A INTEGRAÇÃO REGIONAL
CAPITALISTA MUNDIAL
Wendel Luiz Machado-Graduando em
Geografia
Pontifícia
Universidade Católica de Campinas
Orientação: Prof.(a) Dr.(a) Vera Lúcia
Santos
RESUMO
O presente artigo objetiva tratar sobre os processos de Integração
Regional. No entanto, se faz necessário o resgate histórico do conceito de
região, segundo a ordem e os processos de evolução do conhecimento das escolas
geográficas. Junta-se a está análise, a necessidade de se compreender a lógica
de funcionamento da região a partir da Lei do Desenvolvimento Desigual e
Combinado que, sob a luz e guia da teoria crítica, visa elucidar as causas e os
processos de desenvolvimento econômico que, não se realizam na mesma proporção
ou em igual grau.
Com
alto teor de importância, analisar-se-á de mesmo modo, os processos de
Integração Regional como pro exemplo o Bloco Europeu que, tem nestes últimos
tempos1, tem ocupados as agendas Internacionais das Nações
desenvolvidas e subdesenvolvidas2, na busca por melhores condições de
competitividade e inserção no mercado mundial, característica notória desta fase
perpetrada pelo sistema Capitalista e da Globalização. Caracterizar o papel dos
atores hegemônicos3, revela-se condição fundamental para compreensão
da formação dos blocos regionais, suas conseqüências e perspectivas para a
sociedade bem como para o Estado-Nação.
PALAVRAS-CHAVE : INTEGRAÇÃO REGIONAL;
GLOBALIZAÇÃO; INTERDEPENDÊNCIA.
RESUMEN
Este artículo pretende abordar en los procesos de
integración regional. Sin embargo, es necesario rescatar la historia del
concepto de región, en el orden y los procesos de desarrollo de los
conocimientos geográficos de las escuelas. Propia Junta de análisis es la
necesidad de comprender la lógica de funcionamiento de la región de
la Ley de
Desarrollo Desigual y Combinado que, en virtud de la luz y guía de la teoría
crítica, tiene por objeto aclarar las causas y los procesos de desarrollo
económico que, no tienen lugar en la misma proporción o en igual grado.
Con
alto nivel de importancia, se examinará la misma manera, los procesos de
integración regional, tal como propone el ejemplo que bloque europeo, en los
últimos tempos, ocupadas las agendas Internacional de subdesenvolvidas
desarrollados y en la búsqueda de mejores condiciones para la competitividad y
la integración en el mercado mundial, característica de esta fase perpetrados
por la red y la globalización capitalista. Caracterizar el rol de los actores
hegemônicos, es requisito previo para comprender la formación de bloques
regionais, sus consecuencias y las perspectivas para la sociedad y el
Estado-nación.
PALABRAS-CHAVE: INTEGRACIÓN REGIONAL;
GLOBALIZACIÓN; INTERDEPENDÊNCIA.
1. INTRODUÇÃO
Contempla-se
no mundo da Globalização, processos em curso que estão sendo “implementados”
pelos novos atores hegemônicos, as grandes Corporações Transnacionais e suas
correlatas globais que, por pressões ou por conivência política dos
Estados-Nacionais, têm-se apressado, em afastar-se de suas obrigações legais
quanto ao cuidado da população. Perdem também poder relativo sobre a jurisdição
da integridade territorial e de soberania. Deixam estas obrigações portanto, a
cargo das instituições internacionais, das potências capitalistas ocidentais e
das empresas transnacionais que, não guardam consigo, nenhum sentimento de
solidariedade ou responsabilidade para com a Nação. A transformação da soberania
e de sua territorialidade está, portanto, na base da reestruturação
contemporânea do Estado:
Soberania e território continuam sendo peças chave do
sistema internacional. Porém, reconstituíram-se e parcialmente perderam lugar
para outras arenas institucionais fora do Estado e fora dos territórios
nacionalizados. Creio que a soberania descentralizou-se, e que o território
parcialmente se desnacionalizou. A partir de uma perspectiva histórica, isto
significaria uma transformação na articulação entre a soberania e o território
tal como se estabeleceu na formação do Estado moderno e do sistema interestatal.
A soberania se manteve como uma estrutura do sistema,
porém agora esta focalizada em múltiplas arenas institucionais: os novos regimes
legais privados trasnsnacionais, as novas organizações supranacionais, e os
vários códigos internacionais de direitos humanos
(FONT e RUFÍ, apud SASSEN, 1996,
29-30).
Inserem-se
na lógica Neoliberal a conformação de blocos regionais que tem por finalidade
primeira, a facilitação do comércio e das trocas mundiais. A realização destas
atividades são hoje causas da flexibilização entre as fronteiras geográficas e
ao fim das restrições tarifárias as zonas de livre
comércio.
