CARACTERIZAÇÃO DE
TIPOLOGIAS E DO MANEJO DE RESÍDUOS
GERADOS NA
MICRO-INDÚSTRIA DE CALÇADOS DE COURO DO PÓLO DE FRANCA, SP
Autor: Elias Antonio Vieira
Centro
Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP,
Brasil
RESUMO
Este
projeto foi elaborado com a finalidade de levantar informações sobre as
características e tipologias de resíduos gerados na indústria de calçados do
pólo de Franca (SP), Brasil como o objetivo de contribuir com propostas de
solução de problemas sociais e espaciais provocados pelo seu manejo
errado.
Palavras-chave:
resíduos industriais; manejo errado; problemas sociais e
espaciais.
ABSTRACT
This
project was elaborated with the purpose of lifting information about the
characteristics and typologies of residues generated in the industry of shoes of
the pole of Franca (SP), Brazil as the
objective of contributing with proposed of solution of social and spatial
problems provoked by wrong handling.
Key
words: industrial residues; wrong handling; social and spatial
problems.
INTRODUÇÃO
Durante a
realização do levantamento bibliográfico exploratório que orientou o recorte
temático, os questionamentos e a operacionalização do estudo deste projeto,
verificou-se que os resíduos ou rejeitos gerados, quanto ao aspecto físico,
podem se constituir nos tipos sólidos, líquidos e gasosos (AMBIENTE BRASIL,
2000). Também se constatou que entre as tipologias de resíduos ou rejeitos
sólidos estão os resíduos ou rejeitos sólidos industriais e entre estes os
resíduos ou rejeitos sólidos da indústria brasileira de calçados.
As
finalidades deste projeto, entretanto, estão conduzidas aos resíduos ou rejeitos
sólidos de processo de fabricação da indústria de calçados, visto que os demais
tipos, igualmente significam problemáticas de grande magnitude justificadoras de
estudos específicos.
Cumpre
esclarecer que esses dados subsidiarão uma pesquisa básica e outra aplicada, no
pólo da indústria de calçados de Franca, SP, em amostra do universo composto por
micro-indústrias que fabricam calçados de couro. Para a finalidade da pesquisa
serão consideradas micro-indústrias aquelas que tenham de 1 até 19 empregados
conforme definição do Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa, citado por
Andrade (2002).
Resíduos sólidos e
resíduos sólidos industriais ou rejeitos
No
primeiro momento constatou-se que os resíduos ou rejeitos sólidos apresentam
características de um fenômeno que possui antecedentes ligados à estrutura de
formação material, socioeconômica, cultural e política da sociedade (TRIVIÑOS,
1987). Desse modo, esses resíduos ou rejeitos estão conectados às relações
socioespaciais e de produção e consumo e, por conseqüência, sua geração percorre
o seguinte fluxo espacial: começa na extração das matérias-primas, passa pela
fabricação e comercialização dos produtos, pelo pós-uso ou consumo desses
produtos, nos domicílios, e daí segue para o destino final. No que diz respeito
às propriedades, esses resíduos ou rejeitos têm várias designações e
classificações, além de possuir a característica de gerar impactos ambientais.
Com
relação às designações verificou-se que apesar de existir contradição entre os
materiais que os compõem, muitas vezes, os resíduos sólidos são
denominados simplesmente pelo termo lixo ou rejeito. A contradição pode ser constatada no
fato de o resíduo ter potencial de utilização e o lixo ou rejeito, ao contrário,
se constituir num componente que não tem serventia (LEÃO, 1997, VIEIRA, 2002). A
palavra lixo também pode ser sinônima de resíduo final, ou seja, “o resíduo que
resulta ou não do tratamento de outros resíduos e que não seja susceptível de
tratamento nas condições técnicas e econômicas do momento [...]” (CAMPOS, 2002,
p. 74).
Para as
finalidades deste projeto de pesquisa os materiais descartados durante o
processo de fabricação, citado anteriormente, serão denominados como os termos:
resíduo, resíduo sólido, resíduo sólido industrial – RSI ou
rejeito conforme o caso.
