As políticas
espaciais do Desenvolvimento Sustentável
Vivian Mendes Hermano
1 Introdução
A sustentabilidade é uma perspectiva que se apresenta nas discussões mais
atuais sobre o desenvolvimento e o meio ambiente, postula uma alternativa de
solução para os graves problemas
modernos,busca apresentar novas idéias de administração pública e privada, e
novos modelos de atuação produtiva e de gestão dos recursos ambientais do
planeta terra. Essas modificações de gerenciamento e estrutura produtiva necessitam de novas
estratégias controle e soberania espaciais, no sentido de propor um modelo real
de interação da sociedade capitalista e dos recursos da natureza, que são à priori distribuídos
irregularmente.
Na busca de um novo modelo gerencial dos recursos, surgem novas perspectivas de atuação
para as empresas privadas, e também um novo papel do Estado soberano, detentor
do controle territorial e portanto responsável direto pa exploração
ambiental. Esse processo de transformação modifica as
políticas de preservação ou de exploração do espaço, ou mesmo da interatividade
das duas perspectivas. Esse artigo pretende discutir as abordagens das políticas
espaciais na perspectiva da geografia, e para tal subdivide-se em duas etapas: a primeira se refere à
questão da escolha política na gestão espacial transfigurada principalmente pela
visão da Geografia Política e pela Geopolítica e, no segundo momento, discutir o
conceito de Desenvolvimento Sustentável,
por fim apresenta as possíveis relações entre as políticas espaciais e o
Desenvolvimento Sustentável.
A problemática ambiental moderna que estamos vivendo levou a
revalorização do espaço, principalmente
sua utilização, enquanto significado de uma interação sociedade-natureza
em colapso.
Essa crise advém
de uma diversidade de informações em
termos de produtos e de comercialização típicas do avanço da
globalização. Essa estrutura complexa é formada por atores de diferentes
magnitudes políticas e econômicas e não podem ser explicadas por um modelo único
e fechado.
2. Acerca da política e do espaço
A relação entre a geografia e a política é muito antiga, a exemplo da polis grega de 2000
anos atrás quando a dualidade
“política e espaço” se calcava a noção de liberdade, já que o indivíduo
ou o cidadão grego só era livre naquele determinado lugar. Assim geografia é um
saber cujo o desenvolvimento é bem
anterior ao seu ensino nas universidade (os primeiros mapas marcam o seu
surgimento) e durante os séculos, sempre foi indissociável das preocupações
políticas e estratégicas. Onde existe
relação da sociedade com o espaço existe a interação entre geografia e
política, tornando de suma importância a questão do central na gestão dos
recursos.
Para a ciência geográfica a questão da política e do espaço é intrínseca
ao surgimento da própria disciplina, já que grande parte dos primeiros estudos
sobre a “geografia” era de trabalhos executados para governos e pelos
governos. Como no caso da própria
expansão marítima comercial, baseada em viagens oceânicas, explorando “novas
terras”, acelerando o
desenvolvimento comercial. Tal relação pode ser compreendida nas palavras de
Lacoste (1985) que afirma que a
geografia serve antes de mais nada
para fazer a guerra, ou seja, um instrumento de dominação da expansão
governamental que necessariamente
implica numa visão espacial.
O espaço político portanto é delimitado pelas regras e estratégias
da política, é um espaço dos interesses e dos conflitos, da lei, do controle e
da coerção legítima. Assim corresponde a um espaço da Geografia, enquanto
ciência, que produz ferramentas importantes dessa dominação. A partir da
política define-se um recorte em que os interesses se organizam, em ações que
possuem efeitos necessariamente abrangentes em relação à sociedade e o seu
espaço, onde existe a possibilidade
do recurso à coerção pela lei ou pela força
legítima.
Os estudos sobre contexto
histórico da instituição da
Geografia Política e da Geopolítica apontam para uma mesma origem, que remonta a segunda metade do século
XlX e cujo clímax foi alcançado no século XX. Becker (2005) e Castro (2005), concordam que foi no período das
duas guerras Mundiais que estas
disciplinas se fortalecem, constatando-se uma visível preferência pelo assunto
da parte de homens oriundos do mundo germânico, mas também com expressividade na
Inglaterra, e em último na França, e talvez em todas as nações interessadas na
instituição do Estado-nação moderno.
Por meio da produção do conhecimento aplicado ao controle do
território e ao engajamento universitário nos projetos nacionais de
desenvolvimento, a geografia e sua visão político-espacial possibilitou a
produção de uma resposta aos estímulos externos decorrentes da expansão imperial
e da exploração de novas áreas coloniais, ou daquelas politicamente dominadas.
Sabendo é claro que as áreas dominadas também possuíam sua abordagem
territorial, como a tradicional divisão de espaços e recursos, ocorrendo uma institucionalização
forçada.