Entretanto, nota-se que não advém com a mesma eloqüência e questão
prioritária, a liberdade dos indivíduos poderem deslocar-se livremente a
transitarem pelos territórios, dada a crescente fiscalização e radicalização
quanto ao fluxo de pessoas após os atentados terroristas de 11 de setembro de
2001 nos Estados Unidos e 11 de março de 2004 na Espanha, respectivamente. Tem
passagem livre apenas, as
transações comerciais, de serviços e fluxos financeiros de capitais. Salvo
engano, apenas o bloco regional Europeu garante a liberdade de trânsito de seus
cidadãos entre os territórios dos países signatários ao mercado comum. Este
“benefício” concedido aos cidadãos europeus, deveria ser precondição para
qualquer acordo que vise á integração entre os
países.
Tal intensificação da globalização e comercialização no capitalismo,
somada a nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que somada a diáspora
territorial das atividades econômicas industriais, conquistadas principalmente
pela difusão do meio técnico-cientifico-informacional4(SANTOS,
2000), deu início á especulações quanto ao fim da Geografia.
A aceleração fugaz e contínua dos acontecimentos,
perpetradas pela velocidade nas ações de processos que não mais encontravam
barreiras ou fronteiras geográficas recortando todo o território, deu origem á
metáfora do fim da geografia.
O
fim da geografia como um conceito aplicado ás relações financeiras
internacionais, diz respeito a um Estado de desenvolvimento econômico em que a
localização geográfica não importa mais em matéria de finanças, ou importa muito
menos do que anteriormente.
Neste
Estado, os reguladores do mercado financeiro não mais controlam seus
territórios, isto é, os reguladores não se aplicam apenas a determinados espaços
geográficos, tais como o Estado-Nação ou outros territórios típicos definidos
juridicamente. (OCTAVIO IANNI, 2003, p.65)
Sabe-se
da existência de argumentos e posicionamentos tanto favoráveis, como reticentes
as tais integrações que são, por excelência, quase que exclusivamente
econômicas. Neste sentido, urgem vozes que apregoam o fim da soberania Nacional,
acompanhado duma provável vulnerabilidade econômica, desintegração e
pulverização do mercado nacional. Por outro lado, apresentam-se teses de que, a
integração dos mercados, é antes, possibilidade dos países periféricos obterem
capital e poderem tirar proveito beneficiando-se das facilidades promovidas por
tal integração.
No
entanto, é necessário a reafirmação quanto á necessidade da presença e
intervenção política do Estado para a implementação e sucesso de tais objetivos
econômicos. Segundo (SANTOS, 2000), é inexorável que se tenha a conivência do
Estado, haja vista a necessidade de sua participação nestas importantes decisões
multilaterais.
Ao contrário do que se repete
impunemente, o Estado continua forte e a prova disso é que nem as empresas
transnacionais, nem as instituições supranacionais dispõem de força normativa
para impor, sozinha, dentro de cada território, sua vontade política ou
econômica. Por intermédio de suas normas de produção, de trabalho de
financiamento e de cooperação com outras firmas, as empresas transnacionais
arrastam outras empresas e instituições dos lugares onde se instalam,
impondo-lhes comportamentos compatíveis com seus interesses.[...] É o Estado
nacional que, afinal, regula o mundo financeiro e constrói infra-estruturas,
atribuindo assim, as grandes empresas escolhidas a condição de sua viabilidade.
(SANTOS, 2000, p.77)
Assim sendo, este artigo apresenta-se de
modo a identificar quais as possíveis vantagens e problemáticas, provenientes da
Integração Regional Européia por exemplo, pautada sob o viés da Globalização
que, tanto tem sido discutida e exaustivamente debatida nas academias e centros
de estudos, sequiosos pela compreensão e entendimento da complexidade deste
fenômeno que insere-se no bojo do desenvolvimento da sociedade capitalista.
2.
A
CONCEITUAÇÃO DE REGIÃO, SEGUNDO AS ESCOLAS
GEOGRÁFICAS
A
palavra região é de uso recorrente entre os homens, e um dos conceitos mais
importantes e fundamentais para o entendimento do objeto de estudo da ciência
geográfica, ou seja, a organização espacial. Segundo o Aurélio (2001),
compreende-se por região: 1. grande extensão de terreno; 2. Território que se
distingue dos outros por características próprias.
Das
definições apresentadas acima tem-se que, de modo geral, região é entendida como
superfície terrestre constituídas por áreas diferentes entre si (LOBATO, 2000).
No entanto, entre os geógrafos este conceito não é utilizado de forma
harmoniosa, devido a diversidade de correntes geográficas, e as diferentes
possibilidades de abordagens que, podem conferir tal conceito.
O
primeiro conceito de região é o de região natural da escola Determinista.
Caracteriza-se pela uniformidade resultante da combinação entre elementos da
natureza, tais como o clima, relevo, vegetação ou solo. Neste aspecto, as
relações entre os homens e a natureza são mais evidentes nas regiões naturais,
exercendo a natureza grandes influência nas ações humanas. A diferenciação da
ocupação humana sobre a terra, é um dos principais pontos de estudo, sendo
utilizada como justificativa da superioridade natural das regiões e dos países
desenvolvidos de clima temperado, que consequentemente justificam as práticas
colonialistas.