Em relação às
classificações, D’Almeida e Vilhena (2000, p. 29-30) afirmaram que os resíduos
sólidos ou rejeitos podem ser classificados das seguintes formas:
1) Por
sua natureza física: seco e molhado;
2) Por
sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;
3)
Pelos riscos potenciais ao meio ambiente: perigoso e não-perigoso (não-inerte e
inerte), conforme o Quadro 1.
Quadro
1 -
Categorias e propriedades que classificam o potencial de impacto socioespacial
ou ambiental dos resíduos ou rejeitos
Categorias |
Propriedades
que podem ter |
Classe
I - perigoso |
Corrosividade,
inflamabilidade, patogenicidade, reatividade, toxicidade e apresentando
riscos à saúde pública e ao meio ambiente (baterias, produtos químicos
etc.) |
Classe
II - não perigoso |
Não-inerte:
biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade
Inerte:
não apresenta riscos à saúde e ao meio ambiente; tempo de decomposição
variável |
Fonte:
adaptado por VIEIRA (2006)
4)
Quanto à origem: industrial, domiciliar, comercial, público, hospitalar, rural,
entulho e o gerado em terminais rodoviários, ferroviários, aéreos e portuários.
Também existe o resíduo tecnológico e o tóxico (MATOS et al., 1999). Com exceção
dos RSI’s e rejeitos e dos originados pela indústria de calçados, sobretudo de
Franca, SP, a descrição e a análise das demais tipologias, embora mereçam
estudos específicos, fogem do objetivo proposto neste projeto de
pesquisa.
Para
Berríos (1997), o comportamento errado no manejo e na destinação dos resíduos
sólidos e rejeitos provocam impactos de inúmeras ordens, como: a deposição de
resíduos ou rejeitos, em áreas sujeita à erosão, mal drenadas, provoca a perda
de solo. O solo local fica suscetível de recalques e rachaduras, originadas na
movimentação da massa de resíduo ou rejeito. Essas áreas, uma vez saturadas e
encerradas, terão seu uso restrito, além de ficarem impedidas de receber
edificações de qualquer tipo. Há perigo da geração de líquidos que percolam da
massa de resíduos e rejeitos. Dependendo das condições operacionais,
pluviométricas e geológicas, esse subproduto pode atingir águas superficiais ou
subterrâneas e contaminá-las. Os resíduos sólidos e rejeitos também geram a
poluição física (assoreamento de rios e lagos, aumenta a turbidez da água,
afetando a vida orgânica) e bioquímica (introdução de detergentes não
biodegradáveis, tintas, herbicidas, além de bactérias, germens, vírus etc.).
Outro fator de poluição é o mau cheiro provocado pela emissão de gases emanados
dos processos de transformação aeróbia (com presença de oxigênio) e anaeróbia
(sem presença de oxigênio) da matéria orgânica contida na massa de resíduo. O
outro é o lançamento de fumaça, gases e fuligem, em conseqüência dos incêndios a
que são, freqüentemente, submetidos os locais de destinação final, operados fora
das normas técnicas e ambientais. O líquido e os gases emanados da deposição
errada desses resíduos podem afetar a microfauna bacteriana. Os animais, as aves
e os insetos, atraídos ou repelidos pelos odores, gases, ou fumaça da combustão
dos materiais podem danificar a flora do entorno. Muitos desses seres vivos são
transmissores de doenças como leptospirose, salmonelose, hepatite etc., cuja
descrição foge aos
propósitos deste projeto de pesquisa.
Entre
as agressões que os resíduos ou rejeitos sólidos industriais podem impor ao
ambiente estão aquelas dos elementos químicos potencialmente tóxicos, também
conhecidos por metais pesados, como alumínio, arsênio, cádmio, chumbo, cromo,
mercúrio etc., utilizados nos processos de fabricação de vários produtos de uso
ou consumo (Quadro 2). Destarte, os resíduos ou rejeitos sólidos industriais
oriundos tanto do processo de fabricação quanto do pós-uso ou consumo dos
produtos, manejados incorretamente, podem ameaçar a saúde do ambiente e, por
efeito, dos seres que nele vivem.
Matos
et al. (1999), apontaram que sobras pós-uso ou consumo de produtos
industrializados, inclusive os de classe II – não perigoso, têm decomposição
lenta que varia de 1 mês a 4.000 anos, e, por esse motivo, podem alterar as
propriedades do meio ambiente e provocar impacto
ambiental.
