Resumo
VULNERABILIDADE DO USO DO TERRITÓRIO DA CIDADE PELOS
TURISTAS
Marília Steinberger
Neio Campos
Programa de
Pós-Graduação em Geografia e Centro de Excelência em
Turismo
Universidade
de Brasília
A cidade é um
território intrinsecamente complexo e desordenado onde o planejamento, entendido
como expressão antecipada do futuro, envolve forte dose de imponderabilidade,
razão porque suas estratégias de intervenção precisam estar abertas ao devir que
se caracteriza pela incerteza. De fato, complexidade e incerteza não se
constituem novidades para os analistas urbanos, pois a coexistência de múltiplos
usos e funções em permanente mudança já é uma realidade sobejamente conhecida
por eles. Entretanto, nas últimas décadas, essa tarefa tornou-se mais
desafiadora na medida em que o território de muitas cidades de diferentes
tamanhos vem acolhendo, de maneira mais intensiva, um novo uso: o turismo.
Pensar no turismo como um uso do território leva a questionar quem usa e como
usa, o que nos remete aos turistas e sua influência na dinâmica
temporal-espacial da cidade. Tal abordagem permite refletir não só sobre
riquezas socioeconômicas, mas também sobre os riscos sócio-ambientais advindos
desse novo uso.
O objetivo deste
trabalho é discutir a vulnerabilidade do uso do território da cidade pelos
turistas, tomando como referencial empírico algumas pequenas cidades do Brasil
Central ainda bastante desconhecidas enquanto objetos turísticos. Para tanto,
primeiramente, pretende-se realizar uma breve revisão teórico-conceitual sobre o
turismo como um uso do território. Em uma segunda seção, serão apresentados
exemplos de pequenas cidades brasileiras onde o turismo ainda incipiente pode
vir a trazer, simultaneamente, riqueza e riscos. A guisa de conclusão,
destacam-se ações dos turistas que, em conjunto com os citadinos e os governos
locais, propiciem uma minimização das vulnerabilidades decorrentes do uso
turístico.
Introdução
Uma das características mais marcantes da cidade é a coexistência
de múltiplos usos em seu território. De fato, os tradicionais usos residencial,
comercial e industrial, retratam a dinâmica dessa coexistência em permanente
mudança. Nas últimas décadas, a cidade vem acolhendo, extensivamente, um novo
uso: o turismo.
A análise do turismo
enquanto uso do território da cidade leva a adotar como eixo teórico básico a
contribuição de Milton Santos sobre a relação entre espaço geográfico e
território usado, o que permite refletir sobre quem usa e como usa esse
território.
Moradores, empresários hoteleiros, agentes de viagem, governos
locais e, também, os próprios turistas, compõem o conjunto dos principais
agentes sociais responsáveis pela apropriação do território da cidade pelo uso
turístico. As maneiras como tais agentes praticam o turismo na cidade gera maior
ou menor vulnerabilidade. Assim, a vulnerabilidade será adotada neste trabalho
como eixo teórico complementar.
Embora a interferência do uso turístico na dinâmica da cidade seja
realizada por esse conjunto de agentes, o turista é quem concretiza tal dinâmica
porque sua ação, singularizada por deslocamentos, amplia a mobilidade espacial e
demográfica na cidade.
Nesse sentido, o turismo não deve ser visto como uma panacéia
capaz de sempre ampliar oportunidades de emprego e renda em cidades estagnadas
economicamente ou sem uma nítida identidade funcional. Paralelamente, o turista
não deve ser satanizado como o
causador de ameaças de deterioração ambiental, desfiguração cultural, pressão
sobre infra-estrutura e serviços urbanos, entre outras. Isso porque o binômio
turismo-turista, ao mesmo tempo, gera e sofre vulnerabilidade.
Tal compreensão permite considerar a vulnerabilidade do uso
turístico do território da cidade tanto no seu aspecto negativo como positivo,
visto que ela não representa apenas o reconhecimento de ameaças e riscos, mas,
também, a capacidade de respondê-los.
O objetivo deste trabalho é discutir a vulnerabilidade no uso do
território da cidade pelos turistas, à luz da teoria espacial, tomando como
referência empírica algumas pequenas cidades do Brasil Central, ainda pouco
conhecidas enquanto objetos turísticos.
Primeiramente, realiza-se uma breve revisão da teoria espacial
para fundamentar a idéia de que o turismo é um uso do território e compreender a
vulnerabilidade a ele associada. Em uma segunda seção, mostra-se como a
Geografia pode contribuir para o entendimento da noção de vulnerabilidade
aplicada ao turismo. Em uma última seção, apresentam-se exemplos de cidades onde
o turismo ainda incipiente pode trazer, simultaneamente, ameaças/riscos e
oportunidades/respostas. A guisa de conclusão, sugere-se que somente ações
compartilhadas entre turistas, moradores e governos locais propiciam a
minimização da vulnerabilidade suscitada pelo turismo no uso do território da
cidade.