Oposta a região natural e sua influência
sobre o homem, surge o conceito Possibilista de região, calcada na noção de que
é o homem quem intervém na natureza por sua ação modeladora. Há entrelaçamentos
harmoniosos entre o homem e a natureza, até alcançar um estágio de equilíbrio.
São desferidas fervorosas críticas a este conceito, pois dificilmente pode-se
conceber harmonia numa sociedade estruturada em classes sociais que,
conseqüentemente, leva-nos a pensar nos conflitos e lutas sociais. Ocorre também
que, uma vez alcançada a homogeneidade, inevitavelmente a região desaparecerá.
Na Nova Geografia o conceito de região
define-se pela ciência estatística. Vem como oposição aos outros modelos,
afirmando ser a região, um conjunto de lugares onde as diferenças internas entre
estes lugares, são menores que as existentes entre eles. Isto se deve ao fato de
nos mesmos territórios, serem usados as mesmas técnicas estatísticas, tendo por
fim os mesmos resultados. Pode haver dois tipos de regiões: a simples que se
utiliza de um único critério variável como, por exemplo, o relevo, e a região
complexa, que se utilizam de dois ou mais critérios, como renda e
população.
A
região da geografia crítica surge como oposição a todos os outros conceitos de
região. Argumentam que se pode pensar região sobre vários aspectos dentre eles:
os modos de produção, as classes sociais, Estado, sociedade, entre outros. Sua
abordagem concentra-se na formulação de Trotsky, a Lei do Desenvolvimento
Desigual e Combinado. Está pretende dar conta das contradições econômicas e
sociais dos países periféricos dominados pelo
imperialismo.
A geografia incorpora esta lei para
tratar do conceito de região, e entender as contradições estabelecidas entre
regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas no globo. Tal lei tem em sua
elaboração, uma dimensão espacial, esboçada no processo de regionalização, isto
é, diferenciação de áreas. Aborda a diferenciação dos os países entre si, e em
cada um deles. É um processo combinado, pois coexistem num mesmo território,
diferentes modos de articulação entre si.
São processos que se encontram
relacionados e interpenetrados, apesar de serem diferentes e opostos. Os
processos de regionalização deram-se também, pelos contatos comerciais e
processos de migrações, sendo que, o desenvolvimento do modo de produção
capitalista acentuou o regionalismo.
3. FIM DA SOLIDARIEDADE: A GLOBALIZAÇÃO NEOLIBERAL FACE Á
INTEGRAÇÃO REGIONAL
Este
período o qual vive-se nos dias do presente, e mais precisamente, na passagem
entre os séculos XX e XXI, estes últimos que, guardam acontecimentos e
transformações notórias, os quais são atribuídos ao avanço do processo
globalizante, são acompanhados da crescente interdependência entre os países,
independentemente de seus limites e contigüidades geográficas.
São mudanças bruscas, preementemente
radicais que, refletem nos e sobre os territórios. Consequentemente agem sobre a
vida e o convívio social. As finalidades galopantes do ajuste sócio-espacial no
Capitalismo vão de acordo a busca por melhores oportunidades de expandir seus
limites de alcance e penetração, reproduzindo-se via acumulação de riqueza,
poder sócio-político e econômico.
Neste período que é uma crise (SANTOS,
2000, p.33), os atores hegemônicos transnacionais são os grandes arquitetos que
orquestram e planejam os meios de se obter maiores garantias de lucro. Em parte,
os acordos de integração econômica são meios finalísticos de se garantir a
consolidação
destes objetivos. Assistimos atônitos os opulentos
ataques a soberania nacional dos Estados Nacionais que se encontram
majoritariamente na periferia deste sistema.
Reféns,
mas também de certo modo, conivente as armadilhas neoliberais que, solapam as
Instituições democráticas desestruturando-as. Vão desde a desproteção social
que, marginaliza homens e mulheres, até mesmo o paupérrimo e decrescente
investimento em políticas educacionais, estas que acreditamos ser em partes, a
solução ou saída da subjugação política dos países Terceiro-Mundistas.
Neste
sentido mesmo com a conformação de blocos econômicos regionais que, pressupõe
maior cooperação dentre os mesmos, das quais as mais integradoras tentam formar
uma área de livre comércio com a eliminação das tarifas e restrições ao comércio
transfronteiriço, impedem que haja uma desenfreada competição entre os membros
signatários, na tentativa destes angariarem continuamente maiores parcelas de
outros mercados, visto a consumirem seus produtos e
serviços.
É
desta prática estabelecida e concebida como “comum” que, a competitividade
desarticula e fragmenta os laços de solidariedade existentes entre as pessoas e
os países. Tem-se que este mundo competitivo, e sequioso pelo tempo fugaz,
traz-nos á confusão dos espíritos (SANTOS, 2000), pela qual confundem-nos, e nos
impedem de reagirmos a altura. Milton Santos nos fala desta situação mediante a
relação entre a competitividade e o consumo:
Neste mundo globalizado, a
competitividade, o consumo, a confusão dos espíritos constituem baluartes do
presente estado de coisas. A competitividade comanda nossas formas de ação. O
consumo comanda nossas formas de inação. E a confusão dos espíritos impede o
nosso entendimento do mundo, do país, do lugar, da sociedade e de cada um de nós
mesmos. (SANTOS, 2000, p. 46).