Também
se verifica que expressiva quantidade de indústrias tem manifestado preocupação
com a questão dos seus resíduos ou rejeitos por três motivos principais. Um
deles é a questão de competitividade, visto que, o nível de geração de resíduos
ou rejeitos, quase sempre, está relacionado à capacidade tecnológica das
empresas. Noutro está o fato de sua minimização significar tanto a diferenciação
de produto, como a redução de custos, pois, os resíduos ou rejeitos, do ponto de
vista contábil, são custeados na fabricação do produto final. Por último está a
problemática ambiental e seus custos sociais, ambientais e econômicos.
Neste
particular pode-se dizer que está o setor calçadista brasileiro. Muitas de suas
empresas apesar de terem sido, historicamente, marcadas por estratégias de
competitividade desvinculada das conseqüências da geração de resíduos ou
rejeitos (QUADRO 2), sobretudo nos últimos anos, passaram a incluir a questão
ambiental em suas atividades de gerência. As indústrias de calçados da região
metropolitana de Porto Alegre, RS, podem ser citadas como exemplo (KRAEMER,
2005; VIEGAS; FRACASSO, 1998). Os resíduos sólidos ou rejeitos, classificados
como tóxicos gerados nas suas plantas industriais deixaram de ser despejados e,
muitas vezes, queimados em aterro clandestino ou sanitário e passaram a ter como
destino um centro de separação específico, com capacidade para receber essas
tipologias de resíduos ou rejeitos por 10 anos. O material não reciclável,
depois de qualificado, quantificado e identificado é destinado no aterro
licenciado para resíduos ou rejeitos industriais perigosos, conhecido pela sigla
ARIP (CASTRO, 2006).
Quadro
2 - Metais, processos industriais em que
são utilizados e efeitos à saúde humana
Metais |
Utilização |
Efeitos |
Alumínio |
Produção
de artefatos de alumínio, serralheria, medicamentos (antiácidos) e
tratamento de água |
Anemia
por deficiência de ferro, intoxicação
crônica |
Arsênio |
Metalurgia,
manufatura de vidros e fundição |
Câncer
(seios paranasais) |
Cádmio |
Soldas,
tabaco, baterias e pilhas |
Câncer
de pulmões e próstata, lesões nos rins |
Chumbo |
Fabricação
e reciclagem de baterias de autos, indústria de tintas, pintura em
cerâmica e soldagem |
Saturnismo
(cólicas abdominais, tremores, fraqueza muscular, lesão renal e
cerebral |
Cobalto |
Preparo
de ferramentas de corte e furadoras |
Fibrose
pulmonar |
Cromo |
Indústrias
de calçados de couro, corantes, esmaltes, tintas, ligas com aço e níquel,
cromagem de metais |
Asma
(bronquite), câncer |
Fósforo
amarelo |
Veneno
para baratas, rodenticida (inseticida usado na lavoura) e fogos e
artifício |
Náuseas,
gastrite, odor de alho, fezes e vômitos fosforescentes, dor muscular,
choque, coma |
Mercúrio |
Moldes
industriais, certas indústrias de cloro-soda, lâmpadas
fluorescentes |
Intoxicação
do sistema nervoso central |
Níquel |
Baterias,
aramados, fundição e niquelagem de metais,
refinarias |
Câncer
do pulmão e seios paranasais |
Fumos
metálicos |
Vapores
(de cobre, cádmio, ferro, manganês, níquel e zinco) da soldagem industrial
ou da galvanização de metais |
Febre,
tosse, cansaço e dores musculares (parecido com
pneumonia) |
Fonte:
adaptado por Kraemer (2005)
Nesta
etapa do levantamento bibliográfico exploratório constatou-se que existem
princípios e técnicas para valorizar os resíduos (e destinar de modo correto os
rejeitos) que poderão ser consideradas em eventual etapa de prorrogação do
cronograma desse projeto de pesquisa. A ecoeficiência, por exemplo, é o
princípio-chave para produzir mais com menos energia e matéria-prima e,
conseqüentemente, conservando recursos naturais e energia, protegendo e
minimizando o uso e a ocupação do solo, prevenindo o impacto ambiental
(BRANDSMA; EPPEL, 1997; SÃO PAULO, 2005a). A técnica dos três erres, ou seja,
Reduzir, Reciclar e Reutilizar (ou Reaproveitar),
prevista no conceito ecoeficiência, por sua vez, justifica a aplicação da
estratégia de redução, reutilização e separação, classificação para reciclagem
dos resíduos, sobretudo de origem industrial. Vale ressalvar que o termo reduzir também é utilizado no caso de empregar a
tecnologia para minimizar o desperdício de matérias-primas do processo
industrial (SILVA, 2005). Reciclar significa o uso de resíduos, sob a forma de
matéria-prima, para transformação em novos produtos. Reutilizar significa
reaproveitar ou recuperar o produto, para colocá-lo novamente no mercado,
evitando seu envio para a área de destinação final.