Não cabe aqui
polemizar sobre a confirmação ou não da hipótese do saber geográfico como uma
saber técnico a serviço do imperialismo. Afinal, todas as ciências sociais que
nasceram no século XlX o foram. Cabe sim destacar a importância desse saber na
afirmação da legitimidade do controle territorial para a consolidação do projeto
nacional dos Estados da Europa e fora dela, de forma dominante e camuflada
baseada nas políticas espaciais. Muitas vezes costuma-se confundir o campo de
atuação da Geopolítica e da Geografia Política, porém ambas se distinguem quanto
aos objetos de investigação.
A Geografia Política
é mais ampla e diversificada, e a Geopolítica mais específica. Azevedo
(1955) afirma que tanto na Geografia Política como na Geopolítica, os nomes que
mais se tem destacado, preocupam-se quase exclusivamente em defender os
interesses dos países a que pertencem. São quase sempre estudadas nas alturas,
em amplas visões panorâmicas, do presente e do passado, vigorando visões
estratégicas de atuação espacial.
Destacamos que,
independentemente da diferenciação,
as estratégias de atuação das mesmas são inerentes, de uma forma ou de
outra, ao gerenciamento da sociedade e do território. Ambas (Geopolítica e
Geografia Política) possuem profundas similaridades e diferenças, e a
discussão quer clarificar o quanto o político tem papel fundamental na
(re)estrutaração do espaço e assim,
definir mais claramente as estratégias de atuação. Dessa forma
ambas apontam no sentido da complementação entre o pensamento e a ação, entre os planos e as conquistas, a
manutenção e o desenvolvimento.
2.1 Bases metodologias da Geografia
Política
Como dito anteriormente é no contexto político-territorial do século XlX que a
Geografia tornou-se disciplina acadêmica, e a Geografia Política o seu ramo
voltado para as questões territoriais. Sua base se estrutura na relação entre a
política, expressão e modo de controle dos conflitos sociais, e o
território base material e simbólica da
sociedade.
Para Castro (2005) o
campo da geografia política analisa
como os fenômenos
políticos se territorializam
e recortam espaços significativos das relações sociais, dos seus interesses,
solidariedades, conflitos, controle, dominação e poder. A perspectiva escalar dos fenômenos permite então
organizar o seu campo, ampliando
seu escopo pela incorporação das escalas local, urbana e regional, além da
internacional
Seus estudos apontam para três importantes
dimensões:
1)o pressuposto da política, em seu, em seu sentido restrito, como
central ao controle e ‘a definição dos limites do cotidiano das
sociedades;
2) o território como
materialidade e arena dos interesses e das disputas dos atores
sociais;
3)o poder como um
exercício resultante de relações assimétricas que se organizam no interespaço do
mundo social; (CASTRO,
2005:52)
Numa linguagem geográfica, esse autor deixa claro, que os espaços
da geografia política podem ser identificados como fronteiras, centro,
periferia, guetos, unidades políticas. Para análise desses espaços, o recurso ao
artifício metodológico da escala tem sido uma perspectiva adequada porque
identifica o significado da ação institucional e os recortes produzidos por essa
ação.
Numa perspectiva mais abrangente essa ciência se preocupou em
fundamentar as ações dos Estados e seus atores em recortes espaciais
institucionalizados. Por meio da informação e de ações legais, justificou ações
de anexação, expansão e divisões internas das diferentes regiões. Nas sociedades
submetidas ao processo civilizatório da modernidade ocidental, a organização
territorial da convivência entre as diferenças se fez através da prerrogativa da
autoridade política, traduzida na execução das regras, das leis ou das
regulamentações.
Para Vlash (1999) o território tornou-se instrumento de ação
política por excelência na Europa Ocidental a partir dos tratados de paz de
Wesfália (1648), de maneira que este princípio de territorialidade se constitui
no instrumento político por
excelência da nações européias . Ou seja o espaço como base de ação e controle
das políticas planejadas ao nível de países que nesse momento vêem o espaço como
uma forma de expansão da sua dominação.
É claro que essa ação governamental era fundamenta por uma ciência
camuflada numa naturalidade, ou mais especificamente no determinismo
geográfico. A geografia política estuda as diferentes modificações que os
diferentes agrupamentos humanos imprimem na superfície terrestre, mesmo quando
estas não se modifiquem materialmente. Trata da forma e da divisão política dos
Estados em determinada época traçando quadros
visionáios.
A Geografia Política
em sua tradição se preocupava em explicar os problemas políticos à partir de
elementos naturais e físicos, o que propiciou uma clara separação entre a
geografia e a explicação dos problemas políticos. Um corte político naturalista
dado em si. O
que levou Lacoste (1985) afirmar a
geografia dos professores permitiu traçar melhor as linhas fronteiriças mas
que pouco serve para analisar a
realidade política. Este é um
processo de naturalização dos processos políticos e da exclusão da perspectiva
crítica da análise territorial.