Percebe-se
a clara alusão feita por Milton Santos, no que concerne a competitividade e o
nível desigual de consumo entre as pessoas, mas pode-se de mesmo modo e
proporcionalmente, transpassar esta alusão á intensa comercialização
nacional-internacional realizada entre os países na áurea do Capitalismo.
Parte
do entendimento de que todas as ações são direcionadas e realizam-se no dito
“mercado global”. Subsequentemente, também pode-se valer que, isto nos leva a
concentrar esforços para o entendimento das relações que se sucedem entre e nos
países. Tal interdependência das nações tem em seu foco, as relações exteriores
envolvendo suas diversidades, desigualdades e hierarquias. A disputa desigual
por maiores somas do mercado “alheio”, aquele que estão em disputa, vale-se da
disputa entre os blocos geoeconômicos ou geopolíticos, pela exigências da
soberania e as lutas pela hegemonia. (IANNI, 1995, p. 79). Essa interdependência
diz respeito as vantagens e responsabilidades de nações fortes e desenvolvidas,
bem como as nações dependentes, subordinadas ou aliadas.
Tem-se
na idéia de interdependência, a expressão de quase que toda a totalidade das
relações econômicas mundiais. Nisto inscreve-se de mesmo modo, os acordos de
integração regional, realizados com objetivações econômicas, e inseridas no
latente desenvolvimento das relações capitalistas promovidas pela
globalização.
Ainda em (ANNI,1995), vê-se a
conceituação de interdependência na qual o autor discorre sobre a temática:
Interdependência, definida
em poucas palavras, significa mútua dependência. Na política mundial,
interdependência diz respeito a situações caracterizadas pelos efeitos
recíprocos entre nações ou entre atores em diferentes nações. Estes efeitos com
freqüência resultam de transações internacionais: fluxos de dinheiro,
mercadorias, pessoas e mensagens através das fronteiras. Essas transações
intensificaram-se dramaticamente desde a Segunda Guerra
Mundial.(...)
As
relações de interdependência sempre envolvem custos, já que a interdependência
restringem a autonomia; mas é impossível especificar de antemão de uma relação
irão exceder os custos. Isto dependerá da categoria dos atores, tanto quanto da
natureza das relações. Nada garante que a relação que designamos de
“interdependência” será caracterizada como de mútuo beneficio. (IANNI, 1995,
p.80-81)
4. O PAPEL DESEMPENHADO PELOS ATORES
HEGEMÔNICOS
PARA CONCRETIZAÇÃO DA INTEGRAÇÃO
REGIONAL
A
análise do comportamento dos membros direta ou indiretamente envolvidos e
interessados pela efetiva, duradoura e sólida integração regional (se é que é
possível assim o ser), mostra-se imprescindível, no tocante que se desenvolvem
as forças que supostamente irão compor os acordos e negociações a cerca da
integração econômica regional.
Isto
posto, faz-se notório destacar os papéis ou funções desempenhados por cada
agente social que, de modo pragmático, prestar-se-á a colaboração integral em
tais empreendimentos, visto que desejam cada qual, a parte que lhes concebem
como mais interessante, poderão utilizar-se da força persuadindo seus
opositores, seja pela via econômica ou militar, no sentido destes, alcançarem
satisfatoriamente seus objetivos previamente
traçados.
Isto tráz a tona, toda a discussão a
cerca de como se dão os modos com os quais os acordos de integração regional
poderão ser realizados, e qual o papel e importância de cada membro participante
destas negociações. É com efeito que, Estado, instituições internacionais e
corporações capitalistas transnacionais, ocupam importante destaque no canário
político internacional destas relevantes discussões.
De fato, é por meio da discussão política
que, deve-se pautar tais negociações. No entanto, destacar-se-á que um provável
fracasso na tentativa de se estabelecerem relações mais orgânicas entre estes,
mesmo diante das prováveis perdas e ganhos que, ocorrem em qualquer negociação,
não se descartará o uso da força militar e da coação violenta. A exemplo disto,
a invasão e ocupação militar dos Estados Unidos no Iraque desde 2003, tem
mostrado que, todos os meios finalísticos, são plausíveis de serem
utilizados.
Para não correr o erro de confundir-nos,
haja visto que a “guerra contra o Iraque” não deveu-se de uma fracassada
tentativa de integração econômica, e sim, por outros motivos que não serão
levantados neste trabalho, mas tinham claramente objetivos políticos e
econômicos diante da crescente necessidade americana, de dar conta da demanda
energética que, é pautada sobretudo no petróleo, largamente encontrado naquela
região do Oriente Médio.
Como prova disso tem-se, revelações que
nos mostram as estratégias do governo Estadunidense de garantir a si, o
fornecimento deste recurso.
Ao assumir como presidente no início de
2001, a
prioridade da política externa de George Bush não era prevenir o terrorismo nem
pôr freio na difusão de armas de destruição em massa (nem nenhum outro dos
objetivos políticos exterior que auspiciou após o 11 de setembro). Mas sim,
tratava-se de aumentar o fornecimento de petróleo por parte dos provedores
estrangeiros aos mercados estadunidense. (MICHAEL T. KLARE, 2003, p.