Além de
existir essas alternativas verificaram-se na literatura modalidades de
tratamento de resíduos ou rejeitos sólidos em geral como: co-processamento
(indústria cimenteira), estabilização / solidificação, evapo-incineração,
fabricação de blocos de concreto, físico-químicos, incineração sem ou com
valorização energética, mistura ao cimento asfáltico de petróleo, térmico,
trituração, regeneração de solventes, a tocha e a plasma etc. (CAMPOS, 1999,
2002; CETESB, 1993; LINS, 2005; POLARI FILHO, 2006;
SILCON AMBIENTAL, 2006). Não obstante a proposta contida no princípio da
ecoeficiência e as modalidades de tratamento de resíduos e rejeitos, esta
pesquisa não tem por objetivo a adoção de propostas de tratamento desses
materiais.
Com
referência aos acordos e normas internacionais e à legislação e às normas
brasileiras específicas dos resíduos ou rejeitos, podem ser citadas: a
Constituição Federal que, no Artigo 225; a Agenda 21, capítulo 19, 20 e 21; a
Lei 6.803/80; a Lei 6.938/81, que estabelece a Política Nacional de Meio
Ambiente; as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT n° NBR
10.004 e NBR n° 12.235; a Norma ISO 14.000; a portaria n° 204/97, do Ministério
dos Transportes, e as resoluções n° 257, 258 e 263, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA, que dispõem, respectivamente, sobre pilhas, baterias e pneus
(KRAEMER, 2005; VIEIRA, 2002). Portanto, quanto ao aspecto normativo pode-se
inferir que há legislação suficiente para orientar e disciplinar a destinação
ecologicamente correta dos resíduos ou rejeitos.
Cumpre
ressaltar que os resíduos ou rejeitos sólidos de curtumes; da indústria de
produtos químicos; componentes; confecção de couros; artefatos de couro;
equipamentos para calçados, entre outras, da cadeia produtiva de couro e
calçados não foram aqui incluídos por merecer abordagem específica, cuja tarefa
não seria possível neste trabalho.
Resíduos ou rejeitos
sólidos da indústria brasileira de calçados
Como
subsídio para o desdobramento deste projeto em pesquisas, básica e aplicada, no
pólo calçadista de Franca, SP, procurou-se conhecer as etapas do processo de
produção de calçados de couro (QUADRO 3).
Quadro
3 -
Etapas básicas do processo de
produção de calçados de couro e geração de resíduos e
rejeitos
Etapa |
Processo |
Resíduos
|
Definição
do modelo (1) |
Determinação
da finalidade de uso, do design
e tipo de construção |
Baixa
geração de resíduos e rejeitos |
Modelagem
(2) |
Criação
do design e de formas, destaque
das peças, detalhamento da produção de amostras |
Vários
tipos de resíduos e rejeitos em volume pouco
expressivos |
Corte
(3) |
Conforme
escalas da modelagem |
É
gerada a maior parte dos resíduos e rejeitos do processo de fabricação.