1. O turismo
como um uso do território
A idéia de que o turismo é um uso do território não é uma
novidade, pois Rita de Cássia Cruz e Maria Geralda Almeida já o mencionam. Cruz,
ao lembrar que o turismo surgiu em meados do século XIX, utilizando
“infra-estruturas criadas em razão de outros usos do território” (2000:7),
apenas deixa implícito que o turismo é um uso do território, porém não o discute
como tal. Por outro lado, Almeida considera o turismo como um “uso novo dos
lugares que revoluciona o território” (2006:109), mas também não o discute.
O enfoque do turismo é um uso do território encontra seus
fundamentos na teoria espacial de Milton Santos, visto que para falar em
território é preciso entender o que é o espaço e, portanto, a relação
indissociável espaço-território.
O autor começa a sua teorização afirmando que o espaço humano é um
fato histórico, pois “a história não se escreve fora do espaço e não há
sociedade a-espacial”, razão pela qual, diz que “o espaço, ele mesmo é social”
(Santos, 1977:9-10) e acrescenta:
O espaço, como realidade, é uno e total. É por isso que a
sociedade como um todo atribui, a cada um dos seus movimentos, um valor
diferente a cada fração do território [...] e que cada ponto do espaço é
solidário dos demais, em todos os momentos. A isso se chama a totalidade do
espaço. (Santos, 1985: 64)
Além disso, diz que o “espaço se define como um conjunto de formas
representativas de relações sociais do passado e do presente” (1978:122) e
considera que o espaço realiza uma dupla função: “ele é simultaneamente produtor
e produto”. (ibidem: 130). Considera, ainda, que “o espaço é, também e sempre,
formado de fixos e fluxos. Nós temos coisas fixas, fluxos que se originam dessas
coisas fixas, fluxos que chegam a essas coisas fixas. Tudo isso, junto, é o
espaço.” (Santos, 1988:77)
Posteriormente, explica que a essência social do espaço está nele
ser constituído, de um lado, por “objetos geográficos naturais e artificiais,
distribuídos sobre um território”, e, de outro lado, por processos sociais que
dão vida a esses objetos. Esses processos se realizam não apenas através das
formas, mas das formas-conteúdo que “terminam por adquirir uma expressão
territorial”. Portanto, formas-conteúdo, em um movimento em que o “conteúdo
ganha uma nova dimensão ao encaixar-se na forma.” (Santos, 1985:
2)
O autor entende que “a utilização do território pelo povo cria o
espaço”. Esclarece que o território se chama espaço quando “encarado segundo a
sucessão histórica de situações de ocupação efetiva por um povo.” (Santos,
1978:189). A partir de 1988, passa a falar não só em território, mas em
configuração territorial como uma noção mais ampla, pois envolve “o território e
mais o conjunto de objetos existentes sobre ele”, sejam os naturais ou
artificiais.
Alguns anos depois, discorre explicitamente sobre o uso do
território. Assevera que “é o uso do território, não o território em si mesmo,
que faz dele objeto de análise social”. Interpreta que território é uma noção
que carece de constante revisão histórica e o que ele tem de permanente é ser o
nosso quadro de vida. Diferencia território de território usado, ao ressaltar
que: “O território são formas, mas o território usado são objetos e ações,
sinônimo de espaço humano, espaço habitado.” (Santos, 1994:15-16) O autor deixa
claro que a “configuração territorial não é o espaço, já que sua realidade vem
de sua materialidade, enquanto o espaço reúne a materialidade e a vida que a
anima.” (Santos, 1996:51).
Na sua última obra, demonstra nitidamente a relação indissociável
entre espaço e território:
[...] o espaço geográfico se define como união indissociável de
sistemas de objetos e sistemas de ações, e suas formas híbridas, as técnicas,
que nos indicam como o território é usado: como, onde, por quem, por que, para
quê [...] apreender a constituição do território, a partir de seus usos [...]
permite pensar o território como ator e não apenas como um palco, isto é, o
território no seu papel ativo. (Santos & Silveira,
2001:11).
Sendo assim, para o autor, o território usado é sinônimo de espaço
geográfico, dada “a interdependência e a inseparabilidade entre a materialidade
que inclui a natureza, e o seu uso que inclui a ação humana e a política.”