201-202)).
Diante
dos aspectos políticos levantados e considerados relevantes para o processo de
integração, tentar-se-á analisar o papel desempenhado pelos atores hegemônicos,
diante dos processos de “integração de
mercados”.
4.1. O ESTADO
O
Estado é uma Instituição política, concebido como um instrumento de dominação e
de poder. Muito se especula sobre o Estado, pois existem várias formulações á
respeito. Há os que o concebem a partir de um “contrato social”, no qual os
homens abdicam de sua liberdade em troca de sua segurança, bem como os que o
entendem como um mal necessário, e apelam para a sua intervenção mínima diante
da vida social. Esta regulação como se bem sabe, é parte da concepção liberal da
qual o Estado, deve intervir minimamente, em prol da garantia de determinados
direitos, e principalmente dos individuais, e do mercado sem a intervenção
Estatal.
De modo geral, propõe-se trabalhar neste
recorte, segundo a ótica de que o Estado pode ser entendido como uma instituição
criada pelos homens para mediar as contradições existentes entre os interesses
particulares e os da comunidade. Há de se valer também que é sob a tutela do
Estado que se realizam as relações externas entre os países. Sob está analise, é
que Engels expôs de modo suscinto a visão de Marx sobre o
Estado:
O Estado que se origina da necessidade de manter os
antagonismos de classe sob controle, mas que também se origina no meio da luta
entre as classes é, normalmente, o Estado da classe economicamente dirigente,
que, por seus recursos, torna-se também a classe politicamente dirigente, e,
assim, obtém novos meios de controlar e explorar as classes oprimidas.
(ENGELS, 1941, P. 157 apud HARVEY, 2005).
Concentrar-se-á, porém, neste texto, principalmente após
o período no qual está instituição passa a ser denominada de Estado
Moderno5, surgido após a Revolução Francesa do século
XVIII.
Diante das novas e rápidas mudanças das
quais são acometidos os Estados nacionais, haja vista a penetração e poderio que
se impõe a esta nova fase da globalização, marcada pela velocidade, fluidez e
mobilidade, o Estado mais do que “perder” sua autonomia, ele está
reestruturando-se sob
novas bases, adquirindo distintas funções dentro da nova
geopolítica mundial, pautado pela “sociedade de controle”, novo discurso que
legitima a força do Estado (HAESBAERT, 2006,p.51).
É com efeito que
, como já afirmamos anteriormente, apesar de muitos apontarem diante da onda
neoliberal que abateu-se sobre os territórios, principalmente após as décadas de
70/80, tendo como expoentes máximos deste novo regime
político-social Margaret Thatcher
(Grã-Bretanha) e Ronald Reagan (Estados Unidos da América – Estados Unidos da
América), o Estado se faz presente nas discussões que envolvem os acordos
políticos e econômicos (IBIDEM SANTOS).
Ainda
segundo os geógrafos espanhóis Rufí e Font, o Estado é uma instituição
imprescindível no cenário político atual:
[...] O novo sistema mundial outorga
aos Estados menor capacidade de intermediação do que em épocas anteriores,
apesar de ele continuar sendo uma instituição imprescindível em muitos sentidos,
inclusive para a própria globalização (FONT e RUFÍ, 2006, p.
104).
Dentre
as funções inerentes ao Estado, cabe a ele, zelar pela integridade de seu
território e de sua soberania, bem como do funcionamento da economia gerando
riquezas e distribuindo-as da mesma forma a sociedade. Deverá também garantir a
população os serviços públicos básicos, dos quais são essenciais, a educação, e
a saúde, como meio de promover a harmonia entre seus habitantes
circunscritos.
Conta
ainda que, o enxugamento do Estado veio acompanhado de medidas enérgicas que
afetaram as sociedades beneficiadas pelo Estado do Bem Estar Social6,
muito bem mais difundido nos países da Europa Ocidental e nos Estados Unidos
(HAESBAERT, 2006). A flexibilização destes direitos, foram retiradas das
responsabilidades dos Estados que, livres destes pesados encargos sociais,
permitiram que tais benesses fossem agora adquiridas nos mercados.
No
entanto, a globalização neoliberal já mencionada anteriormente, dita as regras
de como deverá ser gerida a política econômica principalmente dos países
subdesenvolvidos, estes que presos á altíssimas dívidas externas, rezam nas
cartilhas das instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial e o
Fundo Monetário Internacional, desprotegendo sua economia, abrindo-a a
concorrência com outros mercados que devido a especialização técnico-científica,
proveniente de investimentos em pesquisa, certamente terão melhores
oportunidades de concorrer mundialmente.
Da
mesma maneira as privatizações promovidas pelos Estados como exigência dos
agentes da economia financeira mundial, solaparam as estruturas produtivas e as
possibilidades destes desenvolverem-se como uma nação com crescimento mais
vigoroso, objetivando a consolidação destes países a integrar e emergir a altura
no cenário internacional.