São os restos de couro natural e de materiais sintéticos utilizados nos
cabedais e / ou solados, navalhas inutilizadas
etc. |
Chanfração
(4) |
Desgaste
das peças do calçado para facilitar a colagem e a
montagem |
Pó
ou serragem de couro curtido, ao cromo, e de materiais
sintéticos |
Preparação
e costura (5) |
União
das peças do cabedal, primeiro com adesivo e depois com máquina (operação
denominada pesponto) |
Restos
de linha, pedaços de couro natural e / ou de materiais
sintéticos |
Pré-fabricação
(6) |
Produção
própria de solado, palmilha de montagem, contraforte
etc. |
Aparas
de couro natural e restos de materiais sintéticos, espumas, náilon,
poliéster etc. |
Montagem
(7) |
União
entre o cabedal e os componentes do solado |
Pregos,
tachas, panos, estopas e pincéis sujos com produtos químicos, tintas
etc. |
Acabamento
(8) |
Operações
de limpeza, pintura, aplicação de cera,
escovação |
Semelhantes
ao da montagem, exceto quanto aos
metais |
Fonte:
adaptado de Viegas e Fracasso (1998)
Org.:
VIEIRA, Elias A. (2009)
Também
se buscou conhecer a localização e o valor percentual da produção de calçados
por macrorregião tendo em vista que o volume de resíduos ou rejeitos gerados
normalmente tem relação direta com a localização e o desempenho da atividade
produtiva. Neste caso, constatou-se em 2007 a seguinte distribuição
macrorregional do valor percentual da produção de calçados no território
brasileiro: Sudeste 21%, Sul
34%, Nordeste 44%, totalizando 99% do total, dos quais 31% são fabricados em
couro (ABICALÇADOS, 2009, CORRÊA, 2001; OLIVEIRA;
GARCIA, 2001). Vê-se, portanto que é expressiva a quantidade de calçados
produzida com esta matéria-prima.
Quanto
às sobras de processo produtivo, além de gerarem resíduos e rejeitos de couro
natural curtido ao cromo (resíduos ou rejeitos sólidos, classe I - perigosos) as
fábricas de calçados também descartam outros tipos de sobras. Entre os materiais
descartados encontram-se refugos de solado, entressola ou palmilha e o pó ou
serragem da produção de determinados tipos de calçados. Ainda há os resíduos ou
rejeitos sintéticos, também chamados material alternativo, ou seja: apara de
EVA, restos de borracha termoplástica (tipos TR e SBR), poliuretano (PU),
policloreto de vinil (PVC), que exigem soluções inovadoras para substituir as
práticas usuais de estocagem, incineração ou a disposição, em aterros
clandestinos ou aterros sanitários oficiais ou aterros industriais da iniciativa
privada, com conseqüências ambientais, em geral, imprevisíveis. Muitos desses
materiais podem ser classificados como classe 2 – não perigosos. Além disso, a
indústria de calçados também utiliza produtos químicos no processo industrial,
cujos recipientes (bombonas, contêineres, invólucros etc.), no caso de se
enquadrarem como resíduos perigosos devem ser enviados ao fornecedor ou receptor
licenciado pelo órgão estadual de controle da poluição ambiental. Vale
acrescentar que em trabalho realizado sobre o resíduo ou rejeito sólido, da
indústria de calçados de Três Coroas, RS, constatou-se que seu volume é de 27%
de recicláveis e 73% de rejeitos. (CASTRO, 2006; CORRÊA, 2001; FRACASSO; VIEGAS,
2006; NEVES; NASCIMENTO, 2006; OLIVEIRA et al., 2005; POLARI FILHO et al.,
2006).
Como se
não bastasse, o volume de geração desses resíduos ou rejeitos está relacionado à
oscilação econômica do setor calçadista, que apesar de neste momento (maio de
2009) estar sofrendo as conseqüências da crise internacional, suas metas, em
geral, são de crescimento. Neste caso, pode-se conjeturar que passada a crise a
quantidade de resíduos e rejeitos e a incidência dos seus impactos negativos
podem aumentar. Todavia é preciso levar em conta que, apesar de sua destinação
final se constituir numa problemática socioespacial, observa-se interesse, do
setor, na adoção de práticas de valorização, no lugar de simplesmente
destiná-los, em bruto, no solo.
Quanto
aos dados do Quadro 3, já exposto, com apoio da bibliografia pode-se afirmar que
resíduos ou rejeitos sólidos da indústria de calçados têm origem nas perdas do
fluxo espacial de matérias-primas no processo produtivo; são de composição,
formato, peso e volume diversificados e variáveis, constituindo-se numa questão
socioespacial de natureza econômica e ecológica (VIEGAS; FRACASSO, 1998; CASTRO,
2006).