Extremamente
importante para os governos e sua governabilidade, o território como noção
política espacial, deixou grandes
autores como Ratzel, Élise Reclus e
Poul Vidal de La
Blache, e obras de
interesse direto/exclusivo da Geografia ou mais precisamente da Geografia
Política. Passou a ser incorporada por outras ciências como as sociais, e mais
precisamente pela Geopolítica, sua versão militar.
2.2 Bases
metodológicas da Geopolítica
Muitos estudiosos imaginam que a Geopolítica é uma simples abreviatura de Geografia
Política. Nos meios acadêmicos em geral consideram-na uma ciência (entre a
Geografia e a Ciência Política), uma técnica que visa a estabelecer fundamentos
de ação do Estado sobre o espaço. Aroldo de Azevedo (1955) afirma que nos estudos sobre Geopolítica,
incerta é sua esfera de ação, e
traiçoeira é sua bibliografia. Chamada por Lacoste (1985) de Geografia
dos Estados maiores, um saber
estratégico apropriado pelo comando militar de um Estado para controlar o
território e a sociedade.
Para Vesentine (1986) é comum entre geógrafos o questionamento
sobre seu status (ciência ? técnica ? arte ? ideologia?) uma disciplina
que não é institucionalizada nas organizações ”normais”, mas que se verifica sorrateiramente em
algumas escolas militares e centros de estudo estratégicos, com ligações, mesmo
que camufladas, com os aparatos do
Estado.
De forma geral a Geopolítica é muito conhecida por seu cunho
militar e estratégico, pois seu florescimento dá-se nos contexto da primeira e
segunda guerras mundiais. Becker
(2005) afirma que o termo Geopolítica foi criado pelo cientista sueco
Kejellenn em 1916, visualizando o Estado como uma
semelhante forma de vida, que para
crescer necessita de expandir o seu espaço.
Segundo esta autora o legado da Geopolítica é o fato de considerar o
Estado como a única unidade política do sistema internacional, na medida em que
permite o desenvolvimento autárquico necessário ao exercício do poder mundial,
que decorreria da superposição de certas variáveis que atribuem valor
estratégico a algumas partes do globo
Suas principais características são:
1)) o excepcionalismo nacional, centrado no Estado-nação como única
unidade política da ordem mundial;
2)o determinismo geográfico , o poder dos Estado é atribuído ao
contexto do território, condição desenvolvimento autárquico que garanta o
exercício do poder, entendido este como a capacidade de tomar decisões e
mantê-las frente ao interesse de outros Estados. (BECKER, 2005 :
273,274)
Para ela no “destino manifesto” da Geopolítica existe a essência
da relação do poder hegemônico com o espaço, o que fazem imperativos
estratégicos fundados na lógica militar, e estes estão intimamente associados ao
Estado. A estruturação estatal é uma forma histórica da organização da sociedade
e traduzem a relação desse Estado com a guerra, a religião, ideologia e a
economia. Dando visibilidade ao que se denomina a famosa Geografia dos Estados
maiores, como um saber estratégico apropriado pelo comando militar para
controlar o território e a sociedade
Como categoria de análise e base de atuação, o território se
fortalece à partir do
fortalecimento do Estado-nação que tem no território e sua soberania e a base de
atuação. A relação do Estado com seu território resumiu-se, via de regra, a sua
avaliação com fundamento do poder nacional em termos de extensão, posição e
recursos. A geopolítica utiliza a informação para planejar a política do Estado, principalmente para a guerra
.A Geopolítica, com suas hipóteses
sobre o valor, como as concepções clássicas de poder do Estado estratégico da massa
terrestre, marítima ou do espaço aéreo, bem como das posições para o controle,
explicaram o poder mundial e as estratégias de atuação principalmente das nações
hegemônicas.
O discurso geopolítico, mesmo fazendo uso de modelos e conceitos
elaborados pelas ciências, assume à priore um comprometimento com o
Estado no qual se enraíza. É uma ciência que estuda a influência dos atores
geográficos na vida e na evolução dos Estados , a fim de extrair conclusões de
caráter político-estratégico. Ela guia os estadistas na condução da política
interna e externa do país. Vesentini (1986) afirma que a geopolítica não questiona os
grupos sociais hegemônicos no Estado, nem sobre as contradições da sociedade,
mas se considera, por princípio, o Estado como o “representante natural “ da
“nação”.
A partir daí pode-se
entender melhor o porquê de duas significativas características de toda obra da
Geopolítica. Primeiro são marcadamente nacionais, cada uma delas encarou o mundo
de forma própria elaborando mapas diferentes a partir de sua situação e de suas
próprias aspirações. Em segundo, o discurso é marcado pelo seu forte
enraizamento, o que se pode chamar de cultura nacional de cada país. O caso mais
clássico e trágico foi o nazismo alemão.