4.2.
AS INSTITUIÇÕES
SUPRANACIONAIS E AS CORPORAÇÕES
TRANSNACIONAIS
As instituições
supranacionais são os atores hegemônicos que mais detém poderes capazes de
influenciar, interferir ou mudar a política feita no interior de cada país,
sobretudo os que se encontram em situações de dependência financeira junto a
estas instituições que são controladas principalmente pelos países mais
industrializados e desenvolvidos que compõe o bloco do G87.
São exemplos destas instituições, a
Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional, o Banco
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ligadas
principalmente aos Estados Unidos, tais instituições exercem poderes que estão
colocados acima ou em superioridade aos governos das nações. Estas são
verdadeiras guardiãs da “ordem global”, no sentido de persuadir os países,
principalmente os pobres, a manterem situações desfavoráveis aos cidadãos,
colocando em prática mecanismos de controle e ajuste
fiscal.
Concentram
e direcionam seus esforços principalmente quanto a flexibilização e diminuição
expressiva dos gastos públicos, referentes aos investimentos nas áreas sociais,
tais como a ampliação e melhores condições de acesso á saúde, educação e
moradia.
Decorrente
destas medidas, os governos apressam-se em realizar o pagamento de suas dívidas
externas a seus credores internacionais. Como conseqüências reflexos destas
medidas estruturais do período da globalização, crescem os casos de exclusão
social, marginalização e da violência, visto que a falta destas condições
básicas ao convívio social dos homens, agora são com mais eficiência realizadas
e adquiridas no mercado.
Está
nova (des)ordem mundial (HAESBAERT, 2006) promovida por estas organizações,
utilizam-se da mesma forma de seu poderio político-econômico, para minar as
forças de atuação dos Estados, o que reforça a idéia da reestruturação do poder
dos Estados nacionais, diante de sua provável e efetiva perda de autonomia
política.
Caso
típico de uma instituição supranacional com poderes políticos e econômicos
exorbitantes capazes de influenciar o rumo e as decisões dos Estados nacionais é
a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Está
instituição comprometida com os princípios de livre mercado, conforma um grande
bloco dos países mais ricos do mundo, uma vez que a maior parcela dos fluxos
econômicos globais, como o comércio e finanças, concentra-se nas economias da
OCDE (HELD, D. ; McGREW, A.; 2001, p.61).
Dentre suas principais ações tem como
incumbência, o apoio e realização de investimentos nos países emergentes,
contribuindo assim para o desenvolvimento econômico e social no mundo inteiro.
Convém fazer uma ressalva que, a globalização vem alterando significativamente o
cenário econômico mundial, pois o predomínio das economias da OCDE vem sendo
diminuído, á medida que a globalização econômica vai modificando a geografia das
atividades e dos poderes econômicos mundiais (HELD, D. ; McGREW, A.; 2001,
p.61).
O
avanço na pesquisa científica aliada aos interesses das grandes empresas, deu
origem ao que Milton Santos considera como a morte da política, pois a política
agora é feita no mercado, para o mercado, e sem visão de conjunto, fragmentada
(SANTOS, 2000, p.67). A preocupação com a sociedade, com o meio natural e a
diversidade, não estão entre as maiores preocupações destas empresas.
Basta
apenas observar a forma de atuação predatória contra a fauna e a flora dos
países que ainda dispõe de maiores ofertas destes recursos naturais,
conjuntamente ao desrespeito e ameaça a vida dos homens e da sociedade, pois é
sabido que esta fase do sistema capitalista configurado pela enorme crise
ambiental instalada no globo, é fruto das ações desenfreadas destas empresas
preocupadas exclusivamente com o faturamento econômico e seus vultosos lucros,
provenientes de suas diversas atividades comerciais e industriais.
Como
afirmado acima, foram o avanço das técnicas, que possibilitaram as empresas
obter o domínio sobre os territórios e sua concomitante
cognoscibilidade8(SANTOS, 2000, p.31). De fato, estas ações
possibilitaram as grandes empresas, escolher onde melhor poderiam ter melhores e
maiores retornos financeiros na instalação de seus negócios pelo mundo.
E
foi justamente o desenvolvimento do sistema capitalista que atuou como o grande
propulsor da expansão geográfica destas empresas, pois da unicidade das
técnicas, dentre elas, a dos transportes e em maior importância as da
informática, propiciaram que as empresas transnacionais instalassem suas
atividades em todas as partes do mundo, da qual nos fala Milton
Santos:
Em nossa época, o que é
representativo do sistema de técnicas atual é a chegada da técnica da
informação, por meio da cibernética, da informática, da eletrônica. Ela vai
permitir duas grandes coisas: a primeira é as diversas técnicas existentes
passam a se comunicar entre elas. A técnica da informação assegura esse
comércio, que antes não era possível. Por outro lado, ela tem um papel
determinante sobre o uso do tempo, permitindo, em todos os lugares, a
convergência dos momentos, assegurando a simultaneidade das ações e, por
conseguinte, acelerando o processo histórico (SANTOS, 2000,
p.25).