A leitura
desses dados também chama a atenção para o potencial
do desperdício provavelmente, expressivo, de matérias-primas na forma de
resíduos ou rejeitos sólidos. A situação torna imprescindível a elaboração de
propostas para se buscar solução para o gerenciamento ambientalmente correto
desses materiais.
Diante
disso, no pólo de calçados de Franca, SP, o problema dos resíduos e rejeitos
pode apresentar-se em maior grau de complexidade uma vez que, conforme sondagem
realizada em campo, uma etapa do processo de fabricação, a união das peças do
cabedal (pesponto), é realizada diretamente nos domicílios de moradia das
pessoas contratadas para o serviço. Neste caso, os resíduos ou rejeitos muitas
vezes são descartados, em recipientes, para a coleta de lixo domiciliar feita
pela Prefeitura, cuja destinação se dá, na forma de aterro em bruto, no solo.
Este procedimento, além de contribuir para o aumento das quantidades a serem
coletadas, pelo serviço de limpeza municipal, agrava os problemas ambientais da
área de destinação final, dificulta e distorce as estatísticas e, por
conseqüência, prejudica tanto a elaboração como o aperfeiçoamento de política
pública para o setor.
Cumpre
destacar que, segundo a revista Minas Faz Ciência (2006), em Minas Gerais a
opção de aterrar os resíduos ou rejeitos sólidos do processamento dos calçados
custam R$ 3 mil, a tonelada, cuja medida nem sempre é adotada pelas indústrias
de calçados em geral e muito menos pelas micro-indústrias porque o valor é
considerado caro. Essa realidade impõe-se a busca de alternativas sociais,
ambientais e econômicas à geração e destinação de seus resíduos e
rejeitos.
Resíduos
sólidos gerados na micro-indústria brasileira de calçados de
couro
Nesse
tópico buscou-se conhecer a realidade da micro-indústria brasileira de calçados
de couro no que se refere à geração de resíduos de fabricação. Porém, em razão
de faltarem dados bibliográficos específicos foram analisados os trabalhos que
focalizavam os resíduos de calçados independentes do porte da indústria e da
tipologia gerada.
Deste
modo, Contador Júnior (2009) que analisou a problemática ambiental dos resíduos
de calçados de Jaú e região afirmou que o setor encontra-se no estágio inicial
quanto à implantação de medidas visando reduzir os impactos ambientais dos seus
resíduos.
Cultri
et al. (2006) apontou que o tratamento de resíduos de processo de produção de
calçados da região de Franca (SP), independente do porte da fonte geradora, é
uma deficiência a ser superada, donde se pode inferir que a micro-indústria está
inserida neste contexto.
No
trabalho de França et al. (2007) pôde se inferir que quantidades expressivas de
resíduos gerados na micro-indústria de calçados de Campina Grande (PB) é
destinada a lixões, ou seja, disposto em bruto no solo sem nenhuma medida de
prevenção à poluição.
Diante
dessas considerações, torna-se oportuno o apoio do setor acadêmico e dos órgãos
governamentais de financiamento à pesquisa de caracterização de tipologias e do
fluxo espacial de resíduos e rejeitos de processo de fabricação da microempresa
de calçados de Franca (SP).
Justificativa
A escolha
das micro-indústrias de calçados de couro de Franca, SP, para aplicação da
pesquisa se deu em virtude de Barbosa (2009) registrar que tanto no processo de
formação do pólo industrial liderado por esta cidade e até mesmo no final do
século passado, período de intensificação da globalização da economia, o pequeno
capital, ou seja, a micro-indústria está presente. Além disso, a sondagem
realizada em campo demonstrou que no total de plantas industriais do pólo citado
predominam as micro-indústrias, fato este que não somente torna a geração e o
manejo de resíduos e rejeitos difuso, mas também requer um plano de gestão com
maior nível de detalhes e abrangência espacial.
