais.
Esse tipo de ocupação foi muito comum, e só em 1978 vieram as primeiras
preocupações efetivas em relação a esse tipo de ocupação. Foi através do Plano
de Desenvolvimento Integrado (PDI) que foram definidas as primeiras diretrizes
para assegurar o planejamento urbano. Procuravam “garantir a sobrevivência
adequada, que envolve a preservação de recursos hídricos e outros de caráter
ecológico [...] e uma melhor condição de vida para a população metropolitana”
(Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI. COMEC). O plano teve alcance
limitado, e as ocupações em áreas impróprias continuaram a
crescer.
3.3. Gestão de Saul Raiz
(1975-1978)
Ao substituir Lerner, Raiz optou por sustentar o
plano de seu antecessor. Criou uma nova lei de Zoneamento e Uso do Solo (Lei
5234/75), que dividia a cidade em zonas, e criando os setores especiais, que
incluíam as áreas verdes e os fundos de vales. Foram definidas, com essa nova
lei, as faixas de drenagem e as de preservação dos fundos dos vales, e
possibilitou que se englobassem na preservação áreas verdes nos entorno dessas
faixas.
Mas com os fundos de vales e mananciais
protegidos, para onde iriam as populações das favelas? Segundo Menezes (1994, p.
109), Saul Raiz optou por um projeto de desfavelização, que consistia em mover
as famílias moradoras de áreas de risco para conjuntos habitacionais. Porém,
essa medida também teve alcance limitado. Enquanto foram construídas 12.800
habitações (entre 1970 e 1980), a população favelada cresceu 65% (entre 1974 e
1978). Segundo dados do IPPUC, em 1971 havia 21 favelas, com 2.213 domicílios;
em 1979 já eram 46 favelas com 6.067
domicílios.
3.4.. Segunda gestão de Lerner
(1979-1982)
Em 1979 a cidade de Curitiba volta a ter
Jaime Lerner como seu prefeito, a convite do então governador Ney Braga.
Implantou a RIT (Rede Integrada de Transportes) e as ciclovias, que tinham como
função secundária, em algumas áreas, proteger áreas passíveis de ocupação e
degradação ambiental. Implantou o Parque do Iguaçu (8.246.316 m²), com
áreas que foram compradas e desapropriadas. Criou também o Bosque João Paulo II
(48.000
m²), com réplicas das casas dos imigrantes poloneses.
Vê-se novamente a ligação entre planejar e preservar a memória cultural da
cidade.
O Departamento de Parques e Praças passou a ser
Departamento de Parques, Praças e Preservação Ambiental, passando oficialmente o
controle do meio ambiente para a gestão municipal. Tal qual Raiz, implantou um
projeto de desfavelização, tentando a retirada de populações de baixa renda das
áreas de risco ambiental e oferecendo a elas habitações financiadas pela
COHAB-CT (Companhia de Habitação de Curitiba). Mas a inserção desses conjuntos
habitacionais era diferente do modelo adotado por Raiz. Ao contrário do
antecessor, que construiu grandes conjuntos habitacionais em áreas isoladas,
Lerner os instalou em tamanhos menores e inseridos na malha urbana, tentando
evitar o isolamento entre os conjuntos e a infra-estrutura da
cidade.
Criou ainda o projeto das Comunidades Rurbanas,
em 1982, visando assentar famílias de imigrantes em localidades da periferia,
incentivando a prática agrícola e facilitando o comércio da produção dessas
famílias. Porém, esse programa acabou não obtendo sucesso. Segundo Menezes
(1994, p. 116), o pequeno tamanho dos terrenos ofertados a cada família e a
inadaptação dos agricultores imigrantes ao sistema de produção proposto podem
ser tomados como os entraves fundamentais para a inviabilização do programa. Em
1983, com a saída de Lerner da prefeitura, o projeto das Comunidades Rurbanas
foi abandonado.