Nas democracias procurou
camuflar-se sob outras denominações, ou apresentar-se como “saber-pelo-saber”,
como ciência ou arte sem grandes relações com a prática política.Tal fato se
deve à influência do neo-liberalismo na relações internas e externas dos estados
mais fracos. Assim a estreita
associação entre Política do Estado entendida como a seleção de pontos para a
aplicação de força, foi transportada para a Geopolítica interna via planejamento
do território, pela política de desenvolvimento regional, cuja maior expressão é
a teoria e a prática dos pólos de crescimento.
2.3 Considerações
parciais: sobre as políticas espaciais da
geografia
Pode-se pensar que não existe muita diferença entre a Geografia
Política e a Geopolítica, já que esta última pode ser considerada como o
pecado original da primeira, ou seja, a Geopolitíca é a Geografia Política travestida de
uniformes militares. No entanto, através dos estudos aqui levantados,
verifica-se que ambas são ciências primogênitas, porém distintas em determinado
ponto, o político, e foram ao longo da evolução histórico-espacial da sociedade
servindo de forma diferenciada às estratégias do poder espacial. A distinção se
dá no fato de que a Geografia Política não se preocupa coma pressão que um
Estado exerce sobre o outro por meio de uma política de poder, e a Geopolítica,
com seu cunho nacionalista, não foi
capaz de dialogar com os diferentes agentes político-espaciais da mundialização da
economia.
A Geografia Política e a Geopolítica estiveram diretamente implicadas na
intelectualização das disputas territoriais entre os Estados, e é significativa
a autocrítica das disciplinas em relação ao determinismo geográfico. Enquanto a
primeira se tornou neutra a
segunda se reduz a táticas
expansionistas do território.
Segundo Castro (2005) a Geografia Política contemporânea promove um abandono do Estado-nação como
unidade de reflexão. A premissa dessa proposição é que a ocorrência na escala global tem efeitos
mais diretos na configuração das formas locais de ação política coletiva do que
ocorre no próprio Estado. Baseado nas idéias de Wallerstein, essa visão considera que na configuração das formas locais de
ação política ocorre uma superposição das forças da globalização. Nessa preposição as ações locais são
sempre determinadas pelos vetores da escala
mundial.
Assim a Geografia Política do século XX liberta-se dos marcos estadistas da sua vertente clássica e
militarizada. A escala global passa a ser um epifenômeno, ou seja, uma força que
está acima de força adjacente ou
contribuinte, e o local passa a ser secundário.Haveria assim, dentro da
disciplina uma tendência de se foçarem temas supranacionais, como a formação dos
super blocos, ou mesmo a consolidação da globalização como sistema
político-econômico hegemônico das nações européias e a
americana.
Porém, é preciso destacar que a complexidade do
processo de mundialização da economia reside justamente na articulação entre as
múltiplas escalas de ocorrências dos fenômenos políticos, e nem sempre
sincrônicos que refletem escalas territoriais diferenciadas. A delimitação tem
como ponto de partida que as questões da gestão espacial e seus conflitos de
interesses da sociedade produzem disputas e tensões que se materializam em
arranjos territoriais adequados aos interesses que conseguem se impor em
momentos diferenciados. Portanto a Geografia Política moderna demonstra estar
incompleta.
Por outro lado, a Geopolítica atual se faz presente principalmente
nas discussões sobre a estratégia e sua correlação de forças com o Estado. Hoje as novas
Geopolíticas lidam com o domínio econômico, cultural, social e
técnico-cinetífico-informacional no âmbito territorial. Exemplos dessas ações
são os domínios de mercados e a hegemonia estatal regional. Ou seja da formação das redes
produtivas, dadas por meio da logística.
Nesse caso tem-se
como hipótese que a logística é a nova racionalidade capaz de explicar a
simultaneidade da desordem/ordem, da globalização/fragmentação, da complexidade
da questão ambiental. Destaca que a logística está na base do poder moderno,
sendo a inovação permanente, aciona a economia e a guerra, existindo assim uma nova racionalidade
que estabelece nexos sob a (des)ordem global .
A velocidade é a essência da tecnologia, e que a logística é a
nova fase da inteligência militar inerente `a velocidade, superando a estratégia
que a ela se torna subordinada. Logística entendida como preparação contínua dos
meios para a guerra, ou para a competição, que se expressa num fluxograma de um
sistema de vetores de produção, transporte e execução. A partir de então, o que
conta é a seleção de veículos e vetores para garantir o movimento perene
envolvendo o controle do tempo presente e futuro- a seleção de lugares a ela se
subordinando. (VIRILO, 1984: 291)
A logística gera uma política de inclusão-exclusão. Avança
rapidamente nos setores produtivos privados empresariais, através da formação de
sistemas ou subsistemas logísticos espaço-temporais, viabilizados por redes
técnicas e alimentado pela informação.