No que se
refere à escolha dos resíduos e rejeitos de calçados de couro como objeto deste
projeto destaca-se, em sentido amplo, o fato de estes materiais, manejados
erradamente, constituírem-se num dos fenômenos que interferem de modo negativo
nas relações socioespaciais; e a Geografia, que lida com as questões de
organização espacial, possuir ferramentas que contribuem para a resolução dessa
problemática. Também se justifica por três outros motivos. Em primeiro lugar o
método de gerenciamento, que predomina no âmbito nacional e local, encontrar-se
ultrapassado perante a Agenda 21, sobretudo quanto ao princípio da
ecoeficiência, visto que se orienta na destinação dos resíduos e rejeitos,
inclusive os da indústria de calçados, no solo sem tratamento prévio. Em segundo
lugar, em virtude de serem escassas as pesquisas sobre os resíduos ou rejeitos
gerados na micro-indústria brasileira de calçados de couro e, por isso, este
trabalho contribuir para preencher esta lacuna na bibliografia. Em terceiro e
último lugar está o fato do autor deste projeto ter conhecimento teórico e
prático na elaboração e execução de projetos de tratamento de resíduos sólidos
municipais.
Em sentido
restrito, destaca-se o fato de que são insuficientes as iniciativas da indústria
brasileira de calçados para analisar os seus resíduos e rejeitos de um prisma da
valorização, em especial no pólo de Franca, SP, onde se pretende realizar as
atividades desta pesquisa.
Objetivos
Como
objetivo geral, busca-se caracterizar as tipologias e o manejo de resíduos e
rejeitos sólidos de processo de fabricação de micro-indústrias de calçados de
couro de Franca, SP.
Os
objetivos específicos resultarão de estratégias que serão aplicadas na amostra
da pesquisa, em relação aos resíduos e rejeitos sólidos, conforme segue:
a)
levantamento da propriedade, espacialização, do fluxo e do gerenciamento;
b)
identificação e descrição das práticas de minimização do uso e ocupação do solo
para a destinação final em bruto dos resíduos e rejeitos do processo de
fabricação;
c)
averiguação da opinião das fontes geradoras sobre o princípio da ecoeficiência.
Aspectos
metodológicos
O
presente estudo terá como quadro de referência o Materialismo Dialético e
caracterizar-se-á como monográfico e também interdisciplinar, em virtude de
interessar, sobretudo, às áreas de Geografia, Engenharia (urbana e de produção),
Ciências Políticas e Administrativas, Sociologia, Psicologia e Serviço Social.
Quanto à tipologia o nível é de pesquisa básica e de pesquisa aplicada.
Na
pesquisa bibliográfica os dados serão coletados por meio de artigos, bancos de
dados de entidades de classes, censos, dissertações, livros, relatórios,
revistas, teses, entre outros.
Quanto à
pesquisa de campo sua realização dar-se-á por meio de visitas técnicas com
aplicação das técnicas da observação direta, direta-participante e da entrevista
com aplicação de formulário nas unidades amostrais no momento da visita
garantindo-se mensuração adequada aos objetivos da
investigação.
Além de
informações captadas formalmente através de formulário, serão levantadas outras
em caráter informal, algumas vezes com o objetivo de testar as fontes de
informações.
Para
prevenir o risco de sonegação, distorção e dificuldade de acesso às informações
o desenvolvimento da pesquisa será precedido de divulgação junto ao público
alvo, informando o objetivo e a sua importância para a empresa e solicitando a
colaboração de todos para o bom desempenho do trabalho.
O risco de
extravio dos dados e formulários será reduzido com a gradativa gravação dos seus
conteúdos em meio magnético.
O projeto
contempla como estratégia de ação a formulação de proposta para formação de
parceria com o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa, a
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e o Sindicato das Indústrias de
Calçados de Franca (SP). Essa estratégia, uma vez concretizada, facilitará a
articulação do pesquisador com as unidades amostrais, assim como o acesso aos
dados a serem obtidos em campo.
Problema
a resolver
O
problema da pesquisa pode ser descrito como a falta de conhecimento de fatores
como propriedade, forma de espacialização e fluxo de resíduos e rejeitos
sólidos, assim como das funções de gerência admitidas no manejo destes materiais
gerados no processo de fabricação por micro-indústrias de calçados de couro de
Franca, SP.