Estas
ações tiveram como conseqüências diretas o inevitável aumento do desemprego e
crise nas principais economias do primeiro mundo, pois houve uma transferência
maciça de empregos dos países centrais, para os países periféricos, frutos
também do intenso processo de robotização e automatização das tarefas. Esta
incrível informatização do trabalho, é o resultado direto do casamento entre
ciência e técnica que, colocou a tecnologia a serviço do grande capital, ou
seja, das grandes corporações
transnacionais.
O desenvolvimento das técnicas de
transporte e comunicação foram em grande medida, as condições determinantes para
as mudanças nos processos e nos modos de produção das mercadorias. Estas
passaram a ser produzidas nas mais diversas partes do globo, sendo portanto,
controladas á partir de ordens de comando das altas hierarquias através das
redes informatizadas e configurando o que conhecemos por
des-re-territorialização (HAESBAERT, 2006), processo dialético de construção e
destruição dos territórios, ou seja, o grande capital pode tanto se instalar
como desinstalar suas atividades dos territórios, no momento em que mais lhe
convir.
No
entanto, a globalização, contraditoriamente, possibilitou que outras regiões
marginais, e não mais apenas as regiões condensadas de objetos
técnicos9 e em desenvolvimento tecnológico, pudessem utilizar do
desenvolvimento técnico para inserir-se na ordem econômica vigente, marcada pela
competitividade entre as regiões e principalmente entre as empresas. Decorre que
a unicidade das técnicas cumpre portanto, papel fundamental tanto no
desenvolvimento das forças produtivas como no desenvolvimento desigual do
capitalismo mundial.
5. BLOCOS ECONÔMICOS E A INTEGRAÇÃO
REGIONAL.
A
formação dos blocos regionais é uma união política e econômica entre diversos
países, para a promoção do desenvolvimento econômico e social dos membros
conjuntamente. Porém, Este agrupamento entre os países não é tão recente, pois
remonta a segunda metade do século XX, com o surgimento da Comunidade Econômica
do Carvão e Aço (CECA) formado por países da Europa Ocidental10 no
ano de 1956.
Tem-se
que a conformação destes blocos econômicos, tem por objetivo primeiro, fazer
progredir a integração econômica entre os países, vista de tal modo que propicie
ganhos recíprocos, juntamente a possibilidades de angariar maiores facilidades
nas transações comerciais, o que denota claramente a crescente importância e
relevância engendrada pela globalização Neoliberal que, tem como parâmetros,
estimular o aumento da competitividade e concorrência externa, no sentido de que
estas ações, promoverão aumentos significativos na produtividade
mundial.
Existem
algumas possíveis formas de integração regional que, podem ser evidenciadas por
Áreas ou Zonas de Livre Comércio, Uniões Aduaneiras, Mercados Comuns e União
Monetária. Cada uma destes quatro processos, fazem parte das políticas de
integração regional e conformação dos blocos econômicos no mundo, adotados pelos
países como meio de integrar-se e aproveitar de melhores condições comerciais no
cenário internacional.
A
Zona de Livre Comércio, constitui-se como sendo considerado por alguns autores
como o tipo de tratado menos ambicioso (MAGNOLI, 1977), pois sua política está
voltada para um acordo entre Estados para a eliminação de barreiras tarifárias
e facilitar
o movimento de produtos e serviços entre os territórios dos países
participantes, bem como fomentar a
cooperação entre estes. Atualmente o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre
Comércio) expressa este tipo de integração regional conformando-se num bloco
econômico.
O
NAFTA mostra-se como um tratado controverso pois, seguindo a orientação
neoliberal, este acordo tornou principalmente a economia Mexicana, dependente
direta e exclusivamente dos Estados Unidos. Isto torna o país muito vulnerável,
haja visto que as crises que se abatem nos EUA, podem refletir com mais
intensidade no México.
Há
ainda que ressaltar o crescente desemprego que se verificou nos Estados Unidos,
devido a grande quantidade de empresas maquiladoras que instalaram-se na
fronteira entre os países atrás de mão-de-obra barata e desqualificada, no
sentido de baratear o preço final da mercadoria. Da mesma forma, serviriam de
trampolim comercial para os produtos exportados pelos EUA a outros países que
não comercializam diretamente com os Estados Unidos.
A
União Aduaneira trata-se também de uma área de livre comércio que tem como
objetivos, atrair investimentos produtivos para os países que configuram o
acordo. Ela também avança no sentido de fixar uma tarifa externa comum, para as
importações dos países que não compõe o bloco. Numa União Aduaneira, os objetivos são mais
amplos, abrangendo a criação de regras comuns de comércio com países exteriores ao bloco.
Está
etapa é de vital importância para que os acordos concretizem-se com sucesso,
pois é uma forma de igualar as relações comercias do bloco com países fora do
bloco. A tarifa constitui-se um
fator de suma importancia para a integração regional, pois está, deve ser
baixa e condizente com as realidades internas dos países que conformam o bloco,
e alta para incentivar as atividades e o comércio entre as
regiões.