A logística é pensada pelas bases da Geopolítica, estando presente como
disciplina dos cursos de Administração de empresas ou Marketing, o setor público
dos países pobres, dado a sua estrutura pesada e rígida, com setores
sociais desprovidos de meios
econômicos e de informação, têm muito mais dificuldade em operar em logística,
portanto em vivenciar a Geopolítica. A questão que se impõe é quem controla a
logística ?
Segundo Becker (2005) novas territorialidades entendidas como
estratégias que visam a influir em ações a partir do controle de território,
surgem acima e abaixo da escala do Estado e desafiam os fundamentos do poder
nacional e a possibilidade de desenvolvimento autárquico. O novo poder
geoeconômico e a distensão
produtiva exigem uma Geopolítica de negociação e arranjos políticos, entre os
Estados e a sociedade civil organizada.O Estado certamente não é a única unidade
representativa do político nem o território nacional a única escala de poder. O
poder tecnoeconômico é efetivo e reduz a autonomia dos Estados.
A persistência da
Geopolítica da razão do Estado,
inibiu a existência de
outras formas de pensar o controle estatal do espaço, como aquelas que
permitem uma regionalização mais eficaz, ou aquelas que favoreçam o
desenvolvimento de certos povos no meio de Estados Federativos. Lacoste já
propunha a elaboração de uma
Geopolítica socialista, que pudesse levar em consideração outros níveis de
poder, como aquelas que atribuem ao
nível local mais poder para gerir as suas próprias
atividades.
Assim fica bem claro
a afirmativa de Schafer apud
Vesentini (1986) Geografia Política encara o Estado do ponto de vista do espaço,
e a Geopolítica encara o espaço do ponto de vista do Estado.
3. Contextualização política do Desenvolvimento Sustentável
Guimarães (2005) declara que as mudanças constituídas nos
diferentes espaços; urbano e rural, direcionam-se para a formação das sociedades
modernas mercadológicas tanto em escala regional, quanto em nacional e global,
impulsionadas por um modelo desenvolvimentista com características inerentes de
degradação ambiental. Este
modelo é hegemônico em
toda a parte do mundo, principalmente
com o fim da bipolaridade como afirma Ianni (2005).
A realidade aponta para a falácia do progresso induzido pelo modelo
desenvolvimentista. Problemas ambientais, sociais e ecológicos revelam disfunções que são próprias de
um determinado estilo de progresso, problemas de um desenvolvimento desigual
para a sociedade humana e nocivos aos ambientes naturais. As idéias associadas
ao modelo de modernização, crêem e
professam um caminho evolutivo a seguir, tendo como referencial de sociedade
“desenvolvida” de consumo, aquelas
que estão no centro do sistema capitalista. Ma os problemas ambientais estão aí,
e assolam a paz das sociedades desenvolvidas
capitalistas.
A questão ambiental
sempre foi analisada pelo sistema, mas as preocupações “ecológicas
oficiais” propriamente ditas,
ganham destaque a partir de 1960 e1970 figurando o marco da emergência de
questionamentos e manifestações ecológicas. 1972 é um ano ímpar pois além da conferência de
Estocolmo, foi publicado a pedido do Clube de Roma, o “Relatório de
Meadows”. Devido ao início dessas
pressões, houve uma cooptação do discurso dominante em relação a
sustentabilidade e do
desenvolvimento, adequando sua compreensão da lógica instrumental da sociedade
moderna-capitalista, urbana e financeira, em uma proposta de caráter reformista.
O seja reconhece-se o problema mas mantém-se a mesma lógica
ontológica, que é o papel eminente
do capital.
Autores como Lima
(1999) e Tolmasquim (2003) demonstram que no tocante ao conceito do
Desenvolvimento Sustentável veiculado pelo relatório de Bruntland, embora
reconheçam sua maior elaboração, observam seus limites dentro de uma concepção
liberal, que evita os conflitos, em última instância busca garantir a manutenção
da ordem estabelecida, ou seja, embora apresente um novo conceito de
desenvolvimento, construído a partir da crítica do modelo em esgotamento, não
altera, fundamentalmente, o sentido da dominação na ordem
internacional.
Essa estrutura levou a questão do Desenvolvimento Sustentável à
questão da sustentabilidade, que se insere na problemática da dialética
entre a entropia material e a
energética. Enquanto a entropia aponta para a questão qualitativa, o
desenvolvimento do capitalismo é orientado e sancionado pelas regras
qualitativas do mercado. No entanto, o problema da sustentabilidade
ambiental, Leis (1991), Lima (1997), e Guimarães (2005) dá-se na
razão instrumental baseada no
cientificismo que justifica as desigualdades sociais em níveis nacional e
internacional. Esses autores
destacam que as posturas
individualistas e competitivas, que têm como base teórica o liberalismo, deixam
lacunas claras na teoria: não
propõe uma mudança nas relações de produção, mas a estabilização no atual nível
produtivo .Desenvolvimento Sustentável seria então, nessa perspectiva, um
conceito que tem sua matriz no projeto liberal aplicado ao meio ambiente e que
sugere a partir do fracasso da promessa desenvolvimentista um novo modelo
sustentado.