A busca de
solução do problema proposto se dará através de respostas aos seguintes
questionamentos: Qual a propriedade, forma de espacialização e fluxo dos
resíduos e rejeitos sólidos da micro-indústria de calçados de couro de Franca,
SP? Porque e desde quando esses materiais considerados e manejados desse modo?
As fontes geradoras adotam ou rejeitam a adoção do princípio da ecoeficiência?
Hipótese
de estudo
A
destinação em bruto, no solo, de resíduos ou rejeitos sólidos das fontes
geradoras que compõem a amostra do presente estudo, pode ocasionar ou agravar os
problemas socioespaciais, desde que não haja um modelo de gerenciamento com
estratégias de valorização dos materiais potencialmente recicláveis ou
reutilizáveis. A elaboração de plano de gestão ambiental de resíduos e rejeitos,
por sua vez, depende da caracterização prévia de seu processo, fluxo gerador,
propriedade e método de gerência em uso, assim como, sua execução bem sucedida
exige a adesão e participação da fonte geradora.
Área de trabalho e
amostragem
A área de
trabalho tem como sede a cidade de Franca, SP que
está localizada na região Nordeste do estado de São Paulo, com 760 fábricas de
diferentes capacidades produtivas, que se dedicam, sobretudo, à fabricação de
calçados masculinos, feitos de couro (ABICALÇADOS, 2009). Por constituir
num pólo calçadista a delimitação cartográfica desta área dependerá da
localização espacial das micro-indústrias de calçados de couro conforme relação
a ser fornecida pelas entidades parceiras do presente estudo. Nesta relação
somente deverão constar as micro-indústrias que estejam em atividade, tenham
pelo menos 1 funcionário formal, fabriquem calçados de couro e não pertençam, ao
mesmo tempo, a proprietários de outras empresas do mesmo ramo.
Tendo em
vista que o universo da pesquisa abarca a totalidade de micro-indústrias da
fabricação de calçados em couro situadas na área de trabalho, as unidades
amostrais serão aquelas obtidas em processo de amostragem probabilística, por
sorteio, do universo da pesquisa. Desse modo, depois de identificar cada sujeito
do universo amostral com um número a partir de 1 anotando-se num pedaço de
papel, depois dobrados de maneira a não permitir sua identificação visual, e
cada um deles colocados num recipiente, procede-se a mistura deles e em seguida
o sorteio de vinte micro-indústrias para compor a amostra. A cada sorteio
devem-se misturar os papéis dentro do recipiente, garantindo-se sua
inviolabilidade. Neste procedimento se garante a representatividade da amostra
uma vez que “os sujeitos são selecionados aleatoriamente ou ao acaso. Existe uma
probabilidade igual de todos os elementos serem sorteados” (BARROS; LEHFELD,
1990 p.39).
Dimensão e prazo para
realização do trabalho
O trabalho
se propõe a contribuir com a sustentabilidade econômica (manejo eficiente de
recursos, melhoria do nível de competitividade e lucratividade), biológica
(prudência no uso de recursos naturais, cuidados ambientais) e cultural
(respeito à formação cultural comunitária) (SALOMONI; GERARDI, 2001). O prazo
para realização do trabalho é de 24 meses conforme o cronograma descrito mais
adiante.
Resultados
esperados
Esse
trabalho possibilitará de maneira institucional e organizada, articular
estratégias de captação de recursos financeiros, materiais e humanos, visando
contribuir para prevenir ou reduzir problemas socioespaciais originados pelos
resíduos sólidos ou rejeitos de processo de fabricação de unidades amostrais da
micro-indústria de calçados de Franca, SP, podendo replicar a todo universo
amostral. Também poderá servir de instrumento à elaboração de um plano de gestão
de resíduos e rejeitos sólidos, assim como a execução de trabalhos para fins de
licenciamento ambiental do segmento industrial citado.
Mecanismos de
transferência de resultados
A pesquisa
será descrita e documentada em todas as suas etapas e ficará disponível para
consulta e uso no Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre a Indústria
Calçadista - NEIC, em Franca, SP. Além disso, prevê-se a criação de um curso de
capacitação, baseado nos resultados da pesquisa, para o público alvo
representado por profissionais indicados pelos parceiros.
Plano
orçamentário
A ser
definido de modo a atender as especificidades da pesquisa e as normas
estabelecidas pela agência financiadora.
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