Uma
próxima etapa da integração é a formação de um Mercado Comum. Nesta etapa do
desenvolvimento de integração regional há um avanço muito mais significativo
que, as etapas anteriores. Nesta fase além da circulação de bens entre os países
membros do bloco, tenta-se garantir a livre circulação de pessoas, serviços e
capitais.
Neste sentido, evidencia-se avanços muito
importantes para o processo e consolidação da integração regional, visto que
neste tipo de acordo, engloba questões que não se configuram apenas como
interesses comerciais, abrangendo para outros segmentos de interesses comuns,
tais como a legislação ambiental, educacional e
financeira.
Tem-se
como exemplo deste tipo de integração a União Européia que além de já funcionar
efetivamente como um mercado comum, também adotou o sistema único monetário, o
EURO. Para tanto, foram abolidas as moedas nacionais dos países integrantes do
bloco, e as novas moedas são emitidas por um banco central que as controla.
Entretanto,
sabe-se da existências de inúmeros problemas que se apresentam como verdadeiros
entraves a completa integração do bloco europeu. São problemas de ordens
diversas que comprometem a estabilidade e duração do acordo. Vão desde problemas
com a própria moeda, uma vez que alguns países não substituiram suas moedas
nacionais pelo EURO, tendo a Inglaterra como país principal.
Há também fatores de ordem cultural que
são considerados normais em alguns países e um ataque ofensivo a outros, como é
o caso da liberalização do uso e consumo da maconha na Holanda, ou mesmo os
problemas de ordem religiosa. Sobrevivem ainda, resquícios de movimentos
Nacionalistas de cunho neonazistas que lutam
violentamente contra extrangeiros que procuram melhores condições de vida, nos
países com melhores condições estruturais. No entanto, a integração do bloco tem
se mostrado efetiva, configurando-se como um dos blocos que mais tem tido
avanços consideraveis na area econômica e
social.
6. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Diante das idéias expostas neste
trabalho, é evidente salientar a necessidade de aprofundar-se no debate sobre os
processos de integração regional entre os países. Ve-se que a globalização tem
cumprido um papel central neste sentido, como um fenômeno decorrente da
intensificação do processo das relações comerciais e financeiras, notoriamente
mais arraigadas na sociedade capitalista.
De tal modo, há a necessidade de
atentar-se para as “possíveis vantagens” que possam suceder-se destes acordos, e
quais as parcelas da sociedade que beneficiarão em melhores condições, da
implementação destas negociações entre países. Nota-se que o desenvolvimento
desigual e combinado dos países, tem sido acompanhado pelas discrepâncias
econômicas e sociais que á tempos tem sido denunciada pelas autoridades do
terceiro-mundo, diante das atrocidades e descaso para com os cidadãos destes
espaços marginalizados.
Sabe-se
que as possibilidades oferecidas aos Estados mediante a integração regional,
ainda é bem vista e aceita em grande parte do mundo. Cabe portanto, aos
cidadãos, e aos seus governantes, protagonistas na ação por um novo mundo,
por relações mais justas e igualitárias, pautem-se sob os princípios de
solidariedade e igualdade de oportunidades, para que os países periféricos saiam
desta lógica maniqueísta e desigual que, de certo modo, continuam a solapar e
comumente subjugá-los nesta nova des(ordem) mundial.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICAS
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2008].
NOTAS
[1] Os processos de integração regional,
intensificaram-se no período pós segunda Guerra
Mundial.
[2] Atualmente tem-se utilizado dos termos:
“em desenvolvimento” ou “emergentes”, para referir-se aos países
subdesenvolvidos.
[3] Compreende-se por atores
hegemônicos, principalmente as
instituições supranacionais com Fundo Monetário Internacional, Banco
Mundial e as Corporações
transnacionais.
[4] Milton Santos refere-se ao meio
técnico-cientifico-informacional, no sentido que, o território deve
necessariamente abarcar a técnica, ciência e a informação, no período da
globalização.
[5] O adjetivo “Estado-Moderno”, se origina
da identificação da instituição com a construção a partir do século XVII da
sociedade ocidental, uma nova estrutura social não aristocrática porém clasista.
[6] Estado de Bem-estar
Social ou Estado-providência (em inglês:
Welfare State) é um tipo de organização política e econômica que coloca o
Estado
(nação) como agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador
economia.
[7] G8, é um grupo
internacional que reúne os sete países (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino
Unido, França, Itália e Canadá) mais industrializados e desenvolvidos
economicamente do mundo, mais a Rússia.
[8] Cognoscibilidade é a possibilidade de
conhecer o planeta extensiva e
profundamente.
[9] objetos técnicos podem ser as estruturas
mais sofisticadas de um país, tais como, aeroportos e auto-estradas.
[10] A comunidade Econômica do carvão e Aço
(CECA), no inicio teve sua formação composta pelos seguintes países da Europa
ocidental : Alemanha, França, Itália, Bélgica, Países Baixos e
Luxemburgo.
Ponencia presentada en el Décimo Encuentro
Internacional Humboldt. Rosario, provincia de Santa Fe, Argentina. 13 al 17 de
octubre de 2008.