Por outro lado, a sustentabilidade implica noções de estabilidade,
complementariedade, reciclagem de energia, equilíbrio dinâmico, reutilização de
materiais. A discussão tem crescido entre os vários segmentos da sociedade,
cientistas, políticos, empresários, educadores e se ainda não conseguimos
resolver o problema, tudo indica que estamos em busca de respostas.
3.1
Sustentabilidade sob enfoque
multidisciplinar
O termo sustentabilidade significa entre outras coisas
continuidade e manutenção, e nessa
perspectiva esse conceito é único.
No entanto, não é possível
garantir a manutenção ecológica
em uma perspectiva cartesiana e
monofocal, que leva em conta os fatores de modo separado, posto que as
interações e características entre
e dos agentes se alteram com o passar do tempo, transformando-se em grau
de intensidade. Assim essa temática deve ser estudada com foco multidisciplinar,
a partir de análises dos aspectos econômicos, culturais, das questões
políticas, a estrutura social, de
usos de recursos, entre muitos outros. O problema é um só, e a solução um conjunto de respostas.
A compreensão do corpo analítico do Desenvolvimento Sustentável
como único é, por conseguinte uma forma de estabelecer uma ótica
multidisciplinar de observar um determinado processo, resultado da interação social em determinado
espaço, com base cultural “cultivadas”, com finalidades econômicas e obedecendo
‘as instituições reconhecidas naquela sociedade e considerando a manutenção do
estoque ambiental existente. (SILVA, 2005 :36)
Esse modelo de crescimento e apropriação só se torna realmente sustentável se observável pela
ótica econômica, que pode otimizar
e valorizar interdependência com as
dimensões sociais, ambientais, culturais e espaciais, principalmente no mundo
capitalista. A sustentabilidade possui uma dimensão espacial muito própria e
significativa, já que obedece a uma individualização típica dos estoques
ambientais singulares , e o
território é a base de atuação dos diferentes atores sociais.
Desta maneira
apresentamos seus vários significados: Pires (1998) afirma que o paradigma condensado no
conceito de Desenvolvimento Sustentável expressa mais uma insatisfação com o
padrão atual de desenvolvimento do que uma versão acabada de categorias
teóricas e práticas de um novo
patamar na relação sociedade e natureza.
Sachs (2000) propõe que os pilares do ecodesenvolvimento são a eficiência econômica, a justiça social
e a prudência ambiental.
As
discussões atuais sobre a sustentabilidade, podem ser modelos palpáveis no quadro
institucional de uma economia de mercado, mas como todo modelo possui vertentes
de atuação ,uma vez que implicam
uma dupla redutibilidade da qualidade a quantidade. Pires (1998) apresenta um
quadro sobre a dualidade do significada de sustentabilidade:
Tabela 1:
Comparação entre os dois modelos de
sustentabilidade
Tipos |
Liberal-conservadora |
Radical-revolucionária |
Propaganda |
Epígrafe de boa sociedade |
Preservação |
Ações |
Reciclagem industrial, controle de
emissões |
Mudanças no padrão de consumo
modo-de-vida |
Objetivos |
Recupera a funcionalidade
capitalista |
Redireciona a funcionalidade
|
Possíveis
conquistas |
Escapar do insustentável |
Manutenção dos resíduos
naturais |
Fonte: Pires (1998:
76)
Fica claro que para
muitos os problemas ambientais da atualidade são decorrentes do crescimento
econômico, respaldado em uma ciência e uma técnica que privilegia o lucro em
detrimento da preservação, o capital vis-a-vis. Mas existe a possibilidade de um uso mais racional
dos recursos, em termos gerais de uma apropriação no mínimo mais responsável
inclusive rentável, como afirma Maimom (2003) o pior dos poluidores pode se
tornar um modelo de virtude ambiental, desde que aspectos técnicos, econômicos e
mercadológicos apontem para essa direção, ou seja, no surgimento e na formação
de um novo mercado
4. Política espacial e
desenvolvimento sustentável
No contexto da revolução tecnológica, configura-se a questão
tecno(eco)lógica, envolvendo conflitos de valores quanto à natureza. Essas
tecnologias alteram a noção até então associada a bens obtidos
através do trabalho, e a natureza passa a ser vista como capital de realização
futura. A apropriação de territórios e ambientes como reserva de valor, isto é,
de uso natural para o futuro, ocorre sobretudo no controle de biodiversidade
conhecida ou não. Portanto o
Desenvolvimento Sustentável não se resume a harmonização da relação
economia-ecologia, nem a uma questão técnica de poluição, representa um
mecanismo de regulação do uso do território, que se assemelha a outros, e
portanto é um instrumento político, sendo versão contemporânea de ordenamento
territorial.