3.5. Governos do PMDB
(1983-1989)
Sob a bandeira da socialização da cidade, os
novos governantes da cidade (Maurício Fruet e Roberto Requião) direcionaram suas
ações para o atendimento das reivindicações populares e ao estabelecimento de
infra-estrutura urbana as regiões periféricas. Declaravam que os governos
anteriores haviam sido autoritários, tecnocráticos e elitistas, preocupando-se
apenas com a área central da cidade. O governo de Fruet deu ênfase na melhoria
da saúde e da educação. Na área da habitação, a medida mais importante foi a
Urbanização das Favelas. Agora os moradores já não eram mais retirados das
favelas, mesmo que estas se localizassem em locais impróprios. Eles ganhavam a
posse legal da terra e infra-estrutura mínima. Foram legalizados aproximadamente
1.800 lotes.
Apesar da maior ênfase ao social, a política
ambiental não foi abandonada. Segundo Menezes (1994, p. 122), a política
ambiental do município era tratada em três dimensões integradas: preservação
ecológica, saneamento (que englobava abastecimento de água, esgoto sanitário e
controle de enchentes) e coleta e tratamento de resíduos
sólidos.
Foi instituído o controle de qualidade da água do
Rio Passaúna, que iria abastecer o município. Tal medida impedia a ocupação
intensiva da bacia desse rio por indústrias ou habitações. Os catadores de papel
foram organizados, e dessa maneira surgiu o primeiro projeto de reciclagem de
Curitiba. De uma visão urbanística mais geral, foram reavaliadas as condições
estruturais da cidade, 20 anos após o Plano Serete entrar em funcionamento.
Após estudos, houve a origem do Plano Municipal de
Desenvolvimento Urbano (PMDU), que se propunha a ser o novo Plano Diretor da
cidade pelos próximos 15 anos.
Em 1986, assume Roberto Requião, eleito de
maneira direta. Ele cria a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMA), que
incorpora a sua estrutura todos os setores ligados à questão ambiental. O
monitoramento da poluição hídrica, sonora e atmosférica passou do estado para o
município, através dessa nova secretaria. Novas leis sobre as áreas verdes foram
feitas, com o intuito de garantir maior controle a esses setores especiais e
aumentar as áreas verdes nas proximidades das áreas construídas. Campanhas
públicas foram organizadas no intuito de despertar na população um sentimento
conservacionista.
Em 1988, uma lei tornava obrigatório o plantio de
árvores, arbustos e vegetação rasteira nas faixas não - edificáveis de fundo de
vale. Um novo parque foi construído, o Parque do Bacacheri (150.000 m²). A autonomia
no controle ambiental permitiu uma evolução no cuidado com os resíduos sólidos.
Menezes (1994, p. 129) diz que Curitiba, ao encerrar a década de 1980, já
possuía um novo perfil ambiental, fruto dos dois perfis das gestões pela qual
passou. Apesar de diferentes, proporcionaram um grande avanço na estrutura
jurídico-institucional e despertaram a consciência coletiva para a problemática
ambiental. Desse processo surgiu um novo perfil administrativo, que norteou a
terceira gestão de Lerner (1989-1992): equilíbrio entre o presente e o futuro da
cidade. Priorizar as demandas básicas da sociedade, sem descuidar do
planejamento global da cidade.
3.6. A terceira gestão de Lerner (1989-1992):
ecologização da cidade
Seguindo uma nova tendência mundial
de desenvolvimento sustentável, Curitiba passou a ser um dos pontos de
referência no assunto. Recebeu um prêmio do Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUE), pelos programas de gerenciamento de resíduos sólidos
“Lixo que não é
lixo” e “Compra do
lixo”. Recebeu ainda outros prêmios,
acerca de controle energético, assentamentos humanos e conservação da
natureza.
Segundo Menezes (1994, p. 152), está na mudança
de valores e práticas com relação ao meio ambiente. Lerner não queria melhorar a
qualidade de vida da população por um momento, mas sim modificar seus valores e
práticas ambientais, visando uma permanente melhora na qualidade de vida
oferecida pela cidade. A população mais uma vez foi co-responsabilizada na
determinação da qualidade de vida da cidade.
Lerner deu ênfase à educação ambiental. Criou um
programa de educação ambiental em 1989, que deveria atingir as escolas, a
comunidade e os parques públicos. Iniciou em 1989, com 1.600 professores e
16.000 alunos. Em 1990, eram 5.374 professores e 60.750 alunos. No final de
1992, a
educação ambiental já estava no currículo escolar de todas as escolas. Esse
programa, segundo a prefeitura, formava uma nova ética: a ética ecológica. A
educação ambiental foi voltada às áreas periféricas, no intuito de passar mais
informação aos que mais sofrem com os impactos decorrentes da degradação
ambiental.
Mas além da política ambiental que buscava
conscientizar os cidadãos, Lerner queria criar uma legislação “atual e dinâmica,
que acompanhasse esse processo”. Foi aprovada a lei 4770/90, que vertia sobre o
funcionamento da política ambiental do município. Em 1991, foi sancionada a lei
7833/91, que revogava a lei 4770/90, pois continha alguns novos artigos e
alterações de outros. Foi dada atenção especial aos setores especiais de Fundos
de Vales e Faixas de Drenagem. Novos bosques e parques públicos foram criados
por conta da nova lei. Foi criado também o Jardim Botânico de Curitiba .
Em 1992 foi criado o Programa de Saneamento
Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba, o PROSAM, que atingia toda a RMC.
Tinha inúmeros objetivos, mas o ponto principal a ser observado é a maneira como
ele foi idealizado: o município-núcleo não poderia mais cuidar apenas de seus
problemas ambientais. Tudo o que ocorre à volta da cidade central a afeta, visto
que os problemas ambientais não respeitam fronteiras geopolíticas. O PROSAM se
destaca por ser o primeiro projeto político-ambiental a envolver toda a RMC, num
planejamento integrado.
4.
A Curitiba que não se
vê
Após a Conferência de Estocolmo, e principalmente
do Rio de Janeiro (CNUMAD – 92), Conferência das Nações Unidas Meio Ambiente e
Desenvolvimento, organizado pela ONU, iniciou-se um avanço na mudança do
entendimento de Meio Ambiente.
Em Curitiba a experiência do plano urbano começou
em 1965 com a fundação do IPPUC, que foi criado a partir de uma proposta
governamental de planejamento da cidade. Com isso em 1966 teve início o Projeto
de Plano Diretor da cidade.
A implementação do espaço urbano em Curitiba,
inserido no sistema economicista, se expressa na questão ambiental de forma
predatória e degradante na gestão dos recursos naturais, e isso se evidenciam
nas práticas desequilibradas e desestruturadas de desmatamento, de ocupações
irregulares e conseqüentemente, de forte impacto nos mananciais, dentre muitas
outras ações de negligência. É indispensável pensar no fato das modificações
naturais se acelerarem pelo impacto das modernas tecnologias e isso pode se
apresentar de forma catastrófica diante da criação ou intensificação de áreas
suscetíveis a perigos da dinâmica do meio natural. Riscos como deslizamentos,
enxurradas e deslizamentos de massa são potencializados pela falta de
conhecimento do meio físico natural onde se habita.
Curitiba entra nos anos 1980 com a implantação de
áreas verdes, numa visão mais ambiental, e em 90 se concretiza o cenário mundial
com essa preocupação, enfocando a organização acelerada, marcado pela explosão
demográfica das últimas décadas, ocasionada principalmente pelas pessoas que
saem do campo para a cidade em busca de emprego e
moradia.
Com a Legislação de Curitiba, a Lei 7440 de 1990,
é reunida as determinações em
uma Lei única e também foi proposta a criação de um Conselho
Municipal de Meio Ambiente para o estudo e proposição de diretrizes para a
Prefeitura.
Em 1991 a Lei 7833 substitui a anterior,
acrescentando e ajustando capítulos sobre uso das áreas regulamentadas e
unidades de conservação para setores especiais de fundo de vale e faixas de
drenagem. E ainda em 1991 com a Lei 8633 é definida uma política ambiental para
o município.
Em 1997 Curitiba já estava com
52
m2 de Áreas Verdes por habitantes,
12 Parques Municipais, duas Áreas de Preservação Ambiental com sete milhões de
m2, 10 Bosques Públicos de Preservação com 458 mil
m2.
Resta saber se essas áreas verdes possuem um
verde só para imagens de satélites ou se realmente estão acessíveis ao povo. O
verde pelo que se nota, está “escondido” em áreas particulares. Para tanto, fica
aqui a crítica de que o critério quantitativo não é o único a garantir a
qualidade e o acesso a toda a população.
Esses Parques e Bosques que fazem referência a uma “Capital
Ecológica”, não passam de uma natureza artificial, uma natureza construída, que
interfere causando prejuízos ao ecossistema local. Que razão justificada pode-se
destacar para sua existência além de atividades de lazer? Fica comprovado que a criação desses parques não tem
somente cunho ecológico, mas sim a idéia da
imagem incorporada a uma “Capital Ecológica”. Como no caso da Universidade Livre, uma
antiga pedreira foi aproveitada para a construção de um lago, com algumas
espécies de peixes. Trata-se apenas de uma natureza
construída.
No caso de Curitiba, são gerados aproximadamente
242 mil toneladas de resíduos urbanos por dia, 76% estão dispostos a céu aberto
e apenas 24% receberam tratamento mais adequado, e destes, 13% vão para aterros
controlados, 10% para aterros sanitários, 0,9% para usinas de compostagem e 0,1%
para usinas de incineração.
A sujeira da cidade é visível quando saímos da
natureza criada pelo homem e vamos em direção à realidade da região
metropolitana. O que vemos é uma varredura das favelas e da sujeira do centro da
cidade para seus arredores. Criando em particular a noção de que a Cidade é
limpa e que as periferias é que contribuem para o desequilíbrio ambiental, como
se pobreza e sujeira fossem relacionadas.

Fotografia 1: Vila “Valetão”: falta de cuidado
com os mananciais.
Autora: Graziela Maziero P.
Bini

Fotografia 2: Vila das Torres: lixo depositado nas margens do
canal.
Autora: Graziela Maziero P. Bini.
5. Considerações
Finais
Partindo dos estudos, ainda que preliminares
sobre a região metropolitana de Curitiba, pode-se concluir que a questão
ambiental deve ser considerada como ideológica, perpassando pela ciência,
política, filosofia e cultura. Curitiba não possui referências claras da
apropriação pelo planejamento urbano de valores acerca da ecologia, parecendo
por vezes cair no senso comum. Contudo, o marketing urbano atua legitimando as
ações governamentais através do slogan “Curitiba Ecológica”, causando a
impressão dessa consciência como fato inovador.
Considerando que tudo o que precisamos para nossa
subsistência provém dos recursos naturais, o que podemos fazer para usufruir
desses recursos é criar novas possibilidades de aproveitamento do meio ambiente
que dispomos.
No que tange ao nosso sistema econômico, que
atualmente domina a natureza, o que se pode esperar é um desastre ecológico que
acarretará a uma escassez de matérias primas para a
humanidade.
Para amenizar esta situação, deve-se procurar
alternativas de desenvolvimento urbano e até mesmo rural, no qual se introduza
uma harmonia com a natureza,
pensando não mais individualmente, mas sim no suprimento coletivo, com
estruturas participativas, sem hierarquias. Ao invés de amplas reservas,
poderiam ser limitados os recursos com um delicado balanceamento e com mais
interação de valores.
6.
Referências
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Fabio
Feldmann: líder da OIKOS, uma entidade-chave na Constituição do Ambientalismo
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