(ibidem: 247)
Tais recortes da teoria de Milton Santos, não só permitem embasar
a idéia de que o turismo é um uso do território da cidade, mas, principalmente,
enfatizar que o território usado da cidade pelo turismo precisa ser entendido a
partir da mencionada indissociabilidade espaço-território, por
que:
[...] o espaço, ao ser definido como materialidade + vida que a
anima, sugere perguntar: O que anima a vida? As ações. Quem anima a vida? Os
agentes sociais e os atores que o representam. Como se anima a vida? Usando o
território, criando e recriando objetos geográficos. Quando se anima a vida? Ao
longo do tempo histórico. (Steinberger, 2006: 62).
Ao propor que o turismo seja entendido como um uso do território
não basta constatar que ele se realiza no território, pois não é uma realidade
objetiva explicada por si mesma simplesmente por acontecer de maneira imediata
em uma dada configuração territorial. Assim, o “fazer turismo” significa uma
apropriação do território para fins turísticos o que é fruto de uma vontade
política, ou seja, de uma intencionalidade em usar o território para fins
turísticos.
Esse uso do território é resultado de uma práxis social
obra de uma intencionalidade que, ao se materializar, produz espaço. No entanto,
essa materialização não ocorre sobre uma tabula rasa, mas, sim, em um acontecer
histórico que representa um acúmulo de temporalidades diversas, apropriadas pelo
uso turístico.
Em outras palavras, poderíamos nos perguntar o que estão fazendo
os agentes sociais ao promoverem uma nova atividade, que se convencionou
denominar turismo? Estão se apropriando de objetos geográficos naturais e
artificiais, presentes em uma dada configuração territorial, e dando a esses um
novo significado – o turístico. Isto é, estão modificando o conteúdo de formas
pré-existentes.
Ao agir dessa maneira estão permitindo a concretização do turismo
por meio de fixos e fluxos. Embora suas intenções imediatas sejam ter acesso a
oportunidade de empregos e aumentar renda (moradores); auferir lucros
(empresários hoteleiros e agentes de viagem); ampliar receitas (governos locais)
e desfrutar de lazer (turistas), estão fazendo algo maior, mesmo que
inconscientemente. Na verdade, estão produzindo espaço geográfico e território
usado, ou seja, possibilitando que o turismo seja visto como parte do processo
de produção do espaço e, concomitantemente, do território usado. Isso equivale a
admitir que tais agentes, ao serem responsáveis por efetivar o uso turístico,
interferem na dinâmica sócio-espacial. Porém, não o fazem igualmente, pois cada
um tem uma participação específica nesse processo. Dentre os agentes
mencionados, o turista é quem consolida tal dinâmica porque sua ação,
singularizada por deslocamentos, engendra uma nova mobilidade espacial e
demográfica que não se realiza no território usado como um todo e nem de uma só
vez.
As ações dos turistas são seletivas e efetivam-se em determinadas
frações do território. Steinberger (2006), retomando as formulações de Milton
Santos, infere que a cidade é uma das frações do território usado e o espaço
urbano é uma fração do espaço enquanto totalidade. Essas inferências levam a
autora a concluir que, de fato, é preciso reconhecer a existência de um par
indissociável: cidade – espaço urbano.
O espaço urbano aqui está sendo entendido
como:
[...] o lócus estratégico de poder de agentes e atores sociais,
uma vez que aglomera pessoas, atividades, interesses, e, portanto, conflitos.
[...] a efervescência do espaço urbano está no fato de congregar
produção, consumo, inovação, circulação de informações e idéias e,
conseqüentemente, a tomada de decisões. (Steinberger & Ferreira,
2002:18)
Assim, o espaço urbano é um aglutinador de relações de poder
porque comanda as decisões de apropriação e uso do território, as quais envolvem
interesses conflitantes de agentes sociais e atores que os representam.
(Steinberger & Amado, 2006) A presença do turista tem sido considerada na
literatura como geradora de inúmeros conflitos.
Levando em conta que a cidade como fração do território usado vem
abrigando extensivamente o turismo, cabe perguntar: como o turismo enquanto uso
do território se apropria da cidade? Para responder a esta pergunta não basta
entender a cidade como fração do território usado, mas, principalmente, entender
o processo de produção do espaço urbano, fulcro da materialidade que a
constitui, o que implica, necessariamente, em trabalhar com o par cidade -
espaço urbano. Analogamente as já mencionadas ações dos agentes sociais (em
especial o turista) que concretizam o turismo e, ao fazê-lo, produzem espaço
geográfico e território usado, aqui se pode falar em produção do espaço urbano e
produção da cidade enquanto território usado para diversos fins, inclusive o
turístico.
Dentre esses agentes, nesse paper destacam-se as ações dos turistas
na produção do espaço urbano e na produção da cidade, ou seja, as maneiras como
eles praticam o turismo que gera maior ou menor vulnerabilidade.
2.
A vulnerabilidade do turismo e do
turista
A noção de vulnerabilidade nas ciências sociais é complexa e
polissêmica, como mostram Daniel Hogan e Eduardo Marandola (2006).
Resumidamente, os autores ressaltam que a vulnerabilidade não pode ser entendida
só no seu aspecto negativo, como o senso comum aponta, mas, representa,
principalmente, a capacidade de indivíduos ou grupos populacionais responder a
ameaças e riscos. De fato, as várias definições compiladas pelos autores, têm em
comum o reconhecimento que a noção envolve aspectos positivos e negativos.
No presente paper,
toma-se a vulnerabilidade como um eixo teórico complementar porque ela permite
estabelecer uma ligação entre quem sofre tais ameaças e como as enfrenta.
Ligação que, por sua vez, está estreitamente relacionada com o eixo teórico
básico, na medida em que o uso do território da cidade pelo turismo permite
refletir sobre quem usa e como usa esse território, em especial o turista.
Embora Hogan e Marandola (op.cit.) evidenciem o “estado da arte”
do estudo da vulnerabilidade, por meio de um diálogo com vários pesquisadores
que acionam a noção, deixam em aberto a expectativa de buscar “caminhos para uma
conceituação interdisciplinar”. Nessa revisão, percebe-se a importante
contribuição da Geografia até o momento, pois trabalhos de alguns geógrafos
foram citados.
Essa contribuição da Geografia está explicitada pelos autores ao
dizerem que:
[...] o estudo de uma ‘ciência da vulnerabilidade’ deve primar
pelo enfoque espacial. A dimensão geográfica dos fenômenos é fundamental, na
medida em que permite uma melhor compreensão do ‘jogo de escalas’ e das
interações regionais e locais. Conceitos como lugar e região, abordados a partir
da Geografia, recebem uma dimensão mais robusta, contribuindo decisivamente na
busca da ‘totalidade dos sistemas’. (op. cit: 44)
Nesse sentido, a própria teoria espacial de Milton Santos, ao
trabalhar com as idéias de circuito superior e inferior, cidadania e homens
lentos, possibilita não só aprofundar a dimensão geográfica da noção de
vulnerabilidade como relacioná-la ao turismo e ao
turista.
No que diz respeito aos dois circuitos, o autor começa mostrando
que o espaço dos paises subdesenvolvidos organiza-se, basicamente, a partir de
interesses distantes comandados por forças mundiais que impõe uma modernização
seletiva. Para ele a seletividade econômica e social do espaço é a chave para
elaborar uma teoria espacial, por que:
[...] exprime duas coisas diferentes segundo se considere a
produção ou o consumo. A produção tende a se concentrar em certos pontos do
território com tanto mais força quanto se trate de atividades modernas. O
consumo responde a forças de dispersão, mas a seletividade social age como um
freio, pois a capacidade de consumir não é a mesma qualitativa e
quantitativamente. (Santos, 1979:15)
Em decorrência dessa afirmação, diz que “o aparelho econômico deve
se adaptar ao mesmo tempo ao imperativo de uma modernização poderosa e as
realidades sociais”. Acrescenta que se criam “dois circuitos econômicos,
responsáveis não só pelo processo econômico, mas também pelo processo de
organização do espaço” (ibidem: 16).
Segundo ele, o desafio, então, é que a cidade não pode ser mais
estudada como uma “máquina maciça”, pois é preciso reconhecer que no seu
território coexistem a concentração e dispersão, as quais são materializadas no
circuito superior e inferior, possibilitando, assim, analisar não apenas uma
parte da cidade, mas, a “cidade inteira”.
O circuito
superior originou-se diretamente da modernização tecnológica e seus elementos
mais representativos hoje são os monopólios. O essencial de suas relações ocorre
fora da cidade e da região que os abrigam e tem por cenário o país ou o
exterior. O circuito inferior, formado de atividades de pequena dimensão e
interessando principalmente às populações pobres, é, ao contrário, bem enraizado
e mantém relações privilegiadas com sua região.
É necessário
doravante levar em conta o circuito inferior como um elemento indispensável à
apreensão da realidade urbana e encontrar as medidas a serem adotadas para
atribuir a esse circuito uma produtividade mais elevada e um crescimento
sustentado ao mesmo tempo, conservando o seu papel de fornecedor
privilegiado de empregos. (op. cit.:16, grifo
nosso)
O turismo como um uso do território da cidade movimenta os dois
circuitos. O superior, quando os turistas se apropriam da modernização
tecnológica presente nos complexos hoteleiros e nas companhias de viagem
internacionais, assim como nos próprios pacotes vendidos à distância, via
internet. O inferior evidencia-se nas relações com as comunidades locais
receptoras que, por um lado, beneficiam-se com a ampliação das oportunidades de
emprego e renda, mas, por outro lado, vêem a sua cultura e valores ameaçados
pela presença mais ou menos expressiva de turistas provenientes de diversas
partes do mundo, o que demonstra a vulnerabilidade intrínseca ao turismo.
Quanto à cidadania, Milton Santos chama atenção que há um salto
qualitativo “do homem solitário ao homem solidário”. Afirma que “sozinhos,
ficamos livres, mas não podemos exercitar a nossa liberdade. Com o grupo,
encontramos os meios de multiplicar as forças individuais, mediante a
organização.” (Santos, 1993:79) Paralelamente, o autor também mostra que é
impossível “imaginar uma cidadania concreta que prescinda do componente
territorial” (ibidem: 116). Portanto, é participando de grupos organizados em
determinadas frações do território usado que o homem exerce a sua cidadania em
termos políticos.
Em geral, os turistas são considerados como agentes ativos, que se
apropriam do território da cidade e seu entorno de uma maneira predatória,
enquanto os moradores são tomados como agentes passivos. De fato, cabe
argumentar que nenhum dos dois entendimentos está correto. Os moradores não
devem ser vistos somente como os agentes passivos da atividade turística, visto
que a sua capacidade de responder aos riscos não se dá em termos individuais, e
sim, organizados enquanto grupo, no exercício da cidadania que se concretiza no
território. Por outro lado, John
Swarbrooke mostra a necessidade de enfatizar o papel do turista e adotar uma
atitude mais imparcial em relação a ele, o que significa, entre outras coisas,
aceitar que o turista tem direitos e responsabilidades. O autor lista como
responsabilidades básicas do turista:
[...] obedecer as leis e aos regulamentos
locais;
[...] não tomar parte em atividades [...] condenadas pela
sociedade;
[...] não ofender propositalmente as crenças religiosas locais ou as
normas culturais de
comportamento;
[...] não danificar propositalmente o meio ambiente físico
local;
[...]
minimizar o uso de recursos locais escassos (Swarbrooke, 2000: 91).
Complementando essa citação, Philip Pearce ao analisar a relação
entre residentes e turistas, chama a atenção de que essa nem sempre é negativa:
O contato direto entre os turistas e a população local do Terceiro
Mundo e as comunidades pobres freqüentemente gera discórdia, exploração e
problemas sociais. [...] exemplos contemporâneos amplificam, em vez de mudar,
coisas como invasão da privacidade, abarrotamento, influências sobre o
comportamento sexual e identidade cultural.
Muitos
dos efeitos sociais e psicológicos que o contato gera na população local são de
natureza menos direta, e nem todos eles são negativos. Um dos argumentos mais
fortes para a opinião de que o turismo pode resultar em benefícios sociais para
o Terceiro Mundo ou para as comunidades pobres sem sofisticação tecnológica é
que ele pode revitalizar as artes e tradições étnicas. (Pearce,
2002:148-9)
Independente da cidadania dos moradores estar ligada a um
enraizamento permanente no território e a dos turistas a um enraizamento
transitório, ambos, devem exercê-la de forma plena, em direção ao salto
qualitativo do homem solidário.
Corroborando com essa colocação, Andréa Zimmermann (2001), em
estudo realizado sobre a influência da demanda turística dos moradores de
Brasília em algumas praias baianas, constata que as atitudes cidadãs dos
turistas podem contribuir positivamente para um turismo responsável. Isso
significa que os turistas podem transferir para o lugar de destino sua
experiência de cidadania vivida no cotidiano do lugar onde
residem.
Por fim, no que diz respeito à idéia de homens lentos, Milton
Santos afirma que a cidade, sobretudo a grande, é o lugar que os fracos podem
subsistir, porque, como “palco da atividade de todos os capitais e de todos os
trabalhos, ela pode atrair e acolher as multidões de pobres” expulsos de outros
lugares. Segundo ele, “a presença dos pobres aumenta e enriquece a diversidade
sócio-espacial”. Assevera que esse
é o caminho do futuro da cidade e conclui que, “nas cidades, o tempo que
comanda, ou vai comandar, é o tempo dos homens lentos”, ou seja, “a força é dos
lentos”, uma vez que, eles “escapam ao totalitarismo da racionalidade, aventura
vedada aos ricos e as classes médias”. (Santos, 1996:258-261)
Na esteira dessa idéia, Maura Veras, ao analisar São Paulo,
ressalta que entre as principais coordenadas socioeconômicas da metrópole estão
as assincronias urbanas, entendidas por ela como “as diferenças de ritmos entre
usuários da cidade, abrangendo desde a velocidade conectada à globalização, até
a história lenta que pode transformar fracos em fortes, recuperando um tempo
perdido na vida das cidades: o da fruição.” (Véras,
2001:1)
Nessa mesma direção, Maria Adélia de Souza, em uma entrevista
concedida ao editor da revista Expressões Geográficas, diz que: “o grande
sujeito da transformação social que já se opera são os homens lentos, os homens
pobres e lentos do planeta que têm a sabedoria permanente da construção do
amanhã”. Acrescenta que, “com a difusão da informação, eles, os homens lentos,
estão acelerando uma compreensão sobre o mundo e estão tendo a possibilidade de
acelerar os processos de resistência.” (Souza,
2007:14)
Essa possibilidade de aceleração dos processos de resistência é
mostrada por Danichi Mizoguchi, em recente trabalho conjunto com outros
pesquisadores, ao referir-se a três níveis de resistência e destacar a
experiência do Jornal Boca de Rua.
A resistência espacial é tida como a própria maneira do morador de
rua habitar a urbe - seja como morador, seja como vendedor -, ou seja, a
reinvenção dos desvalidos vãos da cidade. A resistência midiática, por sua vez,
é caracterizada pela construção de um meio de dispersão alternativo ao
mass-mídia, possibilitando a um grupo emitir palavras e imagens sobre si e
fazê-las agenciáveis em circuitos antes não alcançados. A resistência do
consumo, por fim, dá-se na possibilidade do deslocamento da posição de pedinte
para a de prestador de serviço, o que, em última análise, possibilita outros
modos de inserção do morador de rua nas tramas da sociedade atual. (Mizoguchi,
Costa & Madeira, 2007:1)
Para os autores, a resistência insere-se nas “fissuras do
sistema”, o que nos permite inferir a importância da atuação dos homens lentos
em explicar a vulnerabilidade no que tange não apenas aos riscos, mas à
capacidade de respondê-los. Se por um lado, a articulação entre a idéia de
homens lentos e a vulnerabilidade pode ser facilmente percebida, o mesmo não se
pode dizer a respeito de sua articulação com o turismo. Cabe, então, questionar
como os homens lentos participam do turismo, especulando sobre o que eles ganham
ou perdem com o turismo e qual sua relação com os turistas.
Embora, atualmente, o turismo não possa ser caracterizado somente
como uma atividade de elite, mas, ao contrário, seja cada vez mais de massa, os
homens lentos sempre estiveram presentes como trabalhadores desse setor. Tal
constatação, a princípio, levaria dizer que eles ganham empregos e rendas. De
fato, os ganhos representam migalhas quando comparados ao volume de recursos
financeiros movimentados pelo turismo. Já as perdas, estão relacionadas,
principalmente, ao preconceito que existe contra a visibilidade desses homens no
território da cidade. Em geral, ao turista é mostrada apenas uma parte da
cidade, a mais rica e bonita, ao passo que o território ocupado pelos homens
lentos é escondido. Entretanto, não é em qualquer cidade que os homens lentos
podem ser escondidos, pois a própria geografia de algumas delas, a exemplo do
Rio de Janeiro, não permite esta ocultação. Além disso, vale destacar que, em
alguns casos, como o passeio turístico à favela da Rocinha, eles representam o
folclórico e o exótico.
Portanto, esses três recortes do pensamento do Milton Santos sobre
os circuitos, a cidadania e os homens lentos possibilitam relacionar o uso do
território da cidade pelo turismo e a
vulnerabilidade.
3. Riscos e
respostas à vulnerabilidade suscitada pelo turismo no Brasil
Central
Em linhas gerais, a
vulnerabilidade é reconhecida por Liliane Bensahel e Myriam Donsimoni, ao
dizerem que o turismo é objeto de dois discursos:
O primeiro parte da desestruturação das sociedades vítimas da
exploração turística; a imagem que marca o turismo não é tão positiva. As
denúncias justificadas do turismo sexual, de degradação das coerências
familiares, sociais, ecológicas, patrimoniais e culturais, dos custos do turismo
são tomadas em consideração, ainda que possamos falar do papel do turismo no
desenvolvimento de uma sociedade. Daí, então, a importância de se informar e de
se proteger contra os excessos do turismo [...].
O segundo inscreve a atividade turística no campo do
desenvolvimento sustentável, em ligação com a preocupação ecológica. O turismo é
uma atividade econômica que não se limita à demanda, portanto é necessário
conhecer os seus limites, sua organização e seu controle. Il s’agit permite a
desenvolver um turismo de massa, de proteger o patrimônio das degradações
devidas às próprias atividades turísticas, de se adaptar a uma demanda muito
sensível e flutuante, de garantir receitas para os investidores e permitir aos
países receptores de lucrar com esta atividade por engajar um desenvolvimento
global ao nível econômico e social. (Bensahel & Donsimoni, 1999: 8-9,
trad.nossa).
Expressões concretas desses discursos serão exemplificadas aqui,
tomando como referência empírica algumas pequenas cidades do Brasil Central,
pouco conhecidas enquanto objetos turísticos. A região da Chapada dos Veadeiros,
situada no Estado de Goiás, envolve três cidades que recaem na situação acima
mencionada: Colinas do Sul, Cavalcante e Alto
Paraíso.
A escolha de tais cidades justifica-se, propositadamente, pela
presença ainda incipiente da atividade turística, mas, ao mesmo tempo, pela
pressão que as mesmas já vêm sofrendo por parte dos turistas. Considera-se que o
provável incremento dessa atividade possibilita analisar, simultaneamente,
riscos e oportunidades em um momento ainda propício a intervenções que podem
desencadear futuras respostas. Entende-se que os riscos estão relacionados às
decisões de promover a intensificação da atividade turística nessas cidades, ao
passo que as oportunidades estão relacionadas às decisões de priorizar ações
capazes de minimizá-los.
De acordo com Cláudio Fernandes (2001), o turismo em Colinas do
Sul, mesmo após a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, ainda
vem ocorrendo de maneira espontânea. Embora já esteja proporcionando uma maior
dinâmica econômica, não se constitui uma prioridade para o poder público local.
Nesse sentido, aponta que é fundamental despertar a consciência sobre a
necessidade de articulação entre a comunidade, os empreendedores e o poder
público, de modo a frear três manifestações de vulnerabilidade que começam a ser
observadas pelo aumento de turistas: a pressão de alguns proprietários de terra
em implantar loteamentos na expectativa da valorização imobiliária, a pressão
demográfica sobre a infra-estrutura de saneamento e a pressão ambiental. O autor
sugere algumas ações a serem realizadas pelos mencionados agentes como exemplos
de capacidade de resposta para minimizar tais vulnerabilidades, entre as quais
se destacam: fiscalizar a aplicação de legislações; organizar mutirões de
limpeza; definir padrões de consumo coerentes com a conservação do meio
ambiente, a exemplo da coleta seletiva do lixo e da economia de energia;
promover campanhas de educação ambiental; controlar o volume de pesca e
incentivar a pesca esportiva; implementar o planejamento e o orçamento
participativos, assim como o associativismo; conciliar os limites da capacidade
de suporte do território e de seus recursos com as taxas demográficas; apoiar a
preservação de tradições e identidades culturais; viabilizar a construção de um
Centro de Atendimento ao Turista; e buscar parcerias com outros municípios da
Chapada e do Lago para fomentar o desenvolvimento
regional.
Cavalcante, estudado
por Márcio Cabral (2004), possui uma peculiaridade turística em relação às
demais cidades pela presença do Quilombo dos kalungas no território de seu
município. Os kalungas são descendentes de escravos que viveram isolados até o
início dos anos 1980, no norte de Goiás, fronteira com o Tocantins e hoje, com
uma população de aproximadamente 2.000 pessoas, são oficialmente donos de uma
área de mais de 237 mil hectares, dos quais 70 a 80% estão invadidas por
grileiros, o que revela uma forte pressão fundiária, constituindo-se em uma
vulnerabilidade. A fragilidade das atividades econômicas que desenvolvem e a
quase total ausência de infra-estrutura denotam que essa comunidade está à
margem de uma assistência efetiva por parte do Estado. Há uma recente
preocupação em manter a unidade do quilombo uma vez que se constata uma
dispersão de seus habitantes. Por esse motivo, os kalungas começam a admitir o
turismo como atividade econômica alternativa. Mais especificamente o ecoturismo,
dada a concentração de uma grande quantidade de atrativos naturais (cachoeiras)
dentro do seu território, e o turismo cultural, dada à preservação de tradições
religiosas seculares. Além disso, em outras partes do município, também há
atrativos naturais importantes. No conjunto, esse turismo ainda incipiente traz
um alerta sobre a desproporcionalidade entre o potencial e a capacidade de carga
dos atrativos naturais e culturais, uma outra manifestação de vulnerabilidade.
Para minimizar tais vulnerabilidades, o autor sugere a adoção de um planejamento
turístico participativo que contemple, inclusive, um plano de paisagismo urbano;
investigações sobre o patrimônio arquitetônico; implantação de visitas
obrigatoriamente guiadas para evitar agressões à natureza; definição de áreas de
proteção ambiental e parques ecológicos; e o estímulo à realização de
investimentos em equipamentos de hospedagem e alimentação. Por fim, ressalta que
o turismo em Cavalcante deve ser visto como parte de uma estratégia de
desenvolvimento regional na Chapada dos Veadeiros como um todo, antes que os
turistas se apropriem inadequadamente de tais
atrativos.
A terceira e última referência empírica de cidades turísticas do
Brasil Central é Alto Paraíso. Renata Barreto (2005) analisa as transformações
ambientais geradas em decorrência da implantação rápida e intensa do turismo
que, em menos de dez anos, tornou-se a principal atividade econômica local, ao
atrair uma grande quantidade de turistas. A autora estuda, especificamente, o
povoado de São Jorge, situado na entrada do Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros, destino preferido de esotéricos atraídos pelo misticismo que envolve
a história do lugar. Define transformações ambientais como aquelas que afetam
todo o ambiente, ou seja, envolvem, além do meio natural, as socioculturais e as
econômicas. Embora a autora tenha construído um quadro de transformações
positivas e negativas, identificadas a partir de entrevistas com agentes sociais
(moradores, empresários e funcionários governamentais), algumas dessas podem ser
traduzidas como riscos e respostas que configuram a vulnerabilidade. Entre os
riscos estão: a poluição do ar, da água e sonora; a perturbação da fauna e da
flora próxima ao povoado; a compactação e a erosão do solo; a desvalorização da
cultura local, incluindo a descaracterização do artesanato e dos hábitos
alimentares; a degradação e a segregação de áreas públicas invadidas pelos
turistas; a exclusão da população nativa do processo de crescimento econômico; a
expansão urbana acelerada e desordenada; as mudanças nos padrões da arquitetura
local; a especulação imobiliária; e a elevação do custo de vida. Dentre as ações
realizadas para enfrentar tais riscos, ressaltam-se programas de preservação e
educação ambiental para a população e os turistas; e investimentos públicos e
privados em infra-estrutura.
Cumpre ressaltar que Paulo André Brandão (2000), também, em estudo
feito sobre Alto Paraíso, mostra que já alguns anos a comunidade vem tomando
iniciativas que constituem respostas aos riscos acima mencionados. Dentre elas,
está a criação da AJOR (Associação de Moradores de São Jorge) e de uma rádio
comunitária.
Poderiam ser apresentados, ainda, outros estudos elaborados sobre
pequenas cidades turísticas no Brasil Central, tais como o de Ângela Silva
(1999), Bruno Carneiro (2002) e Suellen Fernandes (2005). O primeiro analisa a
cidade de Formosa, localizada no Estado de Goiás, cuja importância remete-se ao
Ciclo da Pecuária, no século XVIII. O segundo envolve três cidades do Estado de
Tocantins que possuem praias fluviais: Peixe, Miracema e Tupirama. O terceiro
trata da cidade histórica de Goiás Velho, primeira capital do Estado de Goiás,
um dos berços do Ciclo do Ouro no Brasil no século XVIII. Embora esses estudos
sejam importantes por mostrar a diversidade geográfica da ocorrência do turismo
no Brasil Central, eles corroboram com as reflexões realizadas sobre os três
casos antes detalhados. Entretanto, cabe chamar a atenção que nenhum dos estudos
mencionados prioriza o turista, pois ele ainda é visto basicamente como um
predador.
A Guisa de Conclusão
Nesse paper defende-se
a idéia de que somente ações compartilhadas entre os agentes possibilitam a
minimização da vulnerabilidade do turismo sobre o território da cidade. Isso
porque como já mostrado, o espaço urbano é um aglutinador de relações de poder
que envolve interesses conflitantes de agentes sociais.
De fato, alguns autores têm mostrado a importância de se
reconhecer no turismo a presença de três tipos de agentes que, a despeito de
suas especificidades, precisam ser analisados em conjunto. Remy
Knafou (2001) destaca os turistas, o mercado, além dos
planejadores e promotores “territoriais”. Eduardo Yazigi (2006), ao propor a
separação entre a pessoa do turista e as produções do turismo, também, refere-se
ao turista e ao mercado, mas, acrescenta, o papel fundamental dos receptores e
das instituições.
A maioria dos trabalhos sobre o turismo enfoca-o como um setor
econômico que vem crescendo aceleradamente em todo o mundo e, com isso, acaba
dando destaque aos agentes econômicos. John Naisbitt (1994), apesar de utilizar
inúmeros indicadores para mostrar essa relevância, propõe o que denomina de
“paradoxo global”, ou seja, os protagonistas menores, ao contrário do que se
pensa, são os que decidem. No caso do turismo, consideram-se o turista e o
morador como protagonistas menores que, conforme anteriormente mostrado, são
agentes ativos. Tal consideração, de maneira nenhuma, não implica em prescindir
da presença fundamental do Estado e das empresas mercantis, enquanto
protagonistas maiores.
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