Neil Smith (1998)
afirma que na fundamentação
positivista metodológica formaram-se várias bases analíticas como
sujeito-objeto, natureza-sociedade mas não na utilização do espaço em termos
absolutos, e sua utilização social. Esse positivismo influenciou de forma
profunda a ciência dos países dominantes e de forma mais catastrófica os países
subdesenvolvidos, pois o espaço se tornou secundário nas discussões políticas. A
atual proposta de Desenvolvimento Sustentável oriunda das nações ricas
subjugam ou negligenciam a questão
espacial em seu sentido territorial, ou seja, em relação ao jogo de forças da
manutenção do poder.
Por um lado o Desenvolvimento Sustentável é uma feição específica da
Geopolítica contemporânea, exprime
a revalorização da dimensão política e econômica do espaço e dos conflitos das
áreas inerentes em várias escalas geográficas, mas principalmente as nacionais.
Becker (2005) afirma que a pressão ecológica como novo parâmetro da Geopolítica
mundial atua sob diversas formas: a mídia; a violenta retração do crédito; na
proposta de converter a dívida por natureza.
Por outro a seleção da esfera produtiva, das escalas de vida e poder e da
administração dos recursos como eixo reflexivos denota clara influência na
Geografia Política, pois o Desenvolvimento Sustentável se mostra na perspectiva
da negociação e gerenciamento do território com diferentes atores,
principalmente investidores e novos consumidores, e o Estado demonstra certa
incapacidade de atuação pois a existência de poderes de via dupla
(formal/informal) de grande complexidade
exigem uma estrutura flexível incompatíveis a sua estruturação. Ribeiro
(1997) afirma que os fenômenos não se confinam a uma ou outra escala, mas ao
contrário podem ser, além de globais, também , nacionais, regionais ou locais,
fato que exige uma Geografia Política de
negociação.
Na pratica da sociedade os diferentes atores sociais se organizam para
interferir, sempre ao seu próprio
favor, nas políticas oriundas do poder público e privado, e assim as relações
não são estanques, ou seja, são incomunicáveis. O Estado certamente não é a unidade
única representativa do político, nem o território nacional a única escala de
poder, porém é sob um determinado espaço local que o desenvolvimento pode
ocorrer. O poder tecnoeconômico é efetivo
reduz a autonomia dos Estados, exigindo uma política espacial de negociação arranjos
multilaterais entre os Estados e destes com a sociedade civil organizada, no
entanto o nacional é o detentor da
soberania territorial.
5. Na
tentativa de uma finalização
O tempo atual é comandado por novos atores individuais e
institucionais e possui uma complexidade de novo tipo, diferente da geografia das comunidades, das nações ou
dos impérios. O espaço político
permanece com sua condição de não ser efêmero, ratificando a importância do
território, mesmo que as forças econômicas sejam completamente diferentes. O
valor estratégico do espaço não se
restringe e nem se resume mais aos recursos naturais e às posições geográficas,
torna-se condição da reprodução generalizada do capital e, como tal o espaço do poder
e da logística.
A valorização da dimensão política do espaço relaciona à
redefinição da natureza e das relações sociedade-natureza. Na medida em que a
crise ambiental estabelece limites reais à exploração predatória de recursos
naturais, o novo modo industrial atribui outro significado a natureza, o de capital natural.
Por um lado, tenta se economizar os recursos naturais utilizando menos volume de
matérias-primas e de energia, e por outro lado às novas tecnologias valorizam os
elementos da natureza num outro patamar, Stahel (2003) afirma que a natureza
como fonte de informação (codificação da vida) para a ciência e a tecnologia
é capital de realização atual ou
futura.
Surge então uma
contradição: o Estado, que se vê enfraquecido, torna-se necessário para
assegurar as condições de reprodução das relações de dominação, e para defesa de
suas potencialidades nacionais. O espaço gerido pelo Estado é um espaço racional
e social, no sentido de ser um conjunto de ligações, conexões, redes e
circuitos.Por meio do controle dos fluxos e estoques econômicos, produz uma
malha de duplo controle; o técnico e político, que impõe uma ordem espacial
dada.
Os problemas atuais, que são globalmente interligados e interdependentes,
merecem um novo modelo de análise, uma vez que a ciência cartesiana não oferece
mais respostas globais, por estar assentada em uma visão de mundo fragmentada e
especializada. Mas a questão é: o Desenvolvimento sustentável resolve o problema
? como ocorre o gerenciamento do espaço social nesse contexto ? E mais, qual a
política espacial de Desenvolvimentos Sustentável empregada para os diferentes
países ?
O Desenvolvimento Sustentável como tábua de salvação da
humanidade, permanece latente
como possibilidade real de
mudança nas relações entre sociedade-natureza. Guimarães (2005) afirma que nesse
desenvolvimento está presente a visão mecanicista de uma realidade constituída
de pela visão linear. Ou seja do ponto de vista dos dominantes. A proposta é claramente política,
mas com viés de dominação
velada.
Segundo Porto-Gonçalves (2006) o desenvolvimento tecnológico, ou
melhor, o desenvolvimento das relações sociais e de poder por meio da
tecnologia, por sua própria natureza de tentar estabelecer controle sobre
recursos não se dá em todos os lugares. A logística redefine constantemente
quais são os recursos naturais
estratégicos, fato que implica em desdobramentos políticos locais a
serviço do mercado internacional.
Outro fato que torna a questão ainda mais delicada é a realidade de que grande parte dos
recursos naturais disponíveis em abundância se localizam nos países em
desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Reside exatamente na integração da dimensão
das assimetrias entre países, e ratifica-se no fato de que as opções tecnológicas,
são opções de estilo de desenvolvimento, caracterizado por certo grau de
irreversibilidade que aprisiona as sociedades dentro de um estilo ou modelo de
gerenciamento espacial.
Tal fato se torna evidente com a crise dos combustíveis,
principalmente o petróleo, onde a
economia mundial transformou
sobremaneira as trajetórias tecnológicas dos países (pobre e ricos) . Os
desenvolvidos optaram por modelos
mais econômicos e poupadores de energia, transferindo aos países do Terceiro
mundo a promoção de exportação de produtos primários ou de bens manufaturados
intermediários, levando a aceleração da economia e o aumento dos
custos ambientais. Furtado (2003) afirma que os países desenvolvidos esboçam uma
reestruturação de seu sistema produtivo, desfazendo-se das indústrias poluidoras
produtoras de bens intermediários, ao mesmo tempo aumentam a geração/difusão de
tecnologias poupadoras de recursos naturais.
Com aumento da crise mundial, hoje os países do mundo são
convocados pelo discurso do
Desenvolvimento Sustentável a preservar, porém os países em desenvolvimento têm
que produzir, crescer . Esse fato gera uma equação de difícil solução,
principalmente a aqueles que perdem a possibilidade de gerenciar seu próprio
capital natural por falta de tecnologia. Essa carência levou a instituição de um número excessivo de
Ongs ambientais nos territórios dos países mais pobres.
Na realidade
atualmente os países desenvolvidos promovem uma Geopolítica do Desenvolvimento
Sustentável, e os países pobres fazem Geografia Política do Desenvolvimento
Sustentável. Os primeiros agem em favor da logística de mercado, atuando em diferentes territórios otimizando sua
organização mercantil. E os
últimos, por fraqueza política e demanda tecnológica promovem uma abertura de
sua gestão territorial, perdendo capacidade de controle e soberania nacional em
relação as gerenciamento de potencialidades naturais.
No campo
do Desenvolvimento Sustentável, os problemas de governabilidade aparecem
principalmente nas relações entre as sociedades nacionais e as internacionais,
entre os ricos conservadores e os pobres produtores. A desigualdade vem da
prerrogativa de que a sustentabilidade é apolítica, já que capital natural é mundial, e
portanto de responsabilidade de todos. Mas os ricos estão por meio desse novo
discurso promovendo um novo tipo de dominação. Claval (1997) afirma que as
organizações internacionais precisam ajudar as pequenas nações criando bases
econômicas sólidas, mas têm igualmente que exercer um controle mais severo no
uso que fazem de sua soberania.
Essa visão representa uma afronta à soberania de qualquer país, a
questão é porque a nações pobres têm dificuldades de gestão ? Na analise fica
claro que não é possível solucionar
a crise ambiental nos mecanismos do
mercado selvagem, pois as nações pobres não conseguirão preservar e produzir e as nações ricas sofrem com as
conseqüências do problema e de certa maneira reconhecem a
questão.
O Estado deve ganhar novas dimensões, que exijam a formulação e a execução de
políticas públicas que
promovam a sustentabilidade, nesse sentido ater-se
a uma nova Geopolítica, talvez
elaborar uma Geopolítica do interior, dando oportunidade aos locais de elaborar
sua próprias estratégias. De outra maneira, os Estado, perante a aceleração da economia e a logística não é o único
ator relevante sendo imprescindível a participação da sociedade civil e
organizada e as empresas aflorando para uma nova Geografia Política do Desenvolvimento
Sustentável.
É necessário o estabelecimento de estratégias de transição . Não
podemos assumir o que Giddens chama de consenso
ortodoxo, dominado por modelos explicativos abrangentes, e sim buscar a possibilidade de recorrer a
outros marcos teóricos mais adequados a complexidade desde ou daquele fenômeno.
Deixando de lados alguns modelos pré- estabelecidos, construindo um futuro mais
responsável.
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Essa visão “naturalizada”, tinha função primordial a coleta de
informação dos novos espaços as serem desbravados sem contudo, de forma de
direta, se relacionar como o poder ou com os atores do poder.
Trata-se
da consecução de produtos e serviços relacionados a